Campanha SalarialFENABAN

3° Rodada: Negociação com Fenaban conquista avanços no combate ao assédio sexual

Na terceira rodada de negociação da Campanha Salarial dos Bancários 2022, que debateu o tema “igualdade de oportunidades”, os representantes dos trabalhadores reivindicaram maior rigor na apuração de casos de assédio sexual, com total apoio às vítimas e punição aos assediadores; reivindicaram ainda maior participação de negras e negros e de PCDs nos bancos, com oportunidades melhores de acensão na carreira. A Fenaban se comprometeu a priorizar o combate ao assédio sexual, bem como as questões de igualdade de oportunidades, e afirmou ser a favor da igualdade de gênero no ambiente de trabalho.

As reivindicações para o combate ao assédio sexual são:

  • Treinamento/informação, com campanhas de prevenção e combate ao assédio sexual no local de trabalho;
  • Acolhimento e segurança para as vítimas, com estabilidade no emprego para a vítima;
  • Apuração das denúncias por uma comissão bipartite, formada por sindicato e representantes do banco;
  • Proteção e assistência às vítimas, com emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho);
  • Punição rígida dos culpados, uma vez que a impunidade permite novas ocorrências.
  • A Fenaban se comprometeu em estudar as demandas e dar uma resposta nas próximas mesas de negociação.

O movimento sindical destacou as denúncias de assédio sexual contra o agora ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarãese apresentou dados de uma pesquisa recente da Think Eva e Linkedin sobre assédio sexual no mundo do trabalho. A Fenaban tem a necessidade urgente de ações para combater essa violência contra as mulheres. Não podemos tolerar que a cultura machista e misógina continue fazendo vítimas entre as trabalhadoras. Assédio é crime e deve ser devidamente apurado e punido, com total respeito e apoio às vítimas.

Assédio sexual nos ambientes de trabalho no Brasil

A pesquisa Think Eva e Linkedin ouviu 414 mulheres em todo o país, em 2020. Quase metade delas (47,12%) afirmou já ter sido vítima de assédio sexual no trabalho. Desse universo, a maioria são mulheres negras (52%) e mulheres que recebem entre dois e seis salários mínimos (49%). A pesquisa apontou ainda que uma em cada seis mulheres vítimas de assédio no Brasil pedem demissão e 35,5% afirmam viver sob constante medo.

Além do medo, as entrevistadas apontaram desânimo e cansaço (32%); diminuição da autoconfiança (30%); ansiedade e/ou depressão (28%); afastamento de colegas de trabalho (23%); diminuição da autoestima (22%).

As reações ao assédio para 50% delas foi contar para pessoas próximas, mas um percentual alto não fez nada (33%); 15% pediu demissão; 8% recorreram a canais de denúncia anônimos da empresa; 5% recorreram ao RH da empresa; 4% a grupos de apoio da empresa; 3% a grupos de apoio fora da empresa e 14% manifestaram outros tipos de reação.

Segundo as entrevistadas, as maiores barreiras para as denúncias foram: a crença na impunidade (78% disseram acreditar que nada aconteceria com o assediador); 64% apontaram o descaso (as pessoas diminuiriam a gravidade do ocorrido); para 64% foi o medo de serem expostas; para 60% a descrença (as pessoas não acreditariam); para 60% o medo da demissão; 41% acharam que as pessoas colocariam a culpa nelas; para 27% foi o falta de certeza de que foi assédio sexual; e 16% apontaram sentimento de que a culpa era delas.

Calendário de negociação

A próxima rodada de negociação com a Fenaban será no dia 22 de julho, sobre Cláusulas Sociais e Teletrabalho.

Confira o calendário:

  • Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas Sociais e Teletrabalho
  • Quinta-feira, 28 de julho: Cláusulas Sociais e Segurança Bancária
  • Segunda-feira, 1º de agosto: Saúde e Condições de Trabalho
  • Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas Econômicas
  • Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das Cláusulas Econômicas

Veja as principais reivindicações dos bancários

A categoria quer aumento real de 5%; piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 6.535,40) e PLR de três salários mais parcela fixa adicional de R$ 12.887,04, reajustada pelo INPC com 5% de ganho real. Os bancários também reivindicam valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 1.212,00), entre outras demandas.

  • Reposição salarial e nas demais verbas: Inflação do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 (INPC) mais 5% de aumento real;
  • Aumento maior para o VR e VA;
  • Garantia dos empregos;
  • Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste;
  • Fim das metas abusivas;
  • Combate ao assédio moral;
  • Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da Covid-19.

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