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É pra vender ou pra tornar a vida um inferno?

São Paulo – Vender, vender, vender. Não se trata da tarefa em nenhuma loja de shopping ou comércio de rua, mas da função primordial dos bancários do Itaú. Essa rotina, com metas absurdas e punição, transforma a vida do empregado do Itaú num inferno. E só piora!

Há mais ou menos um ano o banco implementou o SQV, um sistema de qualidade de vendas por meio do qual o funcionário é avaliado em sete indicadores: nível de cancelamento de produtos; cancelamento de produto seguido de nova contratação; reclamações; ações cíveis; concentração de vendas no mesmo CPF; ressarcimentos e cancelamento de crédito.

A cada uma dessas “falhas”, o empregado recebe uma pontuação que se acumula e só expira quando completa um ano. Os relatórios das pontuações são gerados em relação a dois meses anteriores ao mês atual. Quando atingem a pontuação máxima, os bancários recebem uma advertência que tem durabilidade de um ano.

“Isso é um tormento para os bancários porque todos sabem como os bancos trabalham: após a segunda advertência, pé na bunda do empregado, o que entendemos ser uma tremenda injustiça”, afirma Maikon Azzi, representante do movimento sindical em São Paulo.

“Com metas inatingíveis e cada vez mais abusivas, é pratica do Itaú usar as advertências para demitir por justa causa. Na maioria das vezes, a própria pressão leva o trabalhador ao erro por medo de perder o emprego!”, denuncia o dirigente.

Punição sem nem saber por quê

O Itaú prega que “o cliente sempre tem razão”. Assim, tem o direito de cancelar ou contratar a qualquer momento o produto que lhe for conveniente. “Mas isso não deveria provocar nenhuma penalização ao trabalhador”, critica Maikon.

“O pior é que não se sabe nem como são apuradas as pontuações, qual área entra em contato com o cliente para fazer o pós-venda dos produtos, Não há nenhum retorno aos funcionários pontuados no SQV, quando têm ciência já é com a advertência em mãos para assinar. O bancário não tem nenhuma chance de defesa. E como na maioria das vezes são acuados, não veem saída e acabam assinando o documento, com medo de sofrer represálias mais severas.”

Maikon lembra que há anos o Sindicato tenta negociar os programas próprios do Itaú, a fim de diminuir as metas, e que elas sejam claras e alcançáveis. “Mas o banco se nega. Enquanto isso, o que vemos é o trabalhador sofrendo cada vez mais, chegando na maioria das vezes ao adoecimento. Um absurdo do ponto de vista humano e uma burrice do ponto de vista do mercado, já que trabalhadores experientes tornam-se inúteis também para a empresa”, destaca. “Desde a implementação do SQV cobramos do banco uma apresentação explanando quais os benefícios que trazem aos trabalhadores, mas até o momento o Itaú finge não entender nossas solicitações.”

O diretor do Sindicato lamenta a forma como os bancários estão sendo tratados pelo banco. “Não aceitamos isso e vamos continuar protestando. A prática do Itaú, de penalizar seus empregados, é antiga e piora cada vez mais. Antes o trabalhador sofria represália se tivesse produtos cancelados em até quatro meses, mas o Itaú com o “Nosso Jeito de Ser” consegue pisotear e prejudicar ainda mais seus empregados!” SEEB – São Paulo

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