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BB Digital: modelo implantado causa preocupação ao Sindicato

BB Digital: Modelo implantado pela direção da empresa causa preocupação no Sindicato e será tema de pesquisa
O Sindicato solicita aos colegas do Banco do Brasil que trabalham no BB Digital, que nos mandem depoimentos através do e-mail contato@bancariosjoinville.com.br, pois estamos realizando estudo sobre o tema: “Quais foram os impactos da implantação do BB Digital na rotina dos trabalhadores?”. Seus dados serão mantidos sob absoluto sigilo.

Segue artigo de autoria de Luiza Bezerra, diretora da FETRAFI/RS, funcionária do Banco do Brasil e integrante da Coordenação Nacional da CTB Bancários:

BB DIGITAL: BOM PRA QUEM?

O Banco do Brasil vem implementando nos últimos meses seu novo modelo de atendimento aos clientes: o BB Digital. Trata-se da retirada das carteiras Personalizado (PF) e Empresa e Pequena Empresa (PJ) das agências, colocando-as em Escritórios Virtuais. O BB tem vendido o modelo como se fosse melhor tanto para o cliente como para o funcionário. Será mesmo?

Num mundo em que a tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia, muitas vezes facilitando a resolução das mais variadas questões, não é possível que sejamos contra a utilização dos canais virtuais, inclusive, pelos bancos. O problema não está no digital, e sim no modelo de banco que está por trás de sua implementação, semelhantes em todas as instituições financeiras: menos funcionários, mais clientes, mais metas e voltado para a alta renda. Esse modelo vem acompanhado da prática realizada pelo Banco do Brasil de jogar os clientes de baixa renda ao correspondente bancário, que nada mais é que uma terceirização (má) camuflada de trabalho bancário.

Todos esses fatores juntos indicam uma redução de postos de trabalho dentro do BB e de outros bancos que têm adotado um modelo semelhante, bem como o fechamento de mais agências bancárias (em Porto Alegre, somente nesse início da implementação, irão fechar 2 agências do BB). Os dados demonstram que essa redução de pessoal já está acontecendo: desde o final de 2012 até março de 2016, o BB acabou com 4.318 postos de trabalho. As contratações realizadas no período não compensaram as demissões e nem os pedidos de adesão ao Plano de Aposentadoria Antecipada de 2015.

Ao criar esse modelo, o BB se espelha nos bancos privados, como Itaú e NU Bank. Enquanto no primeiro temos presenciado problemas de superlotação das agências por falta de funcionários e a centralização dos canais digitais apenas em São Paulo, no segundo sequer temos bancários. Ou seja, o modelo digital tem servido para atacar fortemente os postos de trabalho dos bancários e bancárias, além de precarizar o atendimento à população de baixa renda, principal cliente presencial das agências. Além disso, o Banco não está dando opção real para seus clientes: ou migra para o BB digital ou fica com um atendimento sem gerente de contas nas precarizadas agências. O BB, sem levar em conta a questão cultural da população brasileira, a qual boa parte ainda prefere o contato presencial, está fazendo com que as agências fiquem ainda mais lotadas e, agora, com menos pessoal para dar conta desse atendimento.

O Banco do Brasil precisa retomar seu papel de banco de público, ajudando a desenvolver o Brasil, garantindo crédito acessível a todos, fomentando as políticas sociais do Estado e valorizando seu funcionalismo. Por isso, somos contra qualquer modelo que vise à redução dos postos de trabalho, o fechamento de agências, o aumento das metas abusivas e a segregação discriminatória de clientes. Precisamos utilizar a tecnologia a nosso favor, facilitando o relacionamento com cliente; porém, defendendo o modelo de banco que queremos: com mais funcionários, sem fechamento de agências, com o fim da terceirização do trabalho bancário, sem a imposição de metas e a serviço do desenvolvimento nacional.

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