Campanha Salarial 2024 – 9° mesa com FENABAN: Reunião do dia 21 de agosto
Nesta quarta-feira (21), a Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação da CONTEC e a Federação Nacional dos Bancos realizaram a 9ª rodada de negociações em razão da Campanha Salarial 2024. Pela primeira vez no período, a FENABAN entregou uma proposta ligada às cláusulas econômicas. O reajuste, no entanto, foi de 85% do INPC, muito abaixo do esperado e reivindicado pela categoria bancária. Não houve proposta para a PLR.
Por outro lado, há necessidade de muitos ajustes nas redações propostas pela FENABAN na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, data-base.
Os representantes bancários lutam por recomposição inflacionária e ganho real de 5%, conforme previsto na pauta de reivindicações. O reajuste contempla ainda as perdas de outros benefícios como vales e PLR.
Dos 8.810 reajustes salariais firmados no país em 2021, 86,1% tiveram reajustes acima da inflação, ou seja, aumento real. E os bancos, onde os 4 maiores lucraram R$ 54 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024, propõe perdas salariais para os trabalhadores. Os bancos parecem querer jogar a categoria para a greve. Ao serem cobrados se queriam resolver a campanha na negociação e sabendo que isso requer aumento real, a resposta deles foi que têm compromisso e que trarão no próximo encontro uma proposta englobando todos os temas da mesa.
Perdas salariais
Cálculos do Dieese, feitos no momento da mesa, mostram que o ajuste proposto pela Fenaban (de 85% do INPC) resultaria em perda de 0,57% na remuneração das bancárias e bancários – considerando a projeção da inflação para data-base da categoria, que é de 3,96% em 1º de setembro, o percentual de 85% do INPC equivaleria a um reajuste de apenas 3,37%.
Além disso, esse índice abaixo da inflação colocaria o reajuste bancário entre os 1,4% piores reajustes dentre os 8.810 que foram firmados em 2024.
Bancos choram de barriga cheia
O lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação, entre 2003 e 2023. Para 2024, há sinalização de melhora ainda maior nos resultados. Juntos, quatro dos maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander e BB) lucraram R$ 53,9 bilhões no primeiro semestre, o que representa alta de 13% em relação ao mesmo período de 2023.
De 2003 a 2022, o lucro líquido real dos bancos subiu 270%, enquanto que a remuneração média dos bancários subiu 16%, segundo dados da Rais.
Próxima mesa
Os bancos ainda não trouxeram propostas para a PLR, VA e VR; medidas para a defesa do emprego; contra a terceirização; de combate às metas abusivas; linhas de crédito diferenciadas para os bancários; e de inclusão de PCDs e neurodivergentes, pessoas LGBTQIA+; melhorias na ajuda de custo do teletrabalho; jornada de 4 dias; isonomia salarial entre homens e mulheres, entre outras.
A próxima mesa de negociação será na terça-feira, 27 de agosto.