Banco do BrasilBancosBradescoItaú

BB, Itaú e Bradesco: festival de lucros no 3° trimestre

Lucro do Banco do Brasil cresce 5,2% no trimestre

Provisões para eventuais calotes subiram 31,9% no período, totalizando R$ 19,4 bilhões, e impactando no resultado, segundo o banco; foram fechados 1.766 postos de trabalho em 12 meses, reforçando o movimento de encolhimento da empresa pública

Joinville – O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 10,189 bilhões nos primeiros nove meses de 2020. O resultado representa queda de 22,9% em relação ao mesmo período de 2019. No trimestre, o lucro foi de R$ 3,482 bilhões, com crescimento de 5,2% em relação ao segfundo trimestre do ano.

De acordo com o banco, o lucro foi impactado pelas provisões para lidar com devedores duvidosos – “PCLD Ampliada” (+47,9% no trimestre), além do impacto positivo da margem financeira bruta de 7,1% e a queda do risco legal de 58%. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado caiu 4,6 pontos percentuais em doze meses, chegando em 10,3%.

Ao final de nove meses de 2020, o BB contava com 92.106 funcionários, com fechamento de 1.766 postos de trabalho em doze meses e, entre março e setembro de 2020, queda de 651 postos de trabalho.

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias caíram 1,8% em um ano, alcançando R$ 21,3 bilhões, enquanto, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, caíram 1,2% no mesmo período, totalizando R$ 16,3 bilhões. Com isso, apenas com o que arrecada em serviços e tarifas bancárias, o banco cobre suas despesas de pessoal, incluindo PLR, em 130,5% no terceiro trimestre de 2020.

Isso vale dizer que só com o que arrecada de serviços e tarifas cobradas dos clientes, o banco consegue pagar toda a folha de pagamento e ainda sobra. Mas ao invés de contratar empregados para diminuir a sobrecarga e prestar melhor atendimento aos clientes e população, a direção do banco controlado pelo governo federal e por acionistas prefere cortar postos de trabalho, reforçando a política de encolhimento das empresas públicas, uma característica típica da equipe econômica atual.

O Banco do Brasil abriu 67 agências e fechou 294 postos de atendimento bancário, desde setembro de 2019.

A carteira de crédito ampliada teve crescimento de 6,4% em doze meses e pequeno aumento de 1,2% no trimestre, totalizando R$ 730,9 bilhões. No segmento de pessoas físicas, cresceu 6,2%, totalizando R$ 222,6 bilhões, com destaque para o empréstimo consignado (+15,3%) e o crédito renegociado (+20,1%).

No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 7,9%, totalizando R$ 274,6 bilhões, com destaque para o crédito voltado às Micro, Pequenas e Médias Empresas, que cresceu 10,5%, especialmente na linha de capital de giro (+24,7%). A carteira do agronegócio (que representa 55,2% do segmento no país) cresceu 4,2% em doze meses, chegando a R$ 190,5 bilhões.

O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,4%, com redução de um ponto percentual em relação a setembro de 2019, igual à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,4%).

O Banco do Brasil segue encolhendo de tamanho, haja vista a redução de postos de trabalho. Para piorar, a cúpula da empresa pública, no comando do seu ex-presidente Rubem Novaes, está implicada em uma série de denúncias que envolveriam tráfico de influência, omissão, censura e de patrocinar sites de fake news.

Tal cenário comprova o pouco apreço do governo atual pelo patrimônio público, o que prejudica toda a população, já que o Banco do Brasil possui uma função fundamental na concessão de crédito subsidiado para a agricultura familiar e que, se não existisse, resultaria em alimentos ainda mais caros para os brasileiros. Por tudo isto, o Banco do Brasil precisa ser defendido por toda a sociedade.

Lucro do Itaú sobe 19,6% no terceiro trimestre de 2020

Despesas com provisão para possíveis calotes cresceram 74,8%, totalizando R$ 24,3 bilhões; mesmo em meio à crise causada pelo coronavírus, banco obteve R$ 13,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, reforçando motivos para contratar ao invés de demitir

Nos primeiros nove meses de 2020, o Itaú obteve lucro líquido recorrente de R$ 13,148 bilhões. O resultado consolida alta de 19,6% no trimestre (o lucro do 3º trimestre foi de R$ 5,030 bilhões, ante R$ 4,2 bilhões no trimestre anterior), e redução de 37,6% em relação ao mesmo período de 2019.

De acordo com o banco, o resultado mantém os sinais de melhora no terceiro trimestre de 2020, com crescimento da carteira de crédito em todos os segmentos.

Ao final do terceiro trimestre de 2020, a holding contava com 84.272 empregados no país, com uma queda de 71 postos de trabalho em relação ao trimestre anterior, e crescimento de 736 vagas em doze meses.

Segundo o relatório do banco, em nove meses, houve contratações na área de tecnologia, além de terem sido incorporados ao banco, no segundo trimestre, 1.448 trabalhadores da ZUP, empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 1,1% em doze meses, totalizando R$ 29,1 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, caíram 13,2%, somando R$ 17,9 bilhões. Com isso, apenas com o que arrecada em serviços e tarifas bancárias, o banco cobre suas despesas de pessoal, incluindo PLR, em 163% no período.

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, caiu 0,8 ponto percentual, ficando em 2,6%. Ainda assim, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 74,8% no Itaú, totalizando R$ 24,3 bilhões.

Em doze meses, foram fechadas 203 agências físicas (sendo 28 no trimestre), e não foi aberta nenhuma agência digital, totalizando 3.127 e 196, respectivamente.

O retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) foi de 14,1%, com queda de 9,5 pontos percentuais (no Brasil ficou em 14,4%, com queda de 10,3 pontos percentuais).

A Carteira de Crédito do banco cresceu 20,4% em doze meses e 4,4% no trimestre, atingindo R$ 847 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 3,5% em relação a setembro de 2019, chegando a R$ 237,7 bilhões, com destaque para veículos (+19,6%) e crédito imobiliário (+14,3%).

As operações com micro e pequenas empresas (MPE) no país somaram R$ 122,5 bilhões, com alta de 36,9% em doze meses, e a carteira de grandes empresas variou 24,2% e totalizou R$ 264,8 bilhões para o mesmo período. A carteira de crédito para a América Latina apresentou alta de 29,8% no período, totalizando R$ 222 bilhões.

Um item com forte impacto nos resultados do banco foi a conta de impostos e contribuições, que passou de uma despesa de, aproximadamente, R$ 5,8 bilhões para uma receita de R$ 14,6 bilhões, devido à entrada de créditos tributários, revertendo o resultado negativo antes dos impostos de R$ 4,6 bilhões.

Bradesco lucra R$ 5,031 bilhões no 3º trimestre

Resultado representa crescimento de 29,9% em relação ao trimestre anterior; ainda assim, banco extinguiu 3.338 empregos em doze meses. Entre o final de março e o de setembro, foram fechados 1.300 postos de trabalho, apesar do compromisso público assumido pelo Bradesco de não demitir na pandemia

O Bradesco lucrou R$ 5,031 bilhões no 3º trimestre de 2020, resultado que representa crescimento de 29,9% em relação ao trimestre anterior. O lucro do banco nos primeiros nove meses do ano soma R$ 12,657 bilhões, com queda de 34,2%, em relação ao mesmo período de 2019. Entretanto, o resultado foi fortemente impactado pela chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), a despesa feita pelos bancos para cobrir possíveis calotes. Por conta da crise do coronavírus, em 12 meses o banco aumentou o PDD em 68,9%, mesmo que no mesmo período o índice de inadimplência superior a 90 dias tenha registrado queda de 1.3 ponto percentual, ficando em 2,3%.

Mesmo continuando lucrando alto, com um grande crescimento do segundo para o terceiro trimestre, e registrando diversos indicadores positivos no seu balanço, o Bradesco encerrou os primeiros nove meses de ano com 95.934 empregados, com redução de 3.338 postos de trabalho em doze meses e 772 agências fechadas no período. Entre o final de março e o de setembro, foram fechados 1.300 postos de trabalho, apesar do compromisso assumido pelo banco de não demitir durante a pandemia e 605 agências.

Somente com o que arrecada com serviços e tarifas bancárias, receita secundária, o Bradesco cobre em 135,4% o total das suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.

A carteira de crédito expandida do banco apresentou alta de 11,7% em doze meses e 0,5% no trimestre, atingindo R$ 664,4 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 9,6% em doze meses, chegando a R$ 243,4 bilhões. Os destaques no segmento foram o financiamento imobiliário (+21,8%) e o crédito consignado (+10,2%). Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$421,0 bilhões, com crescimento de 12,9% em doze meses.O segmento de grandes empresas cresceu 11,5%, enquanto a carteira de Micro, Pequenas e Médias Empresas teve alta de 16,3%.

webmaster

A página do Sindicato dos Bancários de Joinville é um instrumento de informação, formação e interação com a categoria e a comunidade em geral.

Deixe um comentário