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Especial: 158 anos de Caixa Econômica Federal

Joinville – A Caixa chega hoje aos 158 anos (sua fundação foi em 12 de janeiro de 1861), um patrimônio que atravessou os mais diferentes tipos de governo e se consolidou como o banco dos brasileiros que hoje precisa ser defendido e mantido para dar continuidade a sua história de impulsionador do desenvolvimento do País.

“Os nossos parabéns aos empregados da Caixa Econômica Federal, os verdadeiros responsáveis por esse banco forte e presente há mais de um século na história de desenvolvimento do Brasil! Infelizmente, não nos resta muita comemoração, mas sim a preparação para um 2019/2020 de muitas lutas em favor dos nossos colegas”, declara o presidente do Bancários Joinville, Valdemar Luz.

Erno José Müller, Secretário Geral do Sindicato, assevera sobre a data: “O banco em que trabalhamos, o maior banco público do continente latino, tem quase 93 milhões de clientes, e os resultados mais recentes mostram que o banco teve um lucro de R$ 11,5 bilhões até o terceiro trimestre de 2018, com expectativa de fechar o ano em 14 ou 15 bilhões. Mas quais os rumos que o novo governo pretende dar ao banco? São muitas as perguntas e ainda maiores as expectativas com as consequências destes atos. O Sindicato estará atento e pronto para a luta!”, conclui.

Dr. Marcos Roberto Vignola, diretor do Bancários Joinville, acrescenta que “a instituição também tem a liderança do mercado de crédito imobiliário, com 69,5% de participação. Na poupança, são mais de 78 milhões de contas. O banco ainda cumula operações do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Programa de Integração Social (PIS), Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e de programas de habitação popular, sendo agente pagador do Bolsa Família e do seguro-desemprego. Por isso há muita luta a organizar em defesa da Caixa 100% pública. É preciso resistir ao projeto de desmonte anunciado pelo novo governo. O desenvolvimento econômico do Brasil e a redução da desigualdade social dependem da manutenção da Caixa 100% pública.”

Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração (CA) do banco, destaca que a Caixa “não é um banco de um determinado governo, é um patrimônio do Estado brasileiro e assim deve se manter”. Ela parabeniza a todos que ajudaram e ajudam a construir essa relevante trajetória – empregados, clientes, usuários -, fala sobre as ameaças que pesam sobre a instituição nesse momento e conclama a sociedade a se engajar numa corrente em defesa da Caixa pública.

Assista ao seu vídeo, abaixo:

YouTube, Rita Serrano CA

SEMPRE À SERVIÇO DA POPULAÇÃO

Desde sua criação, a Caixa vem se aprimorando para atender a população e contribuir com o crescimento social e econômico do país, por meio, por exemplo, da oferta do financiamento habitacional com juros acessíveis, como agente responsável pelo FGTS, pelo PIS e pelo Seguro-Desemprego.

Além disso, o banco apoia o desenvolvimento cultural e esportivo, por meio de patrocínios a inúmeras atividades artísticas-culturais, educacionais e desportivas. Desde 2004 a Caixa patrocina o esporte paralímpico e possui ainda mais de 4.000 funcionários treinados em libras.

CRÉDITO IMOBILIÁRIO

É por meio da Caixa que milhares de brasileiros conseguem adquirir a tão sonhada casa própria. Líder na área de financiamento habitacional, a Caixa detém 69,5% desse mercado. De acordo com o relatório da Caixa, o saldo da carteira de crédito habitacional chegou a R$ 440,5 bilhões em setembro de 2018, dos quais R$ 258,5 bilhões com recursos FGTS.

No Programa Minha Casa Minha Vida, foram contratados, até setembro, R$ 44,8 bilhões, o que equivale a 366.130 novas unidades habitacionais. Dessas novas moradias, 20,7% foram destinadas à Faixa 1 do Programa, com a menor taxa de juros e com maiores subsídios do governo.

CRÉDITO RURAL

A Caixa também fomenta o desenvolvimento agrícola no país. Em setembro de 2018, o valor de concessão de Crédito Rural atingiu saldo de R$ 7,4 bilhões, com destaque para a modalidade disponível para Pessoa Jurídica, que apresentou 30% de aumento em comparação com setembro de 2017.

COMBATE A DESIGUALDADE SOCIAL

Como banco 100% público, a Caixa é o principal agente operador dos programas sociais do Governo Federal e cumpre papel fundamental para a erradicação da pobreza e da desigualdade social. Até setembro de 2018, foram pagos 121,3 milhões de benefícios sociais, correspondendo a R$ 22,1 bilhões. Pelo programa Bolsa Família, fundamental para a redução da taxa de mortalidade infantil e evasão escolar, foram pagos R$ 21,5 bilhões.

Já nos programas voltados ao trabalhador, a Caixa realizou o pagamento de R$138,9 milhões de benefícios, como Seguro-Desemprego e Abono Salarial, até setembro de 2018, que totalizaram R$ 209,2 bilhões. Já arrecadação do FGTS atingiu R$ 89,1 bilhões e os saques totalizaram R$ 82,1 bilhões.

LOTERIAS

Na mira dos planos de privatização do novo governo, as Loterias da Caixa são importante fonte de recursos para o desenvolvimento social do país. Até setembro de 2018, foram arrecadados R$ 9,9 bilhões, sendo que cerca de R$ 3,7 bilhões foram transferidos aos programas sociais do governo federal nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde, o que corresponde a 37,5% do total arrecadado pelas Loterias.

ESPORTE E CULTURA

Na área da cultura, a Caixa investiu até setembro de 2018, cerca de R$ 58,7 milhões em projetos de teatro, cinema e exposições, em 7.196 eventos realizados nas unidades da Caixa Cultural pelo Brasil. Além disso, o banco é também o maior patrocinador do esporte no Brasil, investindo nas modalidades como Atletismo, Ginástica, Basquete, Paradesporto e Futebol.

O estímulo à prática desportiva e à inclusão social de crianças e adolescentes através do esporte também é compromisso da Caixa. Nesse mesmo período, a Caixa investiu cerca de R$ 310,6 milhões em patrocínios esportivos.

CAIXA, UM BANCO DOS BRASILEIROS, NÃO DE GOVERNOS

Apesar de a sociedade brasileira ter muito a comemorar por poder contar com um banco 100% público, os empregados devem estar prontos para a luta em defesa dos direitos arduamente conquistados.

“Atravessamos períodos conturbados, mas os empregados da Caixa sempre deram exemplo de organização e luta. Nesse aniversário da Caixa, quem realmente merece os parabéns são aqueles que constroem esse banco diariamente e o defendem com unhas e dentes: os seus empregados”, afirma o sindicalista e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

Relembre a história de luta e conquista dos empregados:

CONECEF

O início do Conecef, o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa, remonta a 1985. Em outubro do mesmo ano foi deflagrada greve histórica, a primeira na Caixa, e teve 100% de adesão. A mobilização assegurou a tramitação, em regime de urgência, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que instituiu a jornada de 6 horas. E na sequência, outro projeto garantiu o direito de os trabalhadores do banco poderem se organizar em sindicatos de bancários.

ANOS 1990

Os anos seguintes foram marcados pela mobilização e resistência dos empregados contra as intenções privatistas de governos neoliberais.

No início dos anos 90, houve demissão de 2,5 mil empregados concursados. O ato, classificado de arbitrário e abusivo, desencadeou em todo o Brasil intensa campanha pela manutenção dos demitidos. A readmissão de todos os demitidos foi uma das principais conquistas da campanha salarial de 1990, constando em acordo coletivo.

Eram 65 mil trabalhadores em 1994, 63.423 em 1995 e 55.691  em 1996.

O lucro de apenas R$ 678 milhões em 1995, foi usado como “lixeira” de bancos falidos. Segundo informações do livro do jornalista econômico Aloysio Biondi, O Brasil Privatizado, “na quebra do Banco Econômico, por exemplo, a CEF comprou a carteira imobiliária do banco. Valor: R$ 1,7 bilhão. Na quebra do Bamerindus, a mesma coisa.”

Além disso, os empregados da Caixa amargaram diversas campanhas com reajuste zero. Houve a tentativa de dividir os empregados com a adoção de direitos diferenciados a quem entrou antes e após 1998, além de perseguições e demissões por meio de um instrumento administrativo: o RH 008, e diferenciação para os ingressantes no REB e plano de saúde. Até mesmo os delegados sindicais foram discriminados com o claro objetivo de se impedir a livre organização no local de trabalho.

ANOS 2000

Nos anos 2000, os empregados conquistaram, entre outros direitos, o Saúde Caixa, que existe desde 2004 e é regrado pelo Acordo Coletivo de Trabalho específico com o banco; a democratização da Funcef, com a Lei Complementar nº 108, que determinou que os conselhos deliberativos e fiscais dos fundos de pensão tivessem composição paritária entre representantes dos participantes e dos patrocinadores; o Novo Plano, iniciado em 2006, único Plano de Previdência Complementar Fechada aberto às novas inscrições de empregados da Caixa; o Plano de Cargos e Salários 2008 (PCS 2008), arrancado na greve de 2007; e a PLR Social, conquistada em 2010.

ANOS 2010

Teve início um novo período de intensos ataques contra a Caixa 100% Pública e seus empregados, como a tentativa de abertura de capital e fatiamento do banco público. Nesse contexto, a luta dos empregados em defesa da Caixa 100% Pública, empregos e direitos se intensificou ainda mais. A campanha vitoriosa dos bancários em 2016 manteve os direitos por dois anos e abriu a discussão sobre descomissionamentos.

Em 2018, em uma nova vitoriosa campanha, os empregados da Caixa conquistaram, após longas e duras negociações entre a representação dos trabalhadores e o banco aumento real, manutenção de todos os direitos, Saúde Caixa, PLR na regra Fenaban e PLR Social, além de novas conquistas como a vedação à empresa de descomissionar mulheres em período gestacional e na licença-maternidade; e licença “gala” de oito dias também para união estável.

ANOS 2019/2020 PROMETEM MUITA LUTA

Com a posse do novo presidente da Caixa, o privatista Pedro Guimarães, que já assumiu confirmando que deve fatiar e vender partes do banco público, afastando-o da sua fundamental função social e aproximando-o de uma lógica estritamente privada, o que também ameaça empregos e direitos, o próximo período exigirá dos empregados da Caixa muita unidade e mobilização.

E o Sindicato dos Bancários de Joinville e Região continuará nesta luta junto de todos os empregados da Caixa!

SEEB – SP, SEEB – ES, Rita Serrano com edição Redação Bancários Joinville

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