Fenaban oferece reposição da inflação, sem ganho real
São Paulo – Reposição da inflação medida pelo INPC para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá. Esta foi a proposta apresentada por um dos setores mais lucrativos do país aos trabalhadores, na mesa de negociação desta terça-feira 7 da Campanha Salarial dos Bancários 2018. Além disso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não trouxe respostas a outras reivindicaçoes importantes da categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na reforma trabalhista.
“A proposta é insuficiente e incompleta. Não contempla o bancário nem prevê aumento real. Não há compromisso com a não terceirização agora possível com a reforma trabalhista. E se não é pouco, ainda ameaçam retirar a cláusula sobre os dias não trabalhados (greve), não abonando eventuais dias parados”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Joinville, Valdemar Luz.
Pela proposta da Fenaban, o acordo seria de quatro anos, com reposição da inflação a cada data base da categoria (1º de setembro). Para este ano, o reajuste seria de 3,90% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018). Os bancos propuseram ainda o pagamento da primeira parcela da PLR para o mês de setembro.
A próxima rodada de negociação com a Fenaban ficou marcada para o dia 17 de agosto.
Assembleia nesta quinta 9
A proposta dos bancos será apreciada pelos bancários de Joinville e região em assembleia nesta quinta-feira 9, a partir das 18h em primeira chamada e 18h30 em segunda e última chamada, no CFRP dos Bancários (auditório). E o Comando Nacional dos Bancários indica sua rejeição, pelo fato de a proposta ser insuficiente e incompleta.
“O Bancários Joinville, representado por mim e toda nossa diretoria, indicamos um rotundo NÃO, a completa e total rejeição a esta proposta, pois a mesma é insuficiente e incompleta e não atende nossas reivindicações”, diz Valdemar.
A assembleia também deve deliberar sobre a participação da categoria bancária no Dia do Basta, chamado pela UGT, CTB, Intersindical e demais centrais sindicais, em protesto contra os retrocessos do governo Temer, como a reforma trabalhista, o aumento dos combustíveis, a entrega do patrimônio nacional e o desmonte das empresas públicas, entre elas a Caixa e o BB, o aumento do desemprego e o empobrecimento da população, com crescimento da miséria e cortes nas verbas da saúde e educação.
Bancos lucram alto
Mesmo na crise, os bancos ganham, e muito. Em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa), que empregam em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$ 20,3 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017. E os balanços do semestre já divulgados pelo Itaú, Bradesco e Santander apontam que o ritmo de crescimento se manterá.
Entre 2012 e 2017, o lucro líquido das maiores instituições financeiras no país teve uma variação real positiva de 12%. E o volume das atividades também apresentou crescimento nesse período: a carteira de crédito aumentou 25% acima da inflação e o número de clientes com conta corrente e conta poupança apresentou alta de 9% e 31%.
Veja como foram as negociações anteriores com a Fenaban
> 1ª rodada: Bancos frustram na primeira rodada de negociação
> 2ª rodada: Calendário de negociações foi definido
> 3ª rodada: Categoria adoece, mas Fenaban não apresenta proposta
> 4ª rodada: Bancos não avançam nas negociações e insistem em tirar direitos
> 5ª rodada: Campanha 2018: bancos não apresentam proposta
Veja como foram as negociações com a Caixa
> 1ª rodada: Empregados e Caixa definem calendário de negociação
> 2ª rodada: Direção da Caixa não garante direitos dos empregados
> 3ª rodada: Governo quer impor o fim do Saúde Caixa
> 4ª rodada: Reunião de Negociação Coletiva com a Caixa Econômica Federal
Veja como foram as negociações do BB
> 1ª rodada: BB mostra disposição para negociar com funcionários
> 2ª rodada: Resultado da negociação com o Banco do Brasil
> 3ª rodada: Terceira negociação com BB traz poucos avanços
> 4ª rodada: Banco do Brasil propõe reduzir prazo de descomissionamento
> 5ª rodada: Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
SEEB – São Paulo com edição Redação Bancários Joinville