Desencontro de informações preocupam bancários do Banco do Brasil
Brasília – Em meio à pandemia do coronavírus, o movimento sindical vem recebendo muitas reclamações de funcionários do Banco do Brasil lotados nas unidades que estão sob subordinação da Unidade de Operações de Soluções (UOP), principalmente nas Plataformas de Suporte Operacional (PSO’s).
A UOP é uma unidade do Banco do Brasil que tem característica de diretoria. Sob sua subordinação estão os CENOP’s e PSO’s. As PSO são responsáveis pelos caixas e tesouraria das agências.
Uma das queixas aponta que alguns gerentes têm entrado em contato com colegas autodeclarados coabitantes com pessoas do grupo de risco para covid-19 oferecendo-lhes a possibilidade de retornar ao trabalho, caso haja mudança ou alteração da “situação” do afastamento.
Esse tipo de consulta ao funcionário afastado por autodeclaração contraria as orientações que o Banco do Brasil tem divulgado aos seus gestores, e aos compromissos que o BB adotou com os funcionários nas negociações com o movimento sindical.
Há reclamações em relação à cobrança de metas de negócios, com insinuações de falta de comprometimento dos funcionários pelo não atingimento dos resultados, demonstrando falta de respeito e empatia, situação em que não se está levando em consideração a conjuntura social do país e a crise sanitária causada pelo combate ao coronavírus, indo na contramão do que o Banco do Brasil tem preconizado nas negociações com os Sindicatos.
Banco de horas positivo para abonar horas já flexibilizadas
Outra reclamação se refere ao fato de que, em algumas unidades, estão sendo utilizados o banco de horas positivo dos funcionários para abonar horas já flexibilizadas, em consoante com as medidas de contingenciamento e segurança para atendimento bancário, já adotadas em todas as unidades do Banco. Ou seja, o BB já assegurou o abono, sem necessidade de utilizar o banco de horas, em negociação junto a Comissão de Empresa dos funcionários do BB, e no comunicado interno – Informe Coronavirus n.6.
“Achamos muito ruim criar alguma forma de punição para aqueles que estão na linha de frente atendendo a população com essa questão da utilização do banco de horas, e também vemos de forma muito negativa qualquer pressão para retorno dos colegas que estão em casa autodeclarados por coabitação, porque a ideia não seria colocar em risco a vida dos familiares desses colegas que se dedicam a empresa, filhos, cônjuges, pais”, protesta João Fukunaga, Coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).
Banco se comprometeu a reforçar as orientações corretas
Nessa última terça-feira 12, dirigentes sindicais se reuniram com a Administração da PSO em São Paulo, a fim de buscar solução e ajustes para as denúncias. Na reunião, o Comitê de Administração da PSO assegurou que não há nenhuma maneira distinta de tratar esses assuntos longe do que o Banco do Brasil já vem adotando, como medida para proteger trabalhadores e cliente, mas se comprometeu a reforçar as orientações corretas do banco junto aos seus gestores, enquanto mantém canal permanentemente aberto para recepcionar as reclamações dos funcionários para Sindicato, no sentido de dar o devido tratamento e solução.
Nessa ocasião, foi solicitada, também, a atenção da administração da PSO de SP quanto a possibilidade de evitar utilizar as férias futuras dos trabalhadores, ou se for o caso imprescindível, fazê-la com a devida parcimônia, em períodos inferiores a 15 dias, a fim de assegurar algum tempo de descanso futuro para os funcionários.
“Consideramos um ato de maldade obrigar o trabalhador a cumprir, logo de imediato, o saldo futuro de 30 dias de férias para o período em aquisição, embora amparado na Medida Provisória 927 do governo federal e nas orientações do BB. Por esse critério, o funcionário ficará em torno de dois anos e meio ininterruptos sem férias, quando a situação de pandemia acabar, o que poderá comprometer sua saúde, causando esgotamento e perda de produtividade”, avalia Getulio Maciel, dirigente sindical.
“O que nos causa mais estranhamento é o fato de que, principalmente, não há nenhuma orientação oficial de qualquer diretoria do Banco do Brasil quanto a forma de tratar esses assuntos, na forma como alguns locais da UOP tem conduzido, de acordo com as denúncias apresentadas nos Sindicatos”, ressalta Fukunaga.
“O fato é que, a Diretoria de Gestão de Pessoas do BB já tem conhecimento dessas situações e está buscando compreender essas denúncias para devida correção e alinhamento dos rumos que estão sendo tomados para salvaguardar o funcionalismo nesse momento de pandemia, dentro a um esforço conjunto entre Sindicatos e Bancos”, acrescenta o dirigente. SEEB-SP