Clientes do HSBC migram para o Bradesco a partir de outubro
Após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta quarta-feira (8), o Bradesco espera fechar o contrato de compra do HBSC até a primeira quinzena de julho e fazer a transição da carteira de clientes no começo de outubro. As agências e seus funcionários serão mantidos. Mas, com relação aos Centros Administrativos localizados em Curitiba, que empregam 8 mil pessoas, o banco fará um mapeamento das operações para decidir se mantém as estruturas na capital paranaense ou se transfere parte para Osasco, em São Paulo.
Em entrevista à Gazeta do Povo, o vice-presidente do Bradesco Alexandre Glüher afirmou que o banco está fazendo os últimos ajustes para viabilizar o pagamento da operação. O valor da aquisição deve fechar em US$ 5,2 bilhões, conforme divulgado anteriormente, o que será a maior aquisição que o Bradesco já fez em sua história.
Feito o pagamento, inicia-se um período de 100 dias de transição entre as marcas. Até o fim de setembro, as agências e postos de atendimento do HSBC não sofrerão nenhuma mudança e continuarão funcionando com a bandeira do banco inglês.
Durante o período de transição, o Bradesco fará os ajustes no sistema operacional para receber a carteira de clientes do HSBC e dará treinamento aos funcionários. Os clientes do HSBC vão receber uma carta, via Correios, explicando as mudanças.
Migração
A expectativa é que a partir da primeira quinzena de outubro ocorra a migração do HSBC para Bradesco. As fachadas das agências serão mudadas, mas os gerentes e funcionários continuarão os mesmos. Os correntistas vão receber um kit de boas vindas, contendo novos cartões e orientações.
Os pacotes e tarifas do HSBC continuarão valendo para quem já é correntista, mas, a partir de outubro, aqueles que quiserem poderão migrar para pacotes oferecidos pelo Bradesco se acharem mais vantajosos.
Segundo o vice-presidente do Bradesco, todas as agências do HSBC devem ser incorporadas e os empregos, mantidos. Isso porque, de acordo com Glüher, o banco inglês possui um posicionamento regional muito interessante ao grupo brasileiro, que prevê ampliar seu market share em número total de agências para 25%.
“O HSBC é um banco relevante, que possui ativos interessantes, como no estado do Paraná, e uma postura comercial muito próxima da nossa”, diz Glüher. O vice-presidente destaca as carteiras de varejo, grandes empresas e alta renda como fatores de atração para a aquisição.
Centros administrativos
Com relação aos Centros Administrativos do HSBC em Curitiba, que empregam 8 mil pessoas, o Bradesco fará um mapeamento dessas unidades para ter uma visão melhor da atual estrutura administrativa do banco inglês. “Há atividades que eventualmente podem vir para cá (Osasco) ou nossas que podem ir para aí (Curitiba)”, afirmou Glüher.
O vice-presidente afirma que há intenção em fazer um mix dos profissionais que atuam na área administrativa do HSBC com os atuais funcionários do Bradesco, mas que somente após o mapeamento será possível garantir todos os empregos.
Transição sem traumas
Para Alexandre Glüher, o Bradesco e o HSBC possuem operações complementares, o que facilitará a transição e tornará o processo menos traumático a clientes e funcionários. O Bradesco já vinha nos últimos 11 meses se preparando para o período de transição e acredita que conseguirá finalizar o processo em até 100 dias, após a assinatura do contrato de compra.
“O Bradesco é um banco que foi construído a partir de 1943, mas que já passou pelo processo de mais de 50 incorporações”, diz Glüher. Ele afirma que o objetivo é incorporar os melhores processos, funcionalidades e pacotes oferecidos pelo HSBC.
Os profissionais do HBSC também terão acesso às mesmas oportunidades de crescimento profissional que o Bradesco oferece ao seu quadro corporativo, segundo Glüher.
Briga pela liderança
Com a aquisição do HSBC, o Bradesco passa a brigar pela liderança nacional no número de agências e ativos em gestão. A expectativa, segundo o vice-presidente do Bradesco Alexandre Glüher, é aumentar o faturamento do banco brasileiro em 10% a 20% neste ano.
Em relação ao número de agências, o Bradesco salta de 4.507 para 5.358, um crescimento de 18,9%. O banco amplia a sua atuação, principalmente no Sul, região considerada importante para os planos de expansão. O número de correntistas salta dos atuais 26 milhões para 31 milhões, um incremento de mais de 19%.
Os ativos totais do Bradesco aumentarão em 16,2%, ao atingirem o montante de R$ 1,254 trilhão. Outro crescimento expressivo será da carteira de crédito, que subirá 15% e alcançará R$ 545 bilhões. Gazeta do Povo