Negociações entre financiários e Fenacrefi empacam sem acordo
Mesmo após um dia inteiro de negociações, a décima reunião entre o Coletivo Nacional dos Financiários e a Fenacrefi, ocorrida nesta quinta-feira 5, terminou sem acordo. A entidade patronal apresentou duas propostas que ficaram muito abaixo dos anseios da categoria e foram prontamente recusadas na mesa de negociação.
A primeira previa reajustar salários e demais verbas apenas com a correção da inflação, e a segunda previa um aumento real apenas para 2024 de 0,15%, mantendo a inflação para 2025.
A representação dos financiários destacou na mesa que, dos 8.809 acordos coletivos de trabalho firmados no país até julho deste ano, 86% garantiram índices acima do INPC, ou seja, com aumento real, e que a média desses reajustes foi de 1,5% de aumento real. As propostas da Fenacrefi estariam muito aquém dos reajustes concedidos por outros setores, na maioria dos acordos fechados no país.
Proposta inicial
A proposta inicial da Fenacrefi foi de aplicar, de forma linear, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos próximos dois anos. Para o período de julho de 2023 a junho de 2024, o índice registrado foi de 3,34%, e o índice para 2025 será o INPC linear. Sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a proposta é de mudanças na regra que resultariam em prejuízo direto aos trabalhadores.
Tais propostas apresentadas de alteração dos direitos conquistados representam redução de custos para as empresas e impõem perdas aos financiários.
Segunda proposta
A segunda proposta da Fenacrefi continuou aquém das expectativas, oferecendo um reajuste salarial de 3,5% para 2024, o que representaria apenas 0,15% de aumento real. Para 2025, a proposta previa o INPC linear. Em relação à PLR, manteve o mesmo da primeira proposta do dia, ou seja, previa mudanças que significam perdas para os financiários.
A reunião foi encerrada sem uma data definida para o novo encontro. O movimento sindical valoriza a via negocial e continua a disposição para debater um acordo para a renovação da CCT dos financiários. Mas espera que as financeiras voltem para a mesa dispostos a valorizar a categoria e que tragam proposta decente.