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Fenaban propõe reduzir PLR dos bancários em até 48%

São Paulo – A negociação desta terça-feira 18 com a Fenaban, a sexta rodada da Campanha Salarial dos Bancários 2020, começou muito mal: a federação dos bancos apresentou uma proposta que pode reduzir em até 48% a PLR dos bancários (veja quadro abaixo com os percentuais de redução por faixas salariais e por bancos). Os representantes dos Bancários rejeitaram a proposta na mesa e deixaram claro que a categoria não aceitará esse retrocesso.

Dependendo da faixa salarial, a redução da PLR pode chegar a 48%. Pelo que os bancos propõem, alguns parâmetros da PLR voltam a patamares de 1995 ou 2004, ou seja, total retrocesso. Os bancos continuam sendo o setor mais lucrativo da economia. Mesmo nesse contexto de crise econômica, agravada pela pandemia de coronavírus, o setor bancário continua apresentando lucros. Não há prejuízo, portanto, não tem sentido reduzir as parcelas de distribuição desses lucros com os trabalhadores.

Em linhas gerais, a proposta da Fenaban é reduzir a regra básica da PLR anual para: 72% do salário + Fixo de R$ 1.965,83, com limite individual de R$ 10.545,74 (desde que não ultrapasse 12,8% do lucro líquido do exercício). Hoje é: 90% do salário + Fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18, e desde que não ultrapasse 12,8% do lucro líquido do exercício.

Os bancos propõem também reduzir a parcela adicional para: 2% do lucro líquido do exercício dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 3.931,67. Hoje é: 2,2% do lucro líquido do exercício dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 4.914,59.

Veja quadro abaixo comparando a regra atual com a proposta da Fenaban:

Segundo cálculos do Dieese, com a proposta da Fenaban, o percentual do salário da regra básica retornaria ao patamar de 1995; o percentual da parcela adicional retornaria ao patamar de 2012. Já os valores fixos da regra básica e parcela adicional teriam redução de 20%, retornando ao patamar entre 2014 e 2015. O acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007.

A Fenaban propõe ainda que a CCT preveja a compensação dos valores pagos como PLR dos programas próprios dos bancos. Hoje a CCT prevê que isso “pode” ocorrer, mas os bancos querem que a CCT determine o desconto. Ou seja, além da redução dos valores da PLR-CCT, os bancos ainda querem que, desses valores, sejam descontados os valores pagos como programas próprios. O montante aos bancários seria ainda menor.

Veja a redução por faixas salariais nos três maiores bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander):

Proposta geral na mesa de quinta 20

O movimento sindical cobrou uma proposta geral da Fenaban na próxima mesa, que será na quinta-feira 20 (veja calendário da Campanha no final da postagem), já que nesta terça 18, a única proposta apresentada foi a de redução da PLR.

Setor mais lucrativo da economia não pode reduzir PLR

O lucro dos bancos no primeiro semestre deste ano apresentou redução porque houve um aumento da provisão para calotes, os chamados PDDs [Provisão para Devedores Duvidosos]. Sem isso, os lucros seriam ainda mais altos.

No primeiro semestre, o lucro dos quatro maiores – Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – chegou a R$ 28,5 bilhões (Caixa ainda não divulgou seu balanço), o que não é nada desprezível, especialmente neste momento de pandemia e crise financeira pelo qual passa o país e o mundo.

Em 2019, os lucros somados dos cinco maiores alcançou R$ 108 bilhões, um crescimento de mais de 30% em relação a 2018. E a economia já estava em crise.

Calendário

A próxima mesa de negociação da Campanha dos Bancários 2020 será na terça-feira 18. Veja aqui o calendário das mesas com a Fenaban. Clique nos respectivo link para saber mais.

• Dia 04/08 – FENABAN: Teletrabalho, Ultratividade, Garantia de emprego, Comissões temáticas

• Dia 05/08 – BANCO DO BRASIL: Teletrabalho

• Dia 06/08 – FENABAN: Emprego

• Dia 07/08 – BANCO DO BRASIL: Emprego

• Dia 07/08 – CAIXA FEDERAL: Teletrabalho

• Dia 11/08 – FENABAN: Saúde e Condições de trabalho

• Dia 12/08 – CAIXA FEDERAL: Saúde e Segurança

• Dia 12/08 – BANCO DO BRASIL: Saúde e Segurança

• Dia 13/08 – FENABAN: Igualdade

• Dia 14/08 – FENABAN: Cláusulas Sociais

• Dia 17/08 – BANCO DO BRASIL: Cláusulas Sociais

• Dia 17/08 – CAIXA FEDERAL: Igualdade e Cláusulas Sociais

• Dia 18/08 – FENABAN: Cláusulas Econômicas

• Dia 19/08 – CAIXA FEDERAL: Cláusulas Sociais

• Dia 20/08

• Dia 21/08

• Dia 25/08

• Dia 26/08

• Dia 27/08

• Dia 28/08

As datas sem temas definidos serão para discussão de outros assuntos e de pontos pendentes das mesas anteriores. Por conta da pandemia do novo coronavírus, as negociações serão feitas por videoconferência.

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