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Lucro da Caixa chega a 3,9 bi

A Caixa anuncia lucro líquido de R$ 3,920 bilhões no primeiro trimestre, alta de 22,9% sobre o mesmo período de 2018. O resultado é atribuído pela administração a maiores receitas de prestação de serviços, redução das despesas de calotes (PDD) e estabilidade da margem financeira em relação ao primeiro trimestre de 2018. No quarto trimestre de 2018, o banco público teve prejuízo de R$ 1,113 bilhão.

“A Caixa conseguiu prometer e cumprir muitas coisas em seis meses. O resultado no 1º trimestre foi uma surpresa positiva, eu não esperava algo tão forte”, afirma Pedro Guimarães, presidente do banco. Depois de pagar antecipadamente R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional neste mês, ele anunciou há pouco que a instituição deve devolver outros R$ 7 bilhões à União nos próximos 30 dias e destacou que a venda de ações da Petrobras deve alcançar R$ 7,5 bilhões.

“Amanhã termina o follow-on histórico da Petrobras”, afirmou Guimarães, durante coletiva de apresentação do balanço no primeiro trimestre do ano, citando a oferta subsequente de ações para saída do banco público da petrolífera. O presidente da instituição repetiu que a solidez da Caixa permitiu a antecipação do pagamento de R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional nesse mês. “Nenhum dos grandes bancos do Brasil têm um Índice de Basileia como o nosso”, completou.

O índice de Basileia, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi de 20,1%, ante 19,6% no quarto trimestre e 18,3% no primeiro trimestre de 2018.

As receitas com prestação de serviços da Caixa aumentaram 2,3% em 12 meses, para R$ 6,5 bilhões, sendo 19,8% maiores as receitas de serviços com fundos de investimento e 8,5% as de convênios e cobrança bancária. Já as despesas de provisões para créditos de liquidação duvidosa caíram 24,4% ante o primeiro trimestre de 2018, para R$ 2,827 bilhões. Também influenciado por esse dado, o resultado bruto da intermediação financeira soma R$ 9,580 bilhões, 10,6% maior em 12 meses.

O indicador de inadimplência (acima de 90 dias) teve queda de 2,90% para 2,47% no comparativo de primeiro trimestre, mas subiu em relação ao quarto trimestre de 2018, quando era de 2,18%.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou estável, em 15,8% em março de 2019.

O índice de Basileia cresceu 1,8 ponto porcentual em 12 meses, para 20,1%, e 0,5 p.p. sobre o quarto trimestre.

Em comunicado à imprensa, o banco destaca que “com o começo da nova gestão, a Caixa iniciou o processo de redirecionamento de sua estratégia, baseada nas premissas de ser um banco rentável e com foco na valorização da sociedade brasileira. Para tanto, foram definidos 7 eixos para os próximos anos, englobando: Meritocracia, Controle de Custo, Crédito, Governança, Monetização de Ativos, Mais Brasil e Legado.”

“Nosso balanço do segundo trimestre será histórico”, acrescentou Guimarães.

Crédito imobiliário cresce 3,3% e atinge R$ 447,4 bilhões
Junto com os dados do primeiro trimestre fiscal, a Caixa anunciou que o saldo de crédito imobiliário cresceu 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior, para R$ 447,4 bilhões, dos quais R$ 270 bilhões (10,9% superior) com recursos do FGTS e R$ 177 bilhões (queda de 6,5%) com recursos próprios e SBPE. Em relatório da administração, o banco destaca que detém a liderança desse mercado com 68,8% de participação, ganho de 0,32 p.p. em 12 meses. Na comparação com o quarto trimestre, o aumento foi de 0,6%.

As contratações no período de janeiro a março deste ano no Programa Minha Casa Minha Vida somaram R$ 6,5 bilhões, ou 61 mil unidades, sendo 12,8% na Faixa 1,5 do programa.

A carteira de crédito comercial teve redução de 18% sobre o primeiro trimestre de 2018, para R$ 127,8 bilhões, com pessoa jurídica respondendo por R$ 46,7 bilhões em março de 2019, queda de 28,2%, e pessoa física com R$ 81,1 bilhões, 10,7% menor. Ante o quarto trimestre, os recuos foram respectivamente de 6,9%, 15,6% e 1,0%.

Em infraestrutura, o crédito cresceu 1,3% em doze meses, para R$ 83,7 bilhões, praticamente estável ante o quarto trimestre. Já o  crédito rural ficou em R$ 7,3 bilhões, 5,3% maior que no primeiro trimestre de 2018 e 2,8 menor que no quarto trimestre.

Redução na publicidade e foco em pequenas empresas
Após despesas de R$ 1,1 bilhão em 2018 com publicidade e patrocínios, Guimarães destacou que os gastos com as duas rubricas somaram apenas R$ 14 milhões no primeiro trimestre deste ano. “Estamos reduzindo em 98% os gastos com publicidade e patrocínio”, afirmou.

Ele disse novamente que a Caixa buscará contratar 2 mil pessoas portadoras de deficiências em 2019, para que o porcentual de inclusão do banco passe de 1,6% para 4,0%. O presidente da instituição também prometeu continuar aumentando a participação de mulheres em cargos de chefia, como vice presidências e diretorias.

Durante a coletiva, Guimarães também voltou a dizer que o foco da Caixa deve ser as pequenas e micro empresas. “Eu sempre digo que o foco da Caixa tem que ser a padaria do Seu Joaquim e não as empresas grandes, que fizeram o banco perder bilhões de reais”, afirmou, comentando também o envolvimento do banco no caso da Odebrecht. “Uma grande companhia entrou agora em recuperação judicial e a Caixa fez o básico, que foi pedir as suas garantias. Se o banco tem garantias, por que não vai pedir?”. Estadão

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