Contagem regressiva para sabermos se teremos um novo presidente ainda em 2017
A última semana do mês de julho deve ser ainda de agenda tranquila, devido ao recesso do Congresso e do Judiciário, mas será a reta final para negociações dos deputados indecisos sobre a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, programada para o dia 2 de agosto.
Nesta semana, serão intensas as conversas nos bastidores para firmar apoios ente os deputados indecisos. Entre essas movimentações está a aproximação dos tucanos, que estão divididos. Esse embate pode causar um racha maior com o governo, levando Temer a tirá-los de cargos para agradar aos políticos do Centrão.
Nesse movimento de aproximação do PSDB, Temer deverá fazer um aceno ao ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). Pode ocorrer nesta semana a viagem de Temer a Caruaru (Pernambuco), para entregar o primeiro lote de cartões-reforma no reduto eleitoral do tucano. O Palácio do Planalto informou neste domingo que ainda não há previsão da visita, que aconteceria na semana passada e foi desmarcada.
A posição do PSDB, partido aliado ao governo Temer e que ocupa quatro ministérios, tem incomodado outros aliados, que avaliam que os tucanos não merecem tanto espaço na Esplanada dos Ministérios se não querem apoiar o presidente na votação.
Com o discurso de que seguem na base de apoio a Temer para aprovar as reformas econômicas, o partido deve liberar seus deputados para votar como quiserem no plenário no dia 2 de agosto a denúncia contra Temer por corrupção, enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Mas o partido está numa saia justa: o relatório que será votado é de um tucano, o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O relatório de Abi-Ackel foi lido e aprovado após a derrota do relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que era favorável à denúncia.
Rodrigo Maia é amigo ou inimigo de Temer? A semana de recesso parlamentar também pode servir para que Temer siga fazendo gestos de aproximação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No final da semana passada, quando Maia afirmou que a sessão de votação da denúncia em plenário ficaria apenas para agosto, estavam intensas as especulações sobre o descolamento de Maia e Temer.
Porém, a atuação próxima de Temer e atenção aos pleitos de Maia – como sua participação em reuniões para anunciar medidas que favorecem o estado do Rio de Janeiro – reduziram as especulações.
Na economia, a semana de 24 a 28 de julho trará a divulgação dos principais indicadores econômicos, inclusive o anúncio na taxa básica de Juros, a Selic, que vigorará pelos próximos 45 dias. Com a inflação ajustada e o crescimento econômico ainda patinando, os analistas de mercado esperam novo corte da Selic, que hoje está em 10,25% ao ano.
No final da semana é esperado que o Ministério do Planejamento detalhe entre os ministérios o corte de despesas discricionárias, anunciado na quinta-feira (20), de R$ 5,9 bilhões. Gazeta do Povo