30 anos sem Raul Seixas, que permanece mais atual do que nunca
Joinville – Este 21 de agosto marca os 30 anos da morte do eterno maluco beleza Raul Seixas. Suas músicas, poesias e declarações permanecem atuais, principalmente na atual conjuntura política do país.
Em Aluga-se, Raulzito já ironizava as políticas entreguistas dos patrimônios nacionais, que voltaram com tudo no governo extremamente neoliberal de Bolsonaro.
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Já em Meu Amigo Pedro aparece o distanciamento entre dois antigos amigos, separados por visões de mundo diferentes, algo cada vez mais frequente com a banalização do debate político.
A menos conhecida Todos os Homens Merecem o Céu traz os versos: “Estão preocupados com a saúde do povo, mas vendem cigarros. Estão preocupados com a liberdade dos pássaros mais vendem gaiolas. Estão preocupados com a violência, mas vendem armas”. Nada mais atual para um país que assiste a Amazônia queimar, em que o ministro da Justiça propõe reduzir impostos de cigarros e o presidente da República defende o porte de armas para a população civil.
Outro exemplo de letra que cabe bem nos tempos atuais é a música As Aventuras de Raul Seixas Na Cidade de Thor, na qual Raul faz uma crítica ácida ao capitalismo predatório que destrói o planeta e os homens.
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Raul – que teve sua casa invadida por agentes da ditadura que buscavam provas da existência da tal “sociedade alternativa” e que junto com o escritor Paulo Coelho foi levado ao Dops para explicar o significado de Krig-ha, bandolo, título do seu primeiro LP, que é apenas o grito de guerra do Tarzan – personificou uma mosca – inseto com fama de nojento e incomodo – para driblar a censura com Mosca na sopa e expressar o quanto sua música e postura incomodavam os militares. Tema muito pertinente nos dias de hoje quando a censura, que afetou ao menos 20 músicas de Raul Seixas, retorna ao país com a exclusão de temáticas não alinhadas com o governo em editais públicos de fomento para arte e cultura.
Confira abaixo as cinco músicas de Raul Seixas citadas nessa matéria: