Bancários Joinville presentes no Seminário de 1° de Maio da UGT
São Paulo – Entre os dias 25 e 27 de abril, diretores do Bancários Joinville representaram os bancários de sua base participando do Seminário “A Quarta Revolução Industrial, seus Impactos no Mundo do Trabalho e a Construção de uma Nova Sociabilidade Baseada na Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” realizado pela UGT – União Geral dos Trabalhadores.
Com a presença do governador de São Paulo, Márcio França, de líderes sindicais da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e das demais centrais e de lideranças políticas, Ricardo Patah, presidente da UGT, abriu o seminário:
“Este evento é uma comemoração ao Dia do Trabalhador e uma oportunidade para debatermos caminhos para superar essa reforma criminosa que é a trabalhista. Além disso, vamos falar sobre um tema que tem sido muito recorrente: a tecnologia. Ela está expressa em todas as áreas, traz muitos benefícios, mas, se não tomarmos cuidado, vai causar ainda mais desemprego. No segundo dia de seminário, vamos receber os presidenciáveis para um debate. Este ano temos eleições e o voto é nossa melhor arma. É importante, na hora de votar, escolher políticos que estejam longe da corrupção, que tenham capacidade de gestão e gostem do cheiro do povo”, disse Patah.
Márcio França, governador de São Paulo, falou sobre a importância da união neste momento: “Retiraram a força acumulada pelo movimento sindical ao longo de muitos anos. Mas o poder pertence ao povo e, juntos, vamos recolocar as coisas no lugar. Não adianta ter um crescimento que reforce as desigualdades. Respeito muito quem se dedica a questões públicas e a UGT pode contar comigo. Nesse momento da Quarta Revolução, temos que qualificar o trabalhador, pois muitas coisas serão robotizadas, mas o serviço depende da criatividade e da força humana”.
Entre os componentes da mesa de abertura, estavam Canindé Pegado, secretário Geral da UGT; Chiquinho Pereira, secretário de Organização e Políticas Sindicais da UGT; os presidentes das UGTs estaduais; Ana Cristina Duarte, secretária de Assuntos da Diversidade Humana da UGT; os vice-presidentes da UGT, deputado Davi Zaia, Roberto Santiago e Salim Reis; a secretária da Mulher da UGT, Regina Pessotti; Josi Camargo, secretária de Formação Sindical da UGT; Rumiko Tanaka, secretária da Criança e do Adolescente da UGT; Jana Silvemann, do Solidarity Center/AFL-CIO; Juruna, secretário Geral da Força Sindical; ministro Carlos Eduardo Gabas; a vereadora Adriana Ramalho; Pedro Soma, secretário adjunto da Secretaria Municipal do Trabalho; deputado Ramalho da Construção; Clemente Lucio, diretor técnico do Dieese; entre outros.
Valdemar Luz falou sobre a importância da realização deste evento e enfatizou ambos temas centrais que nortearam os debates: a 4ª Revolução Industrial e os impactos da reforma trabalhista:
“De que forma a nova tecnologia, as novas profissões e a nova forma de produção impactam no emprego diretamente? Estamos experimentando uma nova relação entre capital e trabalho, provocada por uma reforma trabalhista que é extremamente danosa”.
“O cerceamento do trabalhador à Justiça do Trabalho, o trabalho intermitente, que tira o trabalhador da condição formal para uma espécie de ‘bico legalizado’, e a proposta de permitir que mulher grávida trabalhe em local insalubre. Isso é desumano e irresponsável”.
“O movimento sindical precisa ficar atento, pois já são mais de 13 milhões de desempregados, mais uns 11 milhões vivendo na informalidade e essa situação não deve melhorar se não houver uma racionalidade na aplicação das novas tecnologias, no desenvolvimento da economia e assim por diante”, comentou o dirigente.
Pré-candidatos à presidência do Brasil
Na segunda parte do evento a UGT organizou um amplo debate com os principais pré-candidatos a presidência da repúblicade. Todos os presidenciáveis foram convidados e cinco puderam comparecer.
Segue um breve resumo de cada fala, pela ordem:
Geraldo Alckmin
No seu discurso, Alckmin anunciou que pretende dobrar o salário dos trabalhadores brasileiros. “Na minha gestão nós vamos dobrar o salário da população sanando os problemas fiscais e ampliando a educação básica de qualidade”, disse o ex-governador.
Alckmin enfatizou que o Brasil é um país caro, com baixos investimentos e com perda de competitividade, mas totalmente dependente do mercado interno, assim o pré-candidato propôs ampliar a participação estrangeira com maior abertura comercial. “Sobra dinheiro no mundo e é preciso a gente trazer esse dinheiro”, disse Geraldo.
O pré-candidato ressaltou que é preciso realizar uma profunda reforma política, tanto em relação a quantidade de partidos, quanto em relação ao formato das eleições, que sejam distrital ou distrital mista.
Defendeu também que em relação a previdência, o Brasil precisa respeitar o teto do INSS tanto para o funcionalismo público, quanto para o contribuinte geral.
O ex-governador anunciou uma simplificação tributária, para que o Brasil deixe de ser um país que depende simplesmente dos tributos que pesam sobre o consumo, o que é prejudicial, principalmente, os mais pobres. Sua proposta é que esses tributos sejam cobrados principalmente sobre a renda e os patrimônios.
Alckmin lembrou que o FGTS hoje tem uma correção baixíssima, por isso pretende implantar a correção pela Taxa de Longo Prazo (TLP), que é a correção monetária mais juros. Reforçou que no SUS é preciso aumentar o investimento, melhorando a gestão e foi enfático ao afirmar que a reforma trabalhista tem diversas falhas, principalmente no que tange o custeio sindical, o trabalho intermitente, o trabalho insalubre para gestantes e lactantes, entre outros.
Segundo Geraldo, o maior desafio do mundo moderno é a geração de emprego, que isso só acontecerá com o fortalecimento da prestação de serviço. “A indústria está cada vez mais automatizada, no setor rural também, assim, somente o setor de serviços poderá segurar os empregos”.
Com relação a segurança, Alckmin destacou como principais problemas o tráfico de drogas, armas e o contrabando, que tira o emprego do povo brasileiro. “Resolveremos isso com tecnologia para vistoriar as fronteiras e diálogo com nossos vizinhos que são produtores de entorpecentes”, concluiu.
Ciro Gomes
Ciro Gomes, candidato pelo PDT, foi o segundo participante, logo após Geraldo Alckmin, a palestrar e debater com os líderes sindicais e políticos presentes.
Para ele, o problema do Brasil está na baixa sindicalização dos trabalhadores e na estrutura econômica.
“Hoje, temos o maior índice de endividamento de pessoas, famílias e empresas. Ou encaramos esse problema ou não tem crescimento no País”.
Reforma trabalhista: “Essa lei tem que ser revogada. Reforma é necessário e não temos medo dela, mas é preciso acontecer a partir de um amplo debate com sociedade, entidades sindicais, organismos internacionais e por aí vai. É preciso se adaptar às novas relações de trabalho. Nenhuma nação cresce sem trabalhadores organizados, liderados, politizados, informados. E isso é função dos sindicatos. A elite quer acabar com o movimento sindical para exterminar o mínimo de organização dos trabalhadores. Por isso, se unam. Filiem-se aos sindicatos e, assim, se fortaleçam. Isso fará toda a diferença para o nosso País”.
Marina Silva
Em sua explanação, a presidenciável avaliou os principais problemas que o Brasil enfrenta atualmente, focando principalmente na perda vertiginosa de empregos para as máquinas, o que fomenta a miséria e aumenta a desigualdade social, gerando violência e criminalidade.
Marina focou na educação e qualificação profissional como fatores preponderantes para que a população consiga enfrentar as mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho.
“A geração de emprego hoje é uma preocupação mundial, assim já estão discutindo a criação de um bolsa família global, por conta dessas mudanças no sistema de produção”, disse Marina.
Segundo Marina, é preciso resolver os problemas estruturais do país, pois hoje já são 14 milhões de desempregados, o Brasil chegou a ser a quinta economia do mundo estando agora na nona posição, tendo como consequência que muitas das pessoas que saíram da miséria absoluta, hoje já retornaram. “Minha meta será para que o Brasil torne-se um país próspero , porque sem prosperidade não há emprego, distribuição de renda ou de riquezas”.
Com foco na segurança pública, a candidata afirmou que é preciso construir um plano de nacional de segurança e não “um puxadinho”, e exemplificou o Rio de Janeiro, que não é o estado mais violento do Brasil, mas o plano de segurança atual está voltado para lá.
A candidata encerrou sua participação falando que o Brasil é um país que pode e deve buscar a implantação de energia limpa e barata. Usou o exemplo da energia solar produzida por meio de garrafas pet e que isso gerará empregos qualificados para a implantação e manutenção.
Marina Silva ressaltou que a reforma trabalhista gerou insegurança jurídica e que este é o momento da postura vencer a estrutura. “Hoje a postura vencerá a estrutura do dinheiro e a estrutura do marqueteiro”, finalizou.
Aldo Rebelo
Desemprego: “Este é o maior desafio do presidente da República. O desemprego não é só uma chaga social. É também espiritual, pois, além de provocar a falta de meios para sobreviver, traz infelicidade, tristeza, frustração”.
Rebelo explica que o número de desempregados é muito maior, “pois não são contabilizados, por exemplo, aqueles que estão no mercado informal, sem procurar emprego”.
O pré-candidato afirma que a solução para esse quadro é a retomada do crescimento da economia. “Sem esse crescimento, não tem solução para nada”.
Sobre a reforma trabalhista, Aldo Rebelo expôs: “Deixaram os empresários com o Sistema S, mas cortaram o dinheiro do trabalhador. Ou seja, ficou mais desequilibrada uma relação que já era desigual. O trabalhador precisa de proteção, de capacidade de defesa e tem o direito de financiar quem o defende e protege”.
Guilherme Afif Domingos
O presidenciável ressaltou que o Brasil é um país que, apesar de todas as dificuldades, precisa se focar no micro e no pequeno empreendedor.
“Os grandes têm financiamento do BNDS para investir em maquinário e tecnologia, os pequenos e médios empresários valorizam o trabalhador”, disse Afif.
O candidato ressaltou que com educação de qualidade e emprego decente é possível combater, de forma efetiva a violência. Propôs uma candidatura com visão de futuro e de união para o Pais.
Segundo Guilherme, a UGT foi muito feliz em escolher para o seminário o tema da revolução industrial 4.0, pois na sua visão, não existe política social que não gere emprego e distribuição de renda.
Para o pré-candidato, a crise política que estamos vivenciando atualmente se dá justamente porque na história brasileira, este é um país que foi construído de cima para baixo, o que proporciona o mar de lama que está sendo exposto atualmente. “O Brasil precisa ser construído de baixo para cima, assim a gente evita essas cenas de maracutaia que vemos hoje”, concluiu Afif.
UGT com edição Bancários Joinville