Bancários Joinville e UGT condenam repressão
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Bancários Joinville condenam a violenta repressão contra uma marcha histórica, que reuniu mais de 150 mil trabalhadores e trabalhadoras em Brasília, nesta quarta-feira (24 de maio), em protesto contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária.
A ação revelou o despreparo do governo para manter um diálogo com os trabalhadores e a sociedade. Um grupo de mascarados serviu de argumento para que o governo acionasse a Força Nacional e as Forças Armadas, transformando um protesto pacífico e legítimo em verdadeira praça de guerra.
A marcha, que reuniu trabalhadores de todo o País, saiu pacificamente das imediações do estádio Mané Garrincha e, quando chegou próximo ao Congresso Nacional, a manifestação democrática e pacífica foi recebida por uma polícia despreparada que, provocada por agentes infiltrados, identificados pelos trabalhadores como estranhos ao movimento, e por um grupo de mascarados, reprimiu de forma violenta homens e mulheres que exerciam seu democrático direito de protesto.
A convocação das Forças Armadas pelo governo só piorou a situação e transformou Brasília numa verdadeira praça de guerra. A violenta ação acabou com dezenas de feridos. A UGT não aceita a violência como forma de intimidação e vai continuar exercendo seu direito de, em defesa dos interesses da classe trabalhadora, exigir o fim da corrupção e a abertura de um diálogo com o movimento sindical e a sociedade, na discussão das reformas que não retire direito dos trabalhadores.
Sob uma verdadeira chuva de bombas de gás lacrimogêneo, Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), discursou na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, DF.
O líder ugetista ressaltou que este é o momento de resistir às investidas que os parlamentares estão fazendo contra a classe trabalhadora.
Patah criticou a ação policial, que usou de força excessiva para tentar acabar com as manifestações, que seguiam pacíficas até que os policiais começassem a agredir os manifestantes.
A manifestação, que teve como objetivo lutar contra as reformas trabalhista e previdenciária, foi composta por pais e mães de família, estudantes, professores e aposentados. “Ninguém que está aqui é vagabundo. São pessoas de bem, que estão lutando contra medidas de austeridade que visam retirar direitos sociais e trabalhistas”, disse Patah.
A caminhada se iniciou por volta das 11h, do estádio Mané Garrincha em direção à Esplanada dos Ministérios, com a estimativa feita pela Polícia Militar de 150 mil pessoas. Mas a denúncia de que cerca de 50 ônibus de manifestantes ainda estavam parados num bloqueio da estrada demonstrava que a tarde reservaria péssimas surpresas.
Durante o ato, o ator Osmar Prado subiu no carro de som e fez um discurso de apoio aos trabalhadores e trabalhadoras. “Este congresso não tem moral para votar as reformas da maneira como eles apresentaram. Este é o momento de lutar e reivindicar”, disse o ator.
Os manifestantes prosseguiram acompanhando o caminhão de som até que centenas de bombas de efeito moral começaram a ser atiradas em direção à multidão.
Mesmo com Ricardo Patah pedindo para que os manifestantes não caíssem na provocação dos policiais, a repressão foi muito violenta e, inevitavelmente, muitos manifestantes se feriram durante o ato. “Somos homens e mulheres, pais e mães de família. Mesmo assim, os policiais não param de jogar bomba. Isso é desumano e imoral. As imagens estão aí para o mundo inteiro ver a forma como os trabalhadores estão sendo tratados”, concluiu o dirigente sindical. UGT