Campanha Salarial

Bancos frustam bancários na negociação – greve prossegue

Pela segunda vez os bancos voltaram à mesa de negociação com os representantes do movimento sindical e não apresentaram proposta nenhuma. Na tarde dessa quinta-feira 15, novamente insistiram no índice de reajuste de 7% – que representa 2,39% abaixo da inflação – com abono de R$ 3.300.

Representantes orientam que a mobilização deve continuar, e cada vez mais forte até que uma proposta decente seja apresentada. Nesta sexta-feira 16, a paralisação nacional chega ao 11º dia. Segundo informações da Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação – CEBNN/CONTEC, na maioria das capitais, 100% das agências ficaram fechadas. No interior, o movimento paredista se intensifica. Mais de 13.000 estabelecimentos bancários estão com suas atividades paralisadas.

Desde a entrega da pauta, em 9 de agosto, foram realizadas oito rodadas de negociação. Além de manter a proposta de reajuste rebaixado, os bancos recusam assumir um compromisso de proteção aos empregos, fundamental para os bancários. Somente nos sete primeiros meses deste ano, quase 8 mil postos de trabalho foram extintos pelas cinco maiores instituições (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa).

Joinville e região

A greve continua aumentando em Joinville, que nesta quinta-feira, dia 15, teve 55 agências paralisadas de um total de 63. Continuam com atendimento em Joinville apenas as seguintes agências: Banco do Brasil – prédio do Centro e Anita Garibaldi. Caixa Federal – atendimento parcial nas agências Costa e Silva, Vila Nova, Orquídeas e Iririú. Banrisul segue com suas duas agências abertas.

Na base do Sindicato a greve segue com paralisação de agências em Itapoá, Barra do Sul, Araquari, São Francisco e Barra do Sul. Das 18 agências nas cidades satélite do Sindicato, temos 6 agências fechadas.

Desrespeito com a categoria, desrespeito com os clientes

Valdemar Luz, presidente do Bancários Joinville diz: “Um absoluto descaso da Fenaban, total desrespeito com a categoria e com os clientes! Clamamos aos colegas que ainda estão nas agências, que se unam aos nosso movimento, pois só assim vamos dobrar os patrões. Enquanto tivermos forças, vamos em frente!” – conclui.

Principais reivindicações

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real; PLR: 3 salários mais R$8.317,90; Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último); Vale alimentação: R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo); Vale refeição: R$ 880,00 ao mês; 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 880,00 ao mês; Melhores condições de trabalho: Fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; Emprego: Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): Para todos os bancários; Auxílio-educação: Pagamento para graduação e pós; Prevenção contra assaltos e sequestros: Permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários; Igualdade de oportunidades: Fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Lucros exorbitantes x desemprego

Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos. A população também paga o pato, com a ganância dos banqueiros. A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano.

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