5° Rodada: Em mesa sobre segurança, Fenaban mostra descaso com proteção de bancários e clientes
Na mesa de negociação desta quinta-feira 28, a quinta rodada de negociação da Campanha dos Bancários, a Fenaban (federação dos bancos) revelou descaso com a proteção de empregados e clientes. A Fenaban apresentou uma proposta que, em linhas gerais, reduz os equipamentos de segurança em agências e postos de atendimento: sugeriu retirar portas de segurança e diminuir o número de vigilantes; em agências de negócios, a federação propôs inclusive não ter vigilante nenhum, mesmo que essas unidades tenham caixas eletrônicos, nos quais os clientes podem sacar dinheiro.
Dados sobre assaltos
Na mesa, a Fenaban apresentou dados sobre a redução do número de assaltos a bancos como mais um argumento para a redução de custos com segurança.
Mas os sindicalistas apresentaram levantamento que leva em consideração assaltos, saidinhas, explosões de caixas eletrônicos, inclusive os não consumados. Segundo essa pesquisa feita pela Contraf e confederações dos vigilantes, com base em notícias na imprensa, dados de secretarias de segurança pública e de sindicatos, foram 839 ataques em 2020, dos quais 321 explosões ou arrombamentos de caixas eletrônicos; 439 assaltos ou tentativas; 34 ataques a carro-forte; e 45 saidinhas bancárias. Além de 40 assaltos a correspondentes e 86 a agências dos Correios ou lotéricas. Dentre as ocorrências, foram identificadas 6 vítimas fatais.
Os trabalhadores, por sua vez, argumentaram que, por mais que o número de assaltos tenha caído, isso não justifica a retirada dos equipamentos, até porque tem aumentado o número de agressões de clientes a bancários, em função da piora no atendimento devido à redução do número de trabalhadores nas agências.
Uma das reivindicações apresentadas pelo Comando, a de criação de um Grupo de Trabalho (GT) para discutir segurança, formado por representantes dos bancários e dos bancos, foi negada pela Fenaban.
Outras reivindicações
O Comando dos Bancários apresentou na mesa as demais reivindicações sobre segurança da pauta dos bancários, entre elas:
- a proibição da guarda das chaves de agências e acionadores de alarmes pelos bancários;
- a proibição ao transporte de numerário pelos bancários;
- a que prevê diversos equipamentos de segurança, como a obrigatoriedade das portas giratórias, biombos entre os caixas para garantir a
- privacidade das operações feitas por clientes;
- maior número de vigilantes e obrigatoriedade de vigilantes em todas as unidades bancárias, sejam elas agências, agências de negócios,
- postos de atendimento, correios ou lotéricas;
- a que prevê assistência às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões;
- acesso dos trabalhadores às estatísticas de ataques aos bancos;
- estabilidade ao empregado vítima de assalto, sequestro ou extorsão.
Fenaban mão apresesntou nenhuma proposta.
Próxima mesa discute Saúde
A próxima mesa de negociação da Campanha dos Bancários é segunda-feira 1º, sobre o tema “Saúde e Condições de Trabalho”.
Calendário de negociações:
- Segunda-feira, 1º de agosto: Saúde e Condições de Trabalho
- Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas Econômicas
- Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das Cláusulas Econômicas
- Veja como foram as rodadas anteriores:
- Primeira rodada: Bancários e Fenaban definem temas e calendário das mesas de negociação
- Segunda rodada: Em mesa com Fenaban, trabalhadores reivindicam fim das demissões e da terceirização
- Terceira rodada: Negociação com Fenaban conquista avanços no combate ao assédio sexual
- Quarta rodada: Negociação com Fenaban aponta para avanços no teletrabalho
Veja as principais reivindicações dos bancários
A categoria quer aumento real de 5%; piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 6.535,40) e PLR de três salários mais parcela fixa adicional de R$ 12.887,04, reajustada pelo INPC com 5% de ganho real. Os bancários também reivindicam valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 1.212,00), entre outras demandas.
- Reposição salarial e nas demais verbas: Inflação do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 (INPC) mais 5% de aumento real;
- Aumento maior para o VR e VA;
- Garantia dos empregos;
- Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste;
- Fim das metas abusivas;
- Combate ao assédio moral;
- Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da Covid-19.