Campanha SalarialFENABAN

Campanha Salarial 2024 – 6° mesa com FENABAN: Reunião do dia 7 de agosto

A sexta mesa de negociação entre os representantes dos bancários e a Fenaban (federação dos bancos), nesta quarta-feira 7, debateu as reivindicações da categoria para as cláusulas econômicas e discutiu o reajuste bancário 2024. Os bancários querem reajuste salarial com aumento real (acima da inflação) de 5%; reposição da inflação e aumento real de 5% também na PLR e demais verbas de natureza salarial, como auxílio-creche/babá; e reajustes maiores nos vales alimentação e refeição.

O setor bancário é um dos mais lucrativos e rentáveis da economia brasileira e tem todas as condições de atender à reivindicação da categoria por aumento real. Entre 2003 e 2023, o lucro dos cinco maiores bancos cresceu 169% acima da inflação, e a rentabilidade média também tem ficado invariavelmente muito acima da inflação, em média 2,5 pontos percentuais acima, e isso mesmo durante a pandemia. Portanto, não há qualquer desculpa para que os bancos não valorizem seus trabalhadores e trabalhadoras, que constroem diariamente esses excelentes resultados.

A Fenaban falou de aumento de concorrência no setor, diante do surgimento de novas instituições de pagamento. Disse ainda que essa concorrência coloca o setor bancário em risco no país e sugeriu propostas que poderiam precarizar direitos e rebaixar os salários. Os bancos estão chorando de barriga cheia. Mesmo em momentos de crise, a rentabilidade média do setor bancário brasileiro é de 15% acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha de 10% e na Inglaterra 9%. Além disso, hoje 82% do crédito brasileiro e 81% dos ativos do setor financeiro estão nas mãos dos bancos.

Algumas da reivindicações

Entre as principais reivindicações econômicas da categoria estão:

  1. Reajuste nos salários que corresponda à reposição da inflação (INPC acumulado entre 1º de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2024), mais 5% de aumento real;
  2. Reposição da inflação mais aumento real de 5% também para os vales alimentação e refeição;
  3. Reposição da inflação mais aumento real de 5% também nas parcelas fixas e nos tetos da PLR (Participação nos Lucros e Resultados);
  4. Salários de ingresso maiores para todas as funções (de pessoal da portaria, caixas e tesouraria, comissionados a gerentes)
  5. Plano de Cargos e Salários com reajustes anuais de 1%;
  6. 14º salário, entre outras.

Endividamento dos bancários

Os sindicalistas também destacaram na mesa dados de endividamento dos bancários apontados pela Consulta Nacional à categoria: 71% dos participantes disseram ter dívidas (o percentual do endividamento das famílias brasileiras é 78,8%). A principal dívida dos bancários é com cartão de crédito (46%), seguida pelo crédito pessoal (42%), pelo financiamento imobiliário (29%) e pelo cheque especial (22%). Dos endividados, 10% têm dívidas em atraso, e dentre elas, a principal é o cartão de crédito (66%), seguida pelo crédito pessoal com 45%. Os bancos tomem medidas para que os bancários tenham condições justas de saldarem suas dívidas.

Bancos podem valorizar os trabalhadores

Além dos excelentes resultados do setor, apenas com as receitas de tarifas os bancos cobrem em mais de 100% suas folhas de pessoal. Em 2023, a média de cobertura das despesas de pessoal com receitas de tarifas foi de 127%. Soma-se ao bom desempenho dos bancos, o melhor cenário econômico, com o menor índice de desemprego desde 2024 (menos de 7%), uma leve queda no índice de endividamento das famílias e redução gradativa da inflação. O INPC acumulado na última data-base da categoria bancária foi de 4,06%. Atualmente, está em 3,7% e a expectativa para data-base desta negociação é de 4,04%.

A inflação controlada e o mercado de trabalho aquecido contribuem para negociações salariais vantajosas. Segundo levantamento do Dieese com base em mais de 6,7 mil negociações, 86,1% dos reajustes foram maiores que o INPC, e o ganho real médio conquistado foi de 1,59%. Além disso, com o endividamento da população em queda, os bancos puderam reduzir seus PDDs (Provisão para Devedores Duvidosos) e essa redução resultou em aumento nos lucros: só no 1º trimestre deste ano, o lucro dos cinco maiores bancos cresceu 15,2%, totalizando R$ 29,2 bilhões.

Mobilização

“Precisamos que todos os bancários se preparem para mobilizações iminentes. Os banqueiros precisam sentir a força de nossa união. Acompanhe o desenrolar das negociações no site e redes sociais do Sindicato”, assevera Valdemar Luz, presidente do Sindicato. “Na próxima semana queremos respostas às reivindicações que já foram apresentadas nessas seis rodadas”, conclui.

 

Bancários Joinville

Seja sócio, seja sócia do nosso Sindicato e invista em quem te dá a segurança de estar sempre do seu lado.