BancosNotícias sobre SaúdeSindicato

Covid-19: entenda novas recomendações e veja o que dizem especialistas

O Ministério da Saúde divulgou, na segunda-feira (10), novas recomendações para o isolamento de pessoas com Covid-19. O período foi reduzido, mas essa redução só vale para quem não está mais com sintomas da doença. O período passou agora de 10 para 5 dias nos casos em que a pessoa tiver um teste com resultado negativo e estiver sem sintomas da doença.

Antes, o isolamento recomendado era de 10 dias para os assintomáticos. Há algumas regras que precisam ser cumpridas, como ausência de febre nas últimas 24 horas, sem uso de medicamentos. O teste pode ser PCR ou de antígeno

A partir de 7 dias, caso não haja sintomas ou uso de remédios, é possível sair do isolamento sem realizar o teste. Caso os sintomas continuem depois desse período, a recomendação da pasta é que seja feito o teste PCR. Se o resultado for positivo, o isolamento recomendado é de 10 dias, até que o paciente esteja sem sintomas.

A alteração passa a constar no Guia de Vigilância Epidemiológica.

Baixe aqui o documento (3,4 MB).

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, usou como exemplo o CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA), que adotou essa mesma recomendação. O anúncio do Ministério vem no momento em que o Brasil enfrenta uma nova alta nos diagnósticos do coronavírus. A média móvel de casos em 12 de janeiro indicou 52.261 registros por dia. Apresenta tendência de alta com uma variação de 768% em relação a duas semanas atrás. A alta vem sendo registrada desde o dia 30 de dezembro de 2021.


Confira o que dizem os especialistas consultados pelo site G1:


1) Com 5 dias de sintomas

  • Após cinco dias completos (ou seja, no 6º dia), se você ainda tiver sintomas, você continua em isolamento.

Se você sentiu a garganta “arranhando” na segunda-feira, portanto, esse é o dia 1. Se, terminando a sexta-feira – ou seja, no sábado –, você continua com sintomas, mantenha o isolamento.

O mais importante, explica Alexandre Zavascki, médico infectologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) , é esperar os sintomas se resolverem antes de sair do isolamento, independente da quantidade de dias que se passaram.

“Estar sem sintomas ou estar em franca resolução dos sintomas é o requisito básico. O que acontece é que as pessoas se liberam estando ainda sintomáticas, se sentindo ruins – simplesmente porque chegou no número 7 ou no número 5 ou no número 10. Isso não é o adequado”, enfatiza.

  • Após cinco dias completos (ou seja, no 6º dia), se você não tiver sintomas, a recomendação é fazer um teste (de antígeno ou PCR).
  • Se o teste vier positivo, você continua em isolamento até o 10º dia (mesmo que não tenha sintomas).
  • Se o teste vier negativo, você pode sair do isolamento, desde que tenha passado as 24 horas anteriores (ou seja, o dia anterior) sem sintomas respiratórios e ou febre (não vale usar antitérmico).

2) No 7º dia de sintomas

  • Se, no 7º dia, você está sem sintomas, você pode sair do isolamento, segundo a nova recomendação, e não precisa fazer teste. Mas atenção: só se você não tiver tido sintomas respiratórios ou febre (sem antitérmico) pelas 24 horas anteriores.

Ou seja: se o primeiro dia de sintomas foi na segunda-feira e, no domingo seguinte, você não tem mais sintomas, inclusive febre, desde o dia anterior, pode sair do isolamento (sem teste).

  • Se, no 7º dia, você continua com sintomas, é obrigatório fazer um teste (PCR ou de antígenos). Se o resultado der negativo, você aguarda mais 24 horas – sem ter mais sintomas respiratórios nem febre – e sai do isolamento. Se o resultado der positivo, você continua em isolamento até o décimo dia.

3) No 10º dia

  • Se, no 10º dia, você estiver sem sintomas, incluindo febre, há pelo menos 24 horas, pode sair do isolamento.

“Se continuar com sintomas no 10º [dia], continua isolado até 14º dia. E precisa avaliar necessidade de procurar atendimento médico. Porque, se tem sintomas no 10º dia, pode ser alguma complicação”, recomenda Bruno Ishigami, médico infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, ligado à Universidade de Pernambuco (UPE), e da Clínica do Homem, em Recife.

4) Eu vou infectar alguém se sair do isolamento com menos de 10 dias?

Não é possível afirmar com certeza.

“Ainda não há consenso na literatura científica que defenda a redução do isolamento para 7 ou 5 dias. Se não há consenso, acho arriscado e enxergo que pode nos colocar em um cenário epidemiológico ainda pior”, avalia Bruno Ishigami.

Para ele, o mais seguro é esperar os 10 dias de isolamento para evitar transmitir a doença.

“Até agora, não vi nenhum estudo [dizendo] que está tranquilo sair do isolamento com 7 dias. Tem estudos que mostram que, a partir do 5º dia, tem uma queda da carga viral – que é o que a gente associa com a maior ou menor probabilidade de transmissão – e a partir dessa queda da carga viral as pessoas decidiram reduzir para 7 dias em algumas circunstâncias e 5 dias em outras”, explica.

“Mas, do que eu tenho lido e do que eu tenho discutido com outros colegas, os 10 dias seriam o mais seguro. Em alguns casos, no 7º dia, algumas pessoas não vão estar transmitindo, mas não tem como a gente individualizar esse ponto”, diz Ishigami.

Ele vê como incoerente pedir um teste para sair do isolamento.

“Não vejo tanto sentido, por alguns motivos: aqui no Brasil, a gente não tem uma grande disponibilidade de testes. Tem gente que não está conseguindo testar nem para fazer o diagnóstico. Então, se a gente vai exigir teste para as pessoas saírem do isolamento, vai ser uma coisa inviável e irreal com a realidade do país”, afirma.

“A gente está em um apagão de dados do Ministério da Saúde, os casos estão aumentando, a hospitalização está aumentando. Se a gente for observar o que aconteceu na Europa e o que está acontecendo nos Estados Unidos, a hora é de a gente tomar cuidado e aumentar as restrições, e não afrouxar e permitir que o vírus circule mais”, defende Ishigami.

Para Alexandre Zavascki, da UFRGS, o principal é que a pessoa não tenha mais sintomas.

“Se você realmente não está seguro se aquele seu sintoma está melhor ou não, você não tem um termômetro, ou teve que tomar o antitérmico porque estava com dor no corpo, ou seja, tem o sintoma, se está na dúvida, fica os 10 dias”, diz o médico.

Além disso, o uso de máscaras e o teste negativo também são essenciais para criar mais barreiras contra a transmissão do vírus.

“Isso, realmente, vai dar uma segurança, porque você cria três barreiras: a partir do 5º dia, já não é a maioria que vai estar eliminando o vírus; realmente não é. O teste de antígeno negativo: vai ter falso negativo? Vai. Mas vai ser a minoria. Barreira 2. E a 3ª barreira é a máscara. Não acredito que teríamos problemas se fizer isso”, afirma.

“Agora, o maior desafio é você conseguir que as pessoas cumpram o primeiro. Acho que a grande pressão das pessoas que empregam é ter o seu trabalhador voltando ao trabalho – às vezes mesmo com sintomas não claramente resolvidos”, pontua.

5) Posso pedir um atestado de 10 dias?

Sim – e os médicos têm autorização para conceder um afastamento mais longo, se acharem necessário, segundo Bruno Ishigami. Isso vale mesmo que você não tenha o resultado de um teste, apenas a hipótese do diagnóstico.

6) Qual teste eu faço para sair do isolamento?

A recomendação do Ministério da Saúde é que, para sair do isolamento, você faça o teste de antígeno ou o PCR.

Alexandre Zavascki, da UFRGS, recomenda o teste de antígeno para sair do isolamento – porque ele tende a ter mais a ver com a pessoa estar transmitindo ou não o vírus.

“O PCR não adianta para ver a questão da transmissibilidade. A gente tem vários casos que ficam com PCR positivo por meses. A gente vai vendo que diminui a quantidade de RNA detectado no PCR, mas às vezes ele vem positivo por meses. Então não é um bom exame para o seguimento. E tem alguns estudos mostrando que o antígeno, sim, se correlaciona melhor com essa questão da transmissibilidade”, explica.

Mesmo assim, o teste não é 100%. Por isso, é importante não ter sintomas para considerar sair do isolamento.

“Acho que deveria ser um complemento à ausência de sintomas. O paciente com sintomas que ainda tem febre e faz um teste de antígeno que dá negativo no 5º dia, esse paciente não deveria voltar. Porque não é o teste que vai determinar a volta: são os sintomas”, afirma.

7) O que eu faço se testar positivo, mas estiver sem sintomas?

O documento mais recente do Ministério da Saúde não inclui orientação para casos em que a pessoa nunca teve sintomas.

Um documento anterior, da Anvisa – que é subordinada ao ministério –, divulgado em julho de 2021, recomendava dez dias de isolamento para casos em que a pessoa faz o teste sem sintomas – para rastreio – e recebe resultado positivo.

“Se a pessoa está assintomática e testa positivo (ou porque teve contato ou porque queria fazer alguma viagem), o recomendado é se manter isolado por 10 dias. Contando o primeiro dia de isolamento o dia em que o teste positivou”, diz Bruno Ishigami.

8) O que eu faço se tiver sintomas, mas não tiver acesso a um teste?

Considerando a alta na procura e a baixa disponibilidade dos testes, o recomendado pelos especialistas é que a pessoa se isole em caso de sintomas gripais.

“Se a pessoa possui sintomas de síndrome gripal e não consegue se testar, eu defendo que ela se mantenha isolada os 10 dias. Epidemiologicamente, tem uma chance muito alta de ser Covid, então manter esse isolamento de 10 dias é o mais seguro”, recomenda Ishigami.

O quadro de síndrome gripal inclui pelo menos dois sintomas entre os seguintes:

  • febre, mesmo que referida – quando a própria pessoa mede e diz ao profissional de saúde, com um valor acima de 37,5ºC
  • calafrios
  • dor de garganta
  • dor de cabeça
  • tosse
  • coriza
  • problemas no paladar ou olfato

9) Qual o tempo de isolamento se eu estiver com gripe (Influenza)?

7 dias.

Fontes: Poder360 e G1

webmaster

A página do Sindicato dos Bancários de Joinville é um instrumento de informação, formação e interação com a categoria e a comunidade em geral.