4° Mesa com o BB: Negociações não avançam em mesa sobre teletrabalho com o BB
Não avançaram as negociações com o Banco do Brasil sobre teletrabalho. O assunto foi o tema da quarta mesa de negociação com o banco, dentro da Campanha dos Bancários 2022, na quinta-feira 5.
A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) reforçou aos representantes do banco os anseios dos funcionários para que seja ampliado o home office a todos que sejam elegíveis ao trabalho remoto, inclusive trabalhadores das áreas negociais, gerentes e administradores das áreas.
“Reforçamos que essa medida dialoga positivamente não apenas com a boa saúde e melhores condições de trabalho, mas também com boas práticas de gestão sobre o assunto, que pressupõem inclusive custo menor para a empresa, maior produtividade e ganho de eficiência”, destaca Getúlio Maciel, representante da Fetec-CUT/SP na mesa de negociação pela CEBB.
Na mesa, os representantes dos trabalhadores também reforçaram a reivindicação pela anistia das horas negativas acumuladas por aqueles que, durante a pandemia, não tinham a disponibilidade de efetuar o teletrabalho e não podiam estar nos locais de trabalho presencialmente, devido a alguma situação de risco para contaminação da covid-19.
Tem casos de bancários do BB com mais de 1.500 horas negativas. Isso resultaria em mais de 4 anos de compensação, caso fossem pagas com duas horas a mais por dia útil, o que seria inviável dada a disponibilidade da empresa e dos funcionários. E um prazo de compensação menor também seria inviável porque levaria ao esgotamento físico e mental dos trabalhadores. Os dirigentes ressaltaram que os bancários e bancárias não podem ser culpabilizados pela pandemia e sua duração prolongada.
“Mesmo diante dos argumentos, os negociadores do banco destacaram o não interesse da direção do BB em negociar, e negaram a anistia das horas negativas para os funcionários nessa situação. O que gerou espanto, devido ao fato de o banco conhecer a situação e as condições em que se deu acordo ACT Covid-19, por efeito da indisponibilidade tecnológica para alguns locais e o perigo letal da doença para o trabalho presencial das pessoas do grupo de risco. Foi isso que gerou toda essa situação das horas negativas. É necessária uma postura mais humana da empresa para resolver esse problema”, avalia Getúlio.
Home office e ajuda de custo
Por outro lado, o BB não se negou a aumentar a quantidade de funcionários em home office, bem como a pagar a ajuda de custo com a devida correção por aumento da jornada em teletrabalho para os funcionários.
Porém, a empresa informou que possui projetos de teletrabalho em “home office” e “on office”, bem como teletrabalho em base distinta da dotação do funcionário em cidades próximas. E disse ainda que depende de questões organizacionais internas, de avaliação das áreas gestoras considerando o momento atual, assim como depende do resultado desses projetos internos.
“É necessário que a empresa tenha celeridade na definição desse tema, e firme um compromisso assertivo na implementação do home office junto ao funcionalismo o mais breve possível. Os funcionários já permaneceram em teletrabalho durante quase dois anos durante a pandemia e essa experiência foi muito positiva, de modo que é incompreensível essa demora na implantação do teletrabalho”, pontua o dirigente.
Os representantes do banco salientaram a importância em unificar as cláusulas do Acordo de Teletrabalho com o Acordo Coletivo BB, seguindo as indicações na mesa conjunta entre Contraf e Fenaban.
O teletrabalho deve voltar a ser debatido em novas rodadas de negociação com o BB. A próxima mesa com o banco será na próxima terça-feira 9, e abordará o tema “Saúde e Condições de Trabalho”.