O horário de verão começa no domingo
O horário de verão deste ano vai começar bem no meio do feriadão, por isso, se você mora no Sul, Sudeste ou Centro-Oeste do país ou vai aproveitar a folga em algumas dessas regiões, terá de adiantar o relógio em uma hora a partir da meia-noite do domingo (15). A edição 2017/2018 do horário de verão vai durar até a meia-noite do dia 17 de fevereiro.
Para quem tem passagem marcada justamente para a madrugada do sábado para o domingo, as companhias áreas recomendam ficar atento aos horários que constam nos bilhetes, emitidos já com os horários corretos.
A Infraero disse que os aeroportos também funcionarão de acordo com o novo horário e recomendou que, em caso de dúvidas sobre horários de voos, os passageiros entrem em contato com as respectivas companhias aéreas.
“Os clientes devem considerar válidas as informações constantes em suas reservas”, informa a Avianca. “Os bilhetes para todos os voos domésticos e internacionais operados após a 0h de domingo já foram processados e emitidos pela companhia com os horários corretos”, diz a Latam em nota.
A Gol informa que nos Estados do Norte e Nordeste decolagens e chegadas foram antecipadas em uma hora em relação aos horários atuais e esclarece: “os bilhetes aéreos, tanto os já adquiridos quanto as novas emissões, apresentam a hora local, sendo o embarque no horário da cidade de origem e o desembarque de acordo com o horário da cidade de destino. Os clientes devem sempre seguir o horário local da cidade e indicado em seu bilhete para programar sua viagem”.
A Azul também recomendou que os clientes se atenham ao horário de embarque impresso no bilhete. “Procure saber se na cidade de origem há ou não a vigência do horário de verão. A recomendação da companhia é que seus clientes cheguem com, no mínimo, uma hora de antecedência para voos domésticos e três horas de antecedência em voos internacionais”, informa.
Metrô de São Paulo funciona até as 2h do domingo
Para quem mora na maior cidade do Brasil, vai dar para ficar na balada até mais “tarde”, já que o Metrô de São Paulo vai estender o seu horário de funcionamento até as 2h do domingo por causa do horário de verão, normalmente os trens operam até a 1h no sábado.
Mudança não é mais tão eficaz para o setor elétrico
A mudança vai acontecer mesmo depois de toda a polêmica sobre se o governo deveria manter ou não o horário de verão. É que, segundo especialistas, ele já não tem mais tanta eficácia na economia de energia no Brasil. No ano passado, a mudança gerou uma economia de R$ 159,5 milhões por causa da redução do uso das usinas termelétricas durante o período de vigência da medida. Em 2015, a economia foi de R$ 162 milhões.
O valor alcançado nos 126 dias em que durou o horário em 2016 é considerado irrelevante para o setor elétrico, e tem sido assim nos últimos anos, por isso sua manutenção foi questionada.
A lógica do horário de verão é que quanto mais distante uma região está da linha do Equador, mais longos são os dias de verão e, com isso, as pessoas e empresas podem aproveitar mais a luz do dia sem ter que recorrer à energia elétrica. É por causa disso que a alteração não vigora nos Estados do Norte e Nordeste.
Ar-condicionado é o grande vilão
Estudos realizados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostraram que o consumo de eletricidade pela população atualmente está sendo mais influenciado pela temperatura do período do que pela luz do dia.
Uma das principais razões para essa mudança é a popularização dos aparelhos de arcondicionado. Como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo são registrados atualmente nesse período. Segundo a ONS, o horário de ponta ocorre entre 14h e 15h, e não mais entre 17h e 20h.
O estudo da ONS mostra que a economia de energia entre 17h e 20h ainda ocorre, mas é menor do que o aumento do consumo verificado durante as madrugadas por causa do ar condicionado.
Mesmo assim, o Ministério das Minas e Energia decidiu manter o novo horário este ano. Mas não é certeza se 2018 terá um horário de verão. Quando a pesquisa da ONS foi divulgada, o diretorgeral do órgão, Luiz Eduardo Barata, afirmou que se o horário de verão não fosse mais adotado não haveria impacto no setor elétrico, mas disse ser inegável os ganhos que a alteração traz para o turismo e para a rotina da população.
O Palácio do Planalto estuda fazer uma enquete para saber a opinião da população sobre o assunto.
Alemanha foi primeiro país a adotar horário
O horário de verão foi praticado no Brasil pela primeira vez no governo de Getúlio Vargas, de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932, e vem sendo adotado continuadamente desde 1985. Somente em há nove anos um decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu datas e horários para a medida.
Ficou estabelecido que a mudança deveria ocorrer todos os anos a partir da 0h do terceiro domingo de outubro, até zero hora do terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, exceto quando houver coincidência entre o domingo previsto para o término do horário de verão e o domingo de carnaval, ai nesse caso o encerramento do período acontece no domingo seguinte.
Mas a ideia de adotar um horário de verão remonta ao século 18. O primeiro a falar sobre isso foi inventor norte-americano Benjamin Franklin, conhecido por inventar para-raios, quando ainda não havia luz elétrica. Mas a ideia não teve aceitação do governo dos EUA.
Sua aplicação de fato aconteceu pela primeira vez em 1916, na Alemanha. Naquele ano, o antigo Império Alemão estava envolvido na Primeira Guerra Mundial e sofria com um severo bloqueio naval imposto pelo Reino Unido, que resultou no corte das importações de petróleo e parafina (usada na fabricação de velas). A argumentação para colocar a medida em prática era economizar energia.
Os relógios foram adiantados às 23h de 30 de abril de 1916, um domingo, e assim ficaram até 1º de outubro. No mesmo dia, o antigo Império Austro-húngaro, aliado da Alemanha, seguiu o exemplo e adiantou os relógios. Logo depois, foi a vez da Romênia, da França, do Reino Unido e, mais tarde, dos EUA. FEEB-PR