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Descomissionamentos e sobrecarga infernizam a vida e ameaçam a saúde dos funcionários do BB

O Sindicato dos Bancários de Joinville recentemente recebeu denúncias de descomissionamentos e sobrecarga de serviços para toda a rede de atendimento do Banco do Brasil, tanto atendimento negocial quanto na Plataforma de Suporte Operacional (PSO), mais conhecido pela população como caixas. Tal situação não é apenas regional, mas conforme apurado pelo movimento sindical ocorre em todas as regiões do país. Metas abusivas que prejudicam o atendimento aos clientes, assédio contumaz e má gestão por parte do BB estão no cerne da questão.

Por mais que em negociação coletiva estes temas sejam discutidos, e com muito esforço o movimento tenha conseguido manter o ciclo avaliatório em três de avaliações ruins para que o descomissionamento ocorra, o BB burla este acordo colocando metas extremamente superiores ao que seria natural (basta verificar os últimos resultados do BB com lucro recorde e superior a concorrentes do setor privado) e analisa os ciclos com critérios subjetivos, deixando assim a grande maioria dos funcionários passíveis de serem descomissionados sem demais justificativas.

Com metas desproporcionais, não é mais necessário entregar 100% do que o banco pede, é preciso compensar em outros itens chegando até 130% do orçado para conseguir entregar o mínimo aceitável pelo Banco. Não entregando o resultado os funcionários entram na situação de “aprimoramento” que se resume em uma pressão constante para descomissionamento. Fora isso, como forma de elevar a pressão, há situação onde o gerente geral imprime o ‘conexão’ da carteira (onde estão as metas esperadas para cada gerente) e solicita uma previsão de entrega de resultados para o fim do mês assinada pelo gerente de relacionamento.

O fechamento dos negócios depende de necessidade e vontade do cliente, a pressão por fechamentos acaba se refletindo em negócios não sustentáveis, os gerentes que se negam a essas práticas e não conseguem a entrega voltam para a pressão do “aprimoramento “.

PSO

Na plataforma de suporte operacional (PSO), a sobrecarga de trabalho se repete a cada dia. Os caixas se tornaram vendedores de produtos do BB e agora realizam também trabalho de análise de documentos, um trabalho que precisa ser criterioso devido aos riscos de fraude. No entanto, os caixas precisam fazer ao mesmo tempo em que realizam operações com dinheiro, aumentando exponencialmente o risco de erro e de diferenças de numerário.

Para piorar, uma nova instrução normativa determina que em caso de diferença para menos em um fechamento de caixa, o gestor, o mesmo que cobra resultados abusivos dos funcionários, entendendo que houve uma má fé por parte do funcionário deve fazer de imediato um boletim de ocorrência contra o trabalhador. Como julgar se houve má fé?

“Ser próximo e relevante na vida das pessoas em todos os momentos” esta é a frase apresentada no site do BB como sendo a diretriz do funcionamento da empresa. A nova presidente do BB em um de seus primeiros discursos disse que não será mais tolerado desrespeito no Banco do Brasil, nós concordamos e apoiamos esta frase, mas também exigimos que isso ocorra, e que desrespeito não seja apenas conforme a conveniência de cada gestor.

Hoje o Banco do Brasil tem diversos funcionários tomando medicação pesada para poder suportar a alta carga de trabalho e pressão de seus chefes pelo cumprimento de metas que são abusivas e sem critério, outros que deturpam as características de produtos e serviços do banco para convencer seus clientes a fechar negócios que depois se tornam insustentáveis, e colocando em risco sua carreira. Alguns colegas do BB já estão procurando o sindicato para informar de todas as situações ocorridas e o movimento sindical não irá se omitir.

Reunião no dia 3 de maio com GEPES Sul

Toda esta situação será levada em caráter emergencial para debate na próxima reunião da Comissão de Empregados, que será realizada no dia 3 de maio com a GEPES Sul.

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