Campanha Salarial 2024 – 3° mesa com Caixa Federal: Reunião do dia 19 de julho
Os representantes dos bancários da Caixa Econômica Federal reiteraram a cobrança, nesta sexta-feira 19, em reunião de negociações realizada em São Paulo, para que o banco tenha mais compromisso com a promoção de medidas de respeito à diversidade e de inclusão das pessoas com deficiência (PCD) e neurodivergentes. Representantes do Comitê de Diversidade da Caixa também participaram da reunião e entregaram ao banco um documento com considerações sobre o Programa de Diversidade e Inclusão da Caixa. O banco se comprometeu a manter contato com as gerências regionais de pessoas (Gipes) e as representações regionais (Repes), que estão previstas para voltar a funcionar no dia 5 de agosto, para acertar esta organização e, na semana que vem, antes do evento específico que será realizado pela Caixa no dia 26, se reunir com os representantes do Comitê.
Os representantes da Caixa afirmaram que o banco não é contrário a inclusão de cláusulas em relação à diversidade no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e, diante dos muitos pontos a serem tratados, se dispôs a continuar as negociações sobre as políticas voltadas às PcD em uma mesa específica, no mês de agosto. Mas disseram que as reivindicações que envolvem custos para o banco precisam ser negociadas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Igualdade salarial
Diante da afirmação da Caixa de que no banco não há diferença salarial entre homens e mulheres e que a remuneração é definida de acordo com os cargos ocupados, a representação dos empregados observou que, neste caso, o problema está na falta de ascensão na carreira. Não há salário diferente para o mesmo cargo, mas os dados mostram que as mulheres têm menos acesso aos cargos de direção. Os cargos com salários maiores são restritos aos homens e aí se dá a diferença. E quando apontamos esta questão, tem gente que vem com argumentos ultrapassados e preconceituosos de que para ascender na carreira é preciso ter qualificação. E, mais uma vez, os dados mostram que as mulheres, mesmo tendo melhor qualificação, são preteridas nas seleções para cargos de direção e têm remuneração menor do que as dos empregados homens.
Gestão pelo medo
Os representantes dos empregados citaram casos de denúncias levadas à Caixa por empregadas vítimas de violência doméstica que foram expostas. Se existe um canal de atendimento às mulheres vítimas de violência na Caixa, este canal é muito mal divulgado. Uma superintendência recebeu uma denúncia e, ao invés de dar o encaminhamento devido, levou o caso para a ouvidoria do banco. E ainda lembraram também das denúncias que foram “engavetadas” na gestão passada e, depois que foram divulgadas pela imprensa levou à queda de Pedro Guimarães, então presidente da Caixa. Faz dois anos que toda a imprensa divulgou as denúncias de assédio moral e sexual de um ex-presidente da Caixa. E isso permanece sem resposta. O Pedro Guimarães vai continuar impune e fazendo piadinha sobre o caso nas redes sociais? Ele atingiu a todos nós e a imagem do banco e continua atingindo. Como as mulheres vão confiar que podem denunciar se o agressor permanece impune?”, questionou a CEE Caixa.
Os dirigentes ressaltaram ainda que, em muitos casos de denúncias, a empregada é transferida para outra unidade para evitar que a vítima tenha que manter contato com o agressor, mas que, por diversas vezes, acaba perdendo a função e a gratificação a ela destinada, gerando queda da remuneração. A reivindicação é para que a Caixa garanta a manutenção da função para evitar a queda na remuneração.
Tecnologia e sistemas
Ainda na área de tecnologia, os empregados reivindicam que a Caixa invista na aquisição e manutenção de equipamentos, softwares e demais tecnologias, adotando medidas efetivas contra a indisponibilidade de sistemas. A indisponibilidade de sistemas não pode prejudicar a vida funcional dos empregados. Os inúmeros problemas de sistema afetam a vida funcional dos empregados e isso precisa ser resolvido. Estes investimentos devem ser feitos com responsabilidade e pensando em solucionar problemas dos trabalhadores, não única e exclusivamente pensando no aumento da produtividade.
Outros pontos
Sobre as ausências permitidas, além das que já constam no ACT, foram inseridas na minuta de reivindicações entregue à Caixa, a permissão de ausências para acompanhar parentes em internações sem limite de dias, ausências específicas com relação a sintomas menstruais graves, ausências para acompanhar dependentes PcD em tratamentos e terapias. Também foram feitas alterações nas reivindicações sobre escala de férias.