Lucro líquido do Banrisul chega a R$ 1,09 bi – maior valor em 90 anos
O lucro líquido do Banrisul em 2018 registrou aumento de 20,3% e chegou a R$ 1,09 bilhão. O valor é o maior em 90 anos de história, de acordo com balanço financeiro divulgado na manhã desta terça-feira (12), em Porto Alegre. O índice retira despesas e receitas extraordinárias. Em 2017, o banco havia lucrado R$ 1,05 bilhão, índice quase 60% maior que no ano anterior.
Segundo o presidente Luiz Gonzaga Veras Mota, existem investidores interessados em financiar investimentos no Rio Grande do Sul.
“Temos mais de R$ 2 bilhões no BNDES em linhas para repasse no estado. Há uma confiança para a retomada da economia, e o banco está preparado para esse momento. Estamos prospectando operações, à disposição para quem quer desenvolver-se aqui.”
A instituição teve desempenho percentual superior a alguns dos principais bancos privados nacionais: a expansão no Banco Bradesco foi de 13,4% e do Itaú Unibanco chegou a 3,4%.
Em 2018, a carteira de crédito do banco público cresceu 8,6%, impulsionada pela alta liquidez. Trata-se de um aumento percentual superior ao registrado por Bradesco (7,8%) e Itaú (7,9%). Também foi um crescimento superior ao mercado de crédito em todo o Brasil – que subiu 5,5%, segundo documento divulgado pelo Banco Central na última sexta-feira (8).
O crédito comercial – financiamento das famílias e capital de giro das empresas – cresceu em linha com o mercado nacional: 11,2%.
Através de concessão de crédito, o Banrisul injetou R$ 47,2 bilhões na economia gaúcha em 2018. O índice de cobertura chegou a 300%.
“Para cada real de inadimplência, temos três guardados. Isso nos dá segurança para seguir multiplicando a oferta de crédito”, disse o presidente do banco.
Boa parte dos mais de R$ 34 bilhões em operações destinam-se ao varejo – tanto pessoas físicas como jurídicas. São 73,4% para essa parcela, ou R$ 25 bilhões. O setor imobiliário representa 12,1%, ou R$ 4,1 bilhões. Crédito rural (R$ 2,4 bilhões), câmbio (R$ 1,5 bilhão) e financiamento de longo prazo (R$ 920 milhões) completam a carteira.
Redução da inadimplência
No último ano, também houve redução da inadimplência. O índice estipulado pelo Banco Central – que considera contas atrasadas em mais de 90 dias – foi de apenas 2,6%. Em apenas dois anos, o percentual reduziu praticamente pela metade: era de 5% em 2016.
No ano passado, foi o melhor desempenho na comparação com os três principais bancos privados do país: Bradesco e Itaú atingiram 3,5%, e Santander chegou a 3,1%.
Os ativos totais do Banrisul subiram em 5,6%, somando avanço de 30% nos últimos quatro anos.
O retorno sobre os ativos (ROA), com média anual de 1,5%, ficou em cerca de 1,7% nos últimos dois trimestres – desempenho semelhante a Bradesco, Itaú e Santander, com 1,6%, 1,6% e 1,7%, respectivamente.
Transações por máquina de cartão em alta
Houve um aumento de receitas verificado especialmente na operação de adquirência do banco, a máquina de cartão Vero. O valor transacionado pela empresa subiu 18,9% no ano, passando de R$ 22,4 bilhões para R$ 26,7 bilhões. Nos últimos quatro anos, a cifra quase duplicou, atingindo 78,7%.
“A Vero está muito bem estruturada. Temos um plano de vendas robusto com todas as modalidades do mercado para o lojista, oferecendo um portfólio moderno com mobile, 3G, wi-fi, POS fixo e Smart POS”.
De acordo com Gonzaga, a partir do segundo semestre, com o acréscimo de bandeiras, as máquinas trabalharão com 99,2% do mercado de cartões do Brasil.
Com 138 mil adquirentes e 365 mil pontos de venda no RS, a Vero apresentou crescimento de 32% nos últimos quatro anos. No mesmo período, o valor transacionado ultrapassou 78%, sendo 18,9% apenas em 2018.
Responsável pela Vero e pelo Banricard – que centraliza as operações de cartões de benefícios e empresariais – a Banrisul Cartões S.A. também teve lucro líquido recorde. O crescimento foi de 16,6% no ano, atingindo R$ 258,9 milhões e margem EBITDA de 48,7%. G1