Campanha SalarialFENABAN

15° Rodada: R$ 9 mi garantido para cada executivo em 2022. E para os bancários nada?

Mesmo com lucros maiores e sempre crescentes, os bancos propuseram reduzir a PLR, distribuindo uma fatia menor de seus lucros bilionários.

Na mesa desta quarta-feira 24, a décima quinta rodada da Campanha Salarial dos Bancários 2022, a Fenaban (federação dos bancos) propôs reajuste de 6,73% nos valores fixos da PLR, o que corresponde a apenas 75,7% do INPC, com perda de 1,97% para os trabalhadores (considerando a estimativa da inflação de 8,88% em 31 de agosto).

A Fenaban propôs ainda excluir da CCT a regra de não compensação dos programas próprios na parcela adicional da PLR – ou seja, o que cada banco paga como programa próprio seria reduzido dessa parcela da PLR/CCT.

Mais cedo, os bancos vieram com proposta ainda mais rebaixada: de 6,22% para os valores fixos da PLR (70% do INPC, com perda de 2,44%). Mas depois de uma pausa nas negociações, apresentaram a proposta de 6,73%.

Os sindicalistas rejeitaram as duas proposta na mesa.

A remuneração per capita anual da diretoria executiva dos maiores bancos tem previsão de atingir R$ 8,9 milhões por diretor (a) em 2022, com crescimento de 11,1% em relação a 2021 e 132 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR).

PLR é fatia cada vez menor do lucro

Desde 1997, a PLR do cargo de caixa teve aumento real de 126%, enquanto que o crescimento real do lucro dos bancos, no mesmo período, foi de 359%, ou seja, 2,85 vezes mais do que o valor da PLR.
A fatia do lucro distribuída aos trabalhadores foi caindo ao longo dos anos, apesar de novas conquistas como os reajustes nos valores, mudanças nos parâmetros e introdução da parcela adicional.

Em 1995, quando a PLR foi clausulada na CCT dos bancários, os grandes bancos distribuíam cerca de 14% dos seus lucros, mas em 2021, os três maiores bancos privados distribuíram em média apenas 6,67% de seus lucros. Com a proposta desta quinta, a distribuição cairia ainda mais, para 6,49%, sendo que a distribuição da regra básica está inferior a 5% e da parcela adicional próxima de 1,6%, portanto muito abaixo dos 2,2% previstos na CCT.

Na pauta apresentada aos bancos, a categoria reivindica para a parcela adicional da PLR 3 salários-base, reajustados pelo INPC mais aumento real de 5%. A Fenaban está oferecendo apenas 40% do que os trabalhadores reivindicam.

Nova negociação nesta quinta

A negociação continua nesta quinta-feira 25. A Fenaban disse que apresentará uma proposta de reajuste salarial.

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