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Campanha Salarial 2024 – 5° mesa com FENABAN: Reunião do dia 25 de julho

Em mesa sobre saúde, a Fenaban negou a relação entre gestão e adoecimento da categoria, mesmo diante dos dados alarmantes apresentados pelos representantes dos bancários. A mesa, nesta quinta-feira (25), foi a quinta rodada de negociação no âmbito da Campanha Salarial dos Bancários 2024.

Os sindicalistas apresentaram dados alarmantes que comprovam que os bancários são uma das categorias que mais adoece em função do trabalho, principalmente psiquicamente. Por isso, os representantes dos trabalhadores exigem o fim da gestão voltada apenas a metas e resultados nos bancos, combatendo as metas abusivas e o assédio moral, dois dos principais fatores desse adoecimento. Os números do INSS comprovam a verdadeira epidemia de doença mental entre a categoria: em 2022, os bancários chegaram a 25% dos afastamentos acidentários relacionados à Saúde Mental e Comportamental. O problema é ainda mais assustador quando se leva em conta que muitas vezes a perícia médica nega o nexo causal (a relação de causa entre a doença e o trabalho) e quando se considera a subnotificação e também os milhares de bancários que continuam trabalhando mesmo adoecidos, por medo de perderem seus empregos.

Outro dado importante é que, apesar de representar 0,8% do emprego formal no Brasil, em 2022, a categoria bancária respondeu por 3,7% dos 105,2 mil afastamentos acidentários e 1,5% dos 928,5 mil afastamentos previdenciários naquele ano. Os dados mostram que o afastamento bancário é três vezes maior que a média geral.

Reivindicações

As metas nos bancos aumentam constantemente, não levam em consideração a realidade das agências e departamentos, são estabelecidas sem a participação dos empregados e seus mecanismos de aferição não são transparentes. Tornam-se, portanto, uma das principais fontes de angústia e ansiedade entre os trabalhadores. Assim, na pauta entregue à Fenaban, os bancários reivindicam:

  1. Que as metas sejam ajustadas em comum acordo com os empregados no início do ano ou no semestre e, após a sua definição, não poderão ser alteradas para prejudicar os trabalhadores;
  2. Que as metas sejam fáceis de serem computadas e verificadas pelos trabalhadores, pois as métricas hoje são impossíveis de serem verificadas;
  3. Que a empresa divulgue a todos os funcionários, os parâmetros e dados utilizados para o cálculo e definição das metas;
  4. Que as metas sejam reduzidas proporcionalmente nas hipóteses de afastamentos, licenças, férias, ausências ou feriados;
  5. Que seja vedada a individualização de metas ou qualquer tipo de comparação entre os resultados obtidos, seja por agência, região ou ranking;
  6. Fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas, entre outros pontos.

Chega de assédio moral

O assédio moral é institucionalizado nos bancos. Os bancários e bancárias conhecem bem a realidade das cobranças diárias excessivas para o cumprimento de metas, a rotina de desrespeitos, humilhações, constrangimentos e exposições. Na mesa com a Fenaban, os sindicalistas deixaram claro que isso precisa acabar e cobrou respostas para reivindicações que já foram discutidas com os bancos nas mesas temáticas de saúde.

Nas mesas permanentes de saúde, a representação dos bancários definiu cinco prioridades para atualização da cláusula 61: garantia de sigilo absoluto da identidade do denunciante e denunciado (o Sindicato orienta os bancários a denunciarem no canal do Sindicato); redução do prazo de apuração e resposta; participação dos sindicatos em todo o processo, inclusive na apuração; campanhas de prevenção; e formação. Reivindicam ainda que a adesão à cláusula seja obrigatória por todos os bancos, e não facultativa, como é atualmente (hoje é necessária a adesão do banco ao instrumento, o que é feito em acordo aditivo à CCT). Sobre mudança na redação da cláusula 61, a Fenaban concordou em rediscutir a redação, para alinhar às reivindicações da categoria.

Acolhimento humanizado

Os representantes reivindicaram também acolhimento humanizado aos trabalhadores que retornam de licença saúde. Hoje muitos bancários e bancárias perdem suas comissões e suas funções ao retornarem ao trabalho após o afastamento. E o Comando reivindica que a remuneração seja mantida, e que eles não sofram discriminação, perseguição e nem sejam demitidos. E recebam apoio dos bancos para facilitar o processo para concessão de benefícios pelo INSS. A Fenaban disse que vai analisar a legislação para avaliar o pedido da categoria de melhorar a redação das cláusulas relacionadas na CCT.

Direito à desconexão

Os trabalhadores também reivindicaram o direito de os bancários não participarem de reuniões e de não receberem qualquer tipo de mensagem de trabalho após o horário laboral. O direito à desconexão também está relacionado à questão da saúde mental.

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