Campanha Salarial

Greve segue firme em Joinville e região

Paralisação nacional cada vez mais forte protesta contra proposta de reajuste abaixo da inflação. Nesta quinta, dia 15,  a partir das 16h tem nova rodada de negociação e além de aumento digno, trabalhadores cobram fim das demissões.

“O abono é uma ilusão. Você vai receber esse dinheiro uma vez só e depois vai ficar reclamando que o reajuste foi baixo, que o salário não dá para nada.”

“Pode até agradar quem precisa rápido do dinheiro [do abono]. Mas, depois, acaba não valendo a pena. Se aceitarmos um reajuste abaixo da inflação agora, nunca mais os bancos vão aceitar dar aumento real.”

As frases, proferidas por bancários durante a greve, resumem a impressão dos trabalhadores sobre a proposta que os bancos insistiram em defender na negociação realizada ontem: 7% de reajuste mais R$ 3.300 de abono, acarretando perda salarial de 2,39%.

Os banqueiros passaram horas argumentando que a inflação prevista para os próximos 12 meses, é de 5%, discurso muito mal recebido pelos trabalhadores. “Não faz sentido falar em inflação futura, algo que na atual conjuntura econômica nem os bancos conseguem prever”, criticou outra bancária. “Já tivemos perdas. A negociação tem de partir daí.”

Por isso, a greve está cada vez maior: no Brasil, 12.386 agências e 46 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 53% de todas as agências do país.

Joinville e região

Em Joinville, a greve continua em 52 agências de um total de 63. Houveram variações durante o dia, com a reabertura do Banrisul, mas o fechamento de uma nova agência da Caixa Federal. O Banco do Brasil também teve uma agência acrescentada, e até o fechamento do dia, ficou assim distribuído: bancos privados (Santander, Itaú, Safra, Bradesco/HSBC): 100% com 37 agências paralisadas; Caixa Federal: 6 agências paralisadas de 12; Banco do Brasil: 9 agências paralisadas de 12. O Banrisul segue com suas duas agências em atendimento.

Na base do Sindicato a greve ampliou, com fechamento de agências em São Francisco do Sul e Araquari. Das 18 agências nas cidades satélite do Sindicato, temos 6 agências fechadas.

Quebra de lógica

Outra preocupação dos bancários é que, se passar a proposta rebaixada, a lógica de sempre negociar a partir do aumento real, bem sucedida há 12 anos, seja definitivamente quebrada.

“A proposta é péssima. Pode até agradar quem precisa rápido do dinheiro [do abono]. Mas, depois, acaba não valendo a pena. Se aceitarmos um reajuste abaixo da inflação agora, nunca mais os bancos vão aceitar dar aumento real”, avalia outro bancário.

Reivindicações fundamentais

Chega de demissões, os bancos precisam contratar para acabar com a sobrecarga de trabalho. Os R$ 394 do auxílio-creche/babá estão muito distantes do que os bancários gastam para deixar os filhos e os bancos podem melhorar esse valor. A inflação dos alimentos bateu a casa dos 17%, ou seja, o VA e o VR precisam de reajuste maior.

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