Campanha Salarial

Bancos propõem reajuste insuficiente, com retirada de direitos

São Paulo – Mais uma vez, o setor mais lucrativo do país apresentou proposta insuficiente aos trabalhadores: acordo de dois anos, com aumento real de apenas 0,5% em 2018 e em 2019, e com retirada de direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Na mesa de negociação desta terça-feira 21, a oitava da Campanha Salarial dos Bancários, a Fenaban (federação dos bancos) propôs a mudança de redação ou exclusão de diversas cláusulas da CCT. Por isso, a negociação se estendeu durante todo o dia e a noite.

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Além disso, a Fenaban não apresentou garantias contra as contratações precárias da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), como terceirizados, intermitentes, autônomos, parciais e temporários. A proposta foi rejeitada na mesa pelos representantes dos trabalhadores, e outra rodada de negociação foi marcada para quarta e quinta-feira 22 e 23. As negociaçoes especificas da Caixa e do Banco do Brasil serão na quinta 23.

A proposta da Fenaban prejudica as mulheres, porque prevê o não pagamento de PLR integral às bancárias que entram em licença maternidade, assim como acaba com a PLR integral para trabalhadores e trabalhadoras afastados por doença ou acidentados.

Além disso, os bancos querem que a gratificação de função seja descontada dos cálculos das horas extras, quando o trabalhador conquista as 7ª e 8ª horas na Justiça.

Querem ainda excluir a cláusula que determina salário de substituto, que garante ao empregado admitido para a função de outro, salário igual ao do empregado substituído.

A proposta prevê também a retirada da cláusula que proibia a divulgação de ranking individual. E ainda prevê a alteração de outras cláusulas como a do vale-transporte, aumentando a parcela que o trabalhador vai pagar.

Negociação levou a tarde e a noite inteira

Muitos bancários questionam por que a negociação demorou tanto. Os bancos apresentaram a redação de 71 cláusulas, mais o acordo de PLR, com alteração em várias delas. Seja por conta das regras do e-Social, ou supressões ou mudanças.

Veja mais sobre a proposta dos bancos:

·      Retirada do salário substituto (cláusula 5ª)

·      Fim da PLR integral para bancárias em licença-maternidade e afastados por acidente ou doença (esses trabalhadores receberiam PLR proporcional ao período trabalhado)

·      Querem compensar, caso percam na Justiça, as horas extras pagas como gratificação de função conforme a cláusula 11ª da CCT. Esse item não vale para os bancos públicos, que têm Plano de Cargos e Salários (PCS). A proposta foi rejeitada e o Comando quer negociar PCS para todos

·      Alteração da cláusula do vale-transporte, rejeitada porque ficaria pior do que a lei (cláusula 21ª)

·      Fim da cláusula que proíbe a divulgação de ranking individual (cláusula 37ª)

·      Retirada da cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade porque está na lei (cláusula 10ª)

·      Querem flexibilizar o horário de almoço de 15 minutos para 30 minutos na jornada de seis horas (exceto para teleatendimento e telemarketing)

·      Fim do vale-cultura (cláusula 69). Comando quer que permaneça para que o direito esteja garantido caso o governo retome o programa.

·      Retirada da cláusula que garantia a homologação de rescisão contratual nos sindicatos

·      Aqui um avanço: garante o parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido do empregado

·      Outro avanço: mantém o direito do empregado que ganha mais de dois tetos do INSS  (valor que atualmente corresponde aR$ 11.291,60) à CCT.

·      Mantém o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 90 dias. Os bancários querem 120 dias.

Veja como foram as negociações anteriores com a Fenaban
> 1ª rodada: Bancos frustram na primeira rodada de negociação
> 2ª rodada: Calendário de negociações foi definido
> 3ª rodada: Categoria adoece, mas Fenaban não apresenta proposta
> 4ª rodada: Bancos não avançam nas negociações e insistem em tirar direitos
> 5ª rodada: Campanha 2018: bancos não apresentam proposta
> 6ª rodada: Fenaban oferece reposição da inflação, sem ganho real
> 7ª rodada: Negociação com Fenaban continuará na terça-feira 21

Veja como foram as negociações com a Caixa
> 1ª rodada: Empregados e Caixa definem calendário de negociação
> 2ª rodada: Direção da Caixa não garante direitos dos empregados
> 3ª rodada: Governo quer impor o fim do Saúde Caixa
> 4ª rodada: Reunião de Negociação Coletiva com a Caixa Econômica Federal
> 5ª rodada: Caixa apresenta proposta inaceitável
> 6ª rodada: Mobilização traz avanços ainda insuficientes

Veja como foram as negociações do BB
> 1ª rodada: BB mostra disposição para negociar com funcionários
> 2ª rodada: Resultado da negociação com o Banco do Brasil
> 3ª rodada: Terceira negociação com BB traz poucos avanços
> 4ª rodada: Banco do Brasil propõe reduzir prazo de descomissionamento
> 5ª rodada: Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
> 6ª rodada: Banco do Brasil apresenta proposta insuficiente e incompleta
> 7ª rodada: Mesa do BB continuará junto com a negociação da Fenaban na terça

Veja como foram as negociações do Banrisul
> 1ª rodada: Primeira mesa de negociação com o Banrisul termina em frustração
> 2ª rodada: Banrisul sinaliza que irá manter direitos do acordo específico
> 3ª rodada: Terceira mesa de negociação com o Banrisul

Veja como foram as negociações dos Financiários
> 1ª rodada: Financiários iniciam negociação com Fenacrefi
> 2ª rodada: Financiários tem primeira vitória

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