Campanha SalarialFENABAN

17° Rodada: Com lucros bilionários, bancos propõem reajuste abaixo da inflação para salários

Mesmo com lucros bilionários, os bancos propuseram índice de reajuste para salários abaixo da inflação: de 75,8% do INPC, o que corresponde a 6,73% (considerando a projeção em 8,88% na data-base da categoria) e representa uma perda salarial de 2% para os bancários. A proposta, apresentada nesta sexta-feira 26, foi rejeitada na mesa pelos sindicalistas que representam os trabalhadores.

Uma boa notícia da mesa desta sexta foi a conquista do recuo na proposta da Fenaban de reduzir da parcela adicional da PLR o que foi pago aos bancários a título de programas próprios de remuneração variável. Tal compensação seria um retrocesso, uma retirada de direitos, portanto, essa foi uma vitória nossa na mesa.

Continuidade das negociações

As negociações ficam interrompidas no final de semana e serão retomadas na segunda-feira (29).

Veja os índices propostos para as cláusulas econômicas

VA e VR: 100% do INPC
PLR: 100% do INPC
Índice de reajuste salarial: 75,8% do INPC

Veja avanços em outras cláusulas

Complementação do auxílio doença

Com relação ao auxílio doença previsto na cláusula 29 da CCT, os bancos queriam incluir uma alínea ao parágrafo primeiro da cláusula para estabelecer que somente teria direito ao auxílio o empregado que tivesse retornado ao trabalho e trabalhado ininterruptamente pelo período mínimo de 6 meses após o recebimento da última complementação, mas após reivindicação do Comando, os bancos retiraram a proposta.

Teletrabalho

É um tema novo que vai entrar na CCT. Os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os trabalhadores; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os trabalhadores fora do horário de expediente dos mesmos; com a manutenção dos direitos da CCT aos trabalhadores que realizem suas funções fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos trabalhadores; e com a criação de canal específico para que os trabalhadores em teletrabalho tirem suas dúvidas.

Os trabalhadores com filhos de até quatro anos, ou com deficiência, terão prioridade e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.

Assédio sexual

A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e empregados passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre possíveis consequências. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe.

Assédio moral e cobrança de metas

O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa. Os bancos que não têm comissão de empresa devem realizar reunião específica com a representação dos trabalhadores para tratar do tema, a pedido do sindicato.

Bancos podem valorizar os trabalhadores

O setor bancário brasileiro é um dos mais lucrativos e rentáveis do mundo. Entre 2003 e 2021, o lucro líquido dos maiores bancos cresceu 190% acima da inflação, chegando a R$ 110 bilhões no ano passado. E no primeiro semestre deste ano, os lucros dos 5 maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) alcançou R$ 56,5 bilhões, crescimento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, com rentabilidade média de 18%.

Segundo a Economática, entre as 10 maiores rentabilidades de bancos da América Latina, EUA e outros bancos com ações em NY, quatro são de bancos brasileiros. Em 2021 a rentabilidade dos maiores bancos no Brasil ficou quase 5 pontos percentuais acima da rentabilidade dos maiores bancos nos EUA.

Só com o que o que os cinco maiores arrecadaram em tarifas em 2021 (R$ 143,4 bilhões), conseguem cobrir 138% do total de suas despesas de pessoal. Portanto, eles podem dar aumento real, recuperar o poder de compra dos vales e distribuir uma fatia maior de seus lucros na PLR.

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