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Bradesco lucra R$ 7,6 bilhões no primeiro semestre de 2020

Joinville – O Bradesco lucrou R$ 7,626 bilhões no primeiro semestre de 2020, queda de 40% em relação ao mesmo período de 2019 e crescimento de 3,2% na comparação com o trimestre anterior.

O resultado abaixo do esperado deve-se ao reforço da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que é a despesa feita pelos bancos para cobrir possíveis calotes. Por conta da crise do coronavírus, o banco aumentou essa provisão em R$ 3,8 bilhões.

Porém, ao analisar outros números do balanço divulgado nesta quinta-feira 30, o resultado do Bradesco apresenta vários indicadores positivos. Pelo balanço do banco, é possível observar que a atividade econômica está em crescimento, seja na carteira de clientes, na oferta de crédito. Ele também teve uma boa economia com despesas de funcionários e esses números reforçam que mesmo em uma economia parada e com outros setores em crise, o resultado do Bradesco foi muito bom, especialmente se comparado a outros setores da economia brasileira que estão em crise.

“Por isso o Bradesco e demais bancos têm condições de atender às reivindicações da categoria que estão em Campanha Salarial”, assevera Valdemar Luz, presidente do Sindicato dos Bancários de Joinville e Região.

Fechamento de agências

Houve redução de 2.411 postos de trabalho em doze meses e foram fechados 414 agências no mesmo período. Sendo que 447 postos de trabalho foram extintos apenas no período entre abril e junho, e nesse mesmo período foram fechadas 233 agências. Em reunião com o banco, o movimento sindical questionou esses números, já que o Bradesco firmou compromisso de não demitir sem justa causa durante a pandemia.

Outros números

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias do Bradesco nos úlimos 12 meses totalizou R$ 12,9 bilhões. As despesas de pessoal, incluindo a PLR, também caíram no período (-4,6%). De acordo com o relatório, esse resultado das despesas de pessoal reflete “benefícios com o plano de desligamento voluntário (PDV) de 2019”, e, no trimestre, à queda na despesa com PLR, em função da queda no lucro. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 127,1%.

Já o retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 11,8%, com redução de 8,8 p.p. em doze meses. De acordo com o relatório do banco, as reduções do lucro líquido no período estão relacionadas, principalmente, às maiores despesas com PDD, que foram impactadas pelo reforço de provisão de R$ 3,8 bilhões, em consequência do cenário econômico adverso (de isolamento social em função da pandemia do COVID-19).

Um item com forte impacto nos resultados da instituição foi a conta de impostos e contribuições, que passou de uma despesa de, aproximadamente, R$ 3,8 bilhões para uma receita de R$ 16,7 bilhões, devido à entrada de créditos tributários, revertendo o resultado negativo antes dos impostos, de R$ 9,7 bilhões.

A carteira de crédito expandida do banco apresentou alta de 14,9% em doze meses e 0,9% no trimestre, atingindo R$ 661,1 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 12,3% em doze meses, chegando a R$ 236,0 bilhões. Os destaques foram o crédito pessoal com elevação de 22,1%, financiamento imobiliário alta de 18,8%, o crédito rural em alta de 18,0% e o crédito consignado elevação de 14,2%.

Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 425,1 bilhões, com crescimento de 16,4% em doze meses. O segmento de grandes empresas cresceu 18,2%, enquanto a carteira de Micro, Pequenas e Médias Empresas, cresceu 11,7%.  O Índice de Inadimplência superior a 90 dias caiu 0,2 ponto percentual em doze meses e ficou em 3,0%. As despesas com devedores duvidosos (PDD), por sua vez, subiram 46,6%, totalizando R$ 15,5 bilhões, em função da perspectiva do banco frente ao cenário econômico atual.

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