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Lideranças de bancários da região Sul discutem o futuro do trabalhador

Caxias do Sul/RS – Mais de 100 lideranças sindicais de bancários do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estiveram reunidas nos últimos dois dias (20 e 21), no Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região (RS), discutindo o futuro do trabalhador e do sindicalismo e traçando estratégias para a defesa da categoria bancária. O Bancários Joinville participou do Encontro Regional de Bancários da Região Sul com 5 diretores.

Na abertura do encontro, os sindicalistas foram recepcionados pelo diretor do sindicato caxiense, Pedro Incerti, que fez um relato histórico das lutas dos bancários e destacou o lucro abusivo dos bancos atualmente. “Sou do tempo que o banco comemorava o lucro de R$ 1 milhão”, relembra. “Hoje os bancos lucram bilhões e não estão satisfeitos”, observa.

O diretor executivo da Fetrafi/RS, Juberlei Baes Barcelos, apontou a nova estratégia de esvaziamento dos sindicatos por parte dos bancos, os Planos de Desligamentos Voluntários (PDVs), e a nova reforma sindical que está sendo discutida no Congresso Nacional, que poderá tirar a estabilidade das lideranças. “Quem vai sobrar disso tudo?”, questionou.

O presidente da Federação dos Bancários de Santa Catarina, Julcemar Jorge Patrício, destacou o importante papel que os sindicatos e representantes da classe bancária na conquista dos muitos benefícios que a categoria recebe: “Não dá pra deixar as pessoas acreditarem que recebem tudo dos bancos porque os banqueiros são bonzinhos. Tudo é fruto de muita luta”.

Já o presidente da Federação dos Bancários do Paraná, Gladir Basso, citou a mais nova ameaça aos bancários, a Medida Provisória 905/2019, que permite o trabalho bancário aos sábados, domingos e feriados e amplia a jornada de 6 para 8 horas. “Se o negociado prevalece sobre o legislado, então não podem adotar as resoluções desta MP”, ponderou o sindicalista.

O presidente da Federação dos Bancários de Minas Gerais, Alfredo Brandão, destacou que as lutas devem começar e serem realizadas na base, sem delegar responsabilidades a um pequeno grupo de representantes de centrais ou confederações. “Há um tempo atrás nós fazíamos os bancos correrem atrás de nós para negociar; hoje eles nos fazem ir atrás deles, gastando uma fortuna em passagens aéreas e hotel. Precisamos inverter essa lógica atual”, enfatiza o líder sindical.

Por uma nova estrutura sindical

Com o tema “Por uma nova estrutura sindical”, o encontro teve, ao longo da manhã do dia 20, palestra com o advogado trabalhista e assessor jurídico da Fetrafi-RS, Milton Fagundes. Também ocorreu a participação do Sociólogo e diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, que traçou algumas perspectivas para as estruturas sindicais a partir nova conjuntura que se aponta para os sindicatos.

À tarde, o encontro continuou com a participação do diretor de Políticas de Relações Trabalhistas e Sindicais da Febraban e Advogado Especialista em Relações do Trabalho, Adauto Duarte. Depois, houve espaço para as manifestações dos presidentes de federações e da plenária regional.

Cassi

No final do primeiro dia houve ainda debate sobre a situação da Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, a CASSI. O 1° secretário do Sindicato dos Bancários de Joinville, Antônio da Luz Vieira, defendeu o NÃO à proposta de alteração de estatuto: “O Banco do Brasil não quer solucionar os problemas da CASSI, ele quer alterar o Estatuto, reduzir a contribuição do Banco e aumentar o poder e o controle na governança do nosso Plano de Saúde”, concluiu.

Na quinta-feira, os trabalhos reiniciaram às 9h30, com palestra do advogado previdenciário Anderson Tomasi Ribeiro, coordenador da Comissão de Seguridade Social da OAB/Caxias do Sul, consultor jurídico da Comissão Estadual da OAB/RS, diretor da Comissão de Atuação Judicial do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP).

O presidente do Bancários Joinville, Valdemar Luz, comentou que “Nossa luta está dividida em várias frentes. Sabemos que jamais houve na história do Brasil tamanho ataque aos trabalhadores e ao movimento sindical, pois a ideia do governo é bem clara. E é acabar com os sindicatos que são o último bastião de defesa da classe trabalhadora, para então destruir todos os seus direitos conquistados. Esta é a visão neo-liberal de Paulo Guedes. É necessário mais do que nunca, fortalecer os sindicatos”, enfatizou Luz.

SEEB Caxias do Sul com edição Redação Bancários Joinville

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