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Bancários do BB sentem o drama do desmonte

Agências lotadas, comprometimento do atendimento, desgaste dos trabalhadores. Estes são alguns dos relatos de bancários do Banco do Brasil sobre a reestruturação implementada no banco desde o final de 2016.

Um levantamento do Dieese aponta que o número de reclamações sobre o BB no Banco Central vem crescendo, ao passo que a média semestral de agências está diminuindo. Os dados mostram que a queixa mais recorrente é a de “insatisfação com o atendimento prestado por agências”.

Com a divulgação do levantamento, bancários de várias agências entraram em contato com o movimento sindical relatando problemas em seus locais de trabalho. Uma funcionária, cuja identidade será preservada, contou que em sua agência é recorrente ver longas filas de clientes para o atendimento.

“Estamos desesperados. Os clientes estão aguardando mais de duas horas no atendimento, o que para mim é uma falta de respeito total e absoluta por parte do banco. E nós, funcionários, somos afetados drasticamente com o estresse da sobrecarga de trabalho e dos ‘esculachos’ dos clientes que recaem sobre nós”, desabafou.

“Todo esse cenário é consequência da falta de funcionários nas agências e transformação de muitas em Posto de Atendimento. Isso vem comprometendo o trabalho dos bancários que atuam no atendimento, prejudicando até mesmo sua saúde”, destaca João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato de SP e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Um outro bancário disse estar preocupado com o futuro do banco público. “Trabalho em uma agência em que houve fechamento de duas de menor porte nas proximidades, e boa parte foi direcionada para a minha unidade. A situação é desconfortante, pra não dizer desesperadora. Todo dia tem bate boca com o pessoal no atendimento, espera de duas, três horas. Creio que está havendo um desmonte horrendo do banco para futura privatização definitiva”, afirmou.

O funcionário do BB explica que à dificuldade no atendimento se soma a cobrança exaustiva de metas, o que causa um desgaste ainda maior nos trabalhadores.

“Sofremos pressão por parte dos clientes e usuários insatisfeitos na forma de reclamações, brigas, gritos, ofensas. E por parte da instituição, que impõe cada vez mais metas, podendo tirar sua comissão a qualquer momento com essas reestruturações. E a perspectiva de crescimento só reduz – ou por desestímulo, ou por redução cada vez maior de vagas. Enfim, o horizonte está cinza pros bancários do BB”, completou o bancário. Seeb SP

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