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Fusão de Caixa e BB não é boa para ninguém

A equipe econômica do governo do presidente interino, Michel Temer, está estudando fundir a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. De acordo com informações publicadas pelo portal da revista Exame, o objetivo seria fazer da Caixa uma instituição menor e focada no mercado imobiliário, transferindo negócios como seguradora, cartões, crédito para empresas e varejo para o BB. O movimento sindical avalia que a medida causaria o fechamento de agências, redução do quadro de trabalhadores e perda de know how nos dois bancos.

“Para a Caixa, 100% pública, a fusão representa a abertura de capital, já que o BB é uma empresa de economia mista. A fusão levaria ao fechamento de agências e redução do quadro nos dois bancos. Essa medida anularia o papel do banco público no país. O que a Caixa precisa é contratar mais para fortalecer seu papel social e estratégico para o Brasil. Mais uma vez, o governo interino dá sinais de que pretende enfraquecer empresas públicas para, após o desmonte, privatizá-las”, avalia o sindicalista e empregado da Caixa Dionísio Reis.

“BB e Caixa cumprem, separadamente, funções essenciais para o país. É necessário fortalecer as duas instituições para que contribuam com a disputa do mercado financeiro, ofertem crédito mesmo em conjunturas desfavoráveis e pratiquem medidas anticíclicas para estimular o consumo, produção e, por consequência, o crescimento da economia”, acrescenta o dirigente sindical e funcionário do BB João Fukunaga.

Segundo o secretário de Estudos Socioeconômicos do SEEB-São Paulo, Cláudio Luiz de Souza, além dos prejuízos para trabalhadores e população, a fusão levaria a perda de know how nas duas instituições. “Os dois bancos públicos exercem papel importante na concessão de crédito em setores que, muitas vezes, não são de interesse da iniciativa privada e cobram taxas de juros muito menores. Ao longo dos anos, a Caixa acumulou grande expertise no financiamento imobiliário, assim como o BB no financiamento rural e do comércio exterior. Fundir os dois bancos públicos coloca em risco esse conhecimento adquirido.”

“O Sindicato, ao lado dos bancários, vai lutar contra qualquer ataque aos bancos públicos. A defesa das empresas públicas é uma das pautas prioritárias e a pressão popular é a única forma para fazer o governo recuar das suas intenções privatistas”, alerta Cláudio Luiz.

Líder e vice – Recentemente, a Caixa ultrapassou o Itaú e se tornou o segundo maior em ativos do país, atrás apenas do BB. “Tentam desgastar a imagem dos bancos públicos, mas os números só corroboram a importância deles para o país. Fundir as duas maiores instituições financeiras, elevando ainda mais a absurda concentração bancária no Brasil, é irresponsável sob qualquer ótica. Hoje, os cinco maiores já detêm 81,3% do total de ativos do sistema financeiro”, conclui o sindicalista. SEEB-São Paulo

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