Na véspera de bater recorde, greve dos bancários segue forte e mobilizada
Os bancários completaram, nesta terça-feira (4), o 29º dia da greve nacional com 13.104 agências e 44 centros administrativos paralisados. O número representa 55% do total de agências de todo o Brasil.
Amanhã, ao completar 30 dias, a greve iguala a marca da campanha de 2004, primeiro ano da mesa de negociações unificadas entre bancos públicos e privados e recorde nesse novo modelo. A greve mais longa da categoria na história foi em 1951, com 69 dias de paralisação.
“Os bancos só vão melhorar a proposta se estiverem pressionados”, disse uma bancária do Bradesco. “A greve não pode recuar. É o momento de aumentar a participação. Depois não adianta reclamar”, acrescentou outro bancário do banco.
Já para uma funcionária do Banco do Brasil, o modelo de acordo de dois anos, proposto pela Fenaban (federação dos bancos), só é razoável se trouxer valorização para a categoria já em 2016. “Tem que no mínimo repor a inflação nos dois anos. Não dá para negociar o reajuste de 2017 se esse ano já temos perdas.”
Emprego – Além de valorização e melhores condições de trabalho, outra grande preocupação da categoria são os empregos. Mesmo com lucro de quase R$ 30 bi no primeiro semestre, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) eliminaram 9.104 postos de trabalho entre janeiro e agosto.
“Fica complicado pensar em acordo de dois anos. Não tenho nem como saber se ainda estarei no banco até lá”, afirmou um bancário do Bradesco. “Tem que ter aumento real esse ano. Não podem [os banqueiros] vencer pelo cansaço”.
Campanha Salarial 2016 – Greve Nacional da Categoria
Relação de agências na base do SEEB Joinville em 04/10
Banco do Brasil
Cidade das Flores – aberta
América – aberta
Barra do Sul – aberta
João Colin – aberta
Prédio – parcial
Garuva – fechada
Iririú – fechada
Iririú, II – fechada
Centro – fechada
Anita – fechada
Floresta – fechada
Vila nova – fechada
Tupy – fechada
João Colin, II – fechada
Prefeitura – fechada
Pirabeiraba – fechada
São Francisco – fechada
São Francisco, II – fechada
Barra Velha – fechada
Araquari – fechada
Itapoá – fechada
Caixa Federal
São Francisco – aberta
Albano Schmidt – parcial
Costa e Silva – parcial
Neudorf – parcial
Iririú – fechada
Centro – fechada
XV de Novembro – fechada
Colon – fechada
Aventureiro – fechada
Boehmerwald – fechada
Fátima – fechada
Cidade Orquídeas – fechada
Pirabeiraba – fechada
Itapoá – fechada
Barra Velha – fechada
Araquari – fechada
Bradesco
Costa e Silva – aberta
Bairro América – aberta
Iririú – aberta
Garten – aberta
Santa Catarina – aberta
Itaum – aberta
São Francisco – aberta
Itapoá – aberta
Araquari – aberta
Rua do Príncipe – fechada
Centro – fechada
Cidade das Flores – fechada
Prime – fechada
João Colin – fechada
Tupy – fechada
Shop. Americanas – fechada
Pirabeiraba – fechada
Garuva – fechada
Barra Velha – fechada
Santander
Select – aberta
Iririú – fechada
Príncipe – fechada
Joinville – fechada
Bucarein – fechada
Pirabeiraba – fechada
América – fechada
Itaú
Personnalité – aberta
São Francisco – aberta
Santa Catarina – parcial
Costa e Silva – parcial
Centro – fechada
Príncipe – fechada
João Colin – fechada
Saguaçu – fechada
Nova Iririú – fechada
Getúlio Vargas – fechada
Itaum – fechada
Pirabeiraba – fechada
Safra
Centro – fechada
Banrisul
Centro – aberta
João Colin – aberta
HSBC
Centro – aberta
João Colin – aberta
73% das agências da base estão paralisadas (57 de 78)
75% das agências de Joinville estão paralisadas (46 de 61)
Principais reivindicações
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real; PLR: 3 salários mais R$8.317,90; Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último); Vale alimentação: R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo); Vale refeição: R$ 880,00 ao mês; 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 880,00 ao mês; Melhores condições de trabalho: Fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; Emprego: Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): Para todos os bancários; Auxílio-educação: Pagamento para graduação e pós; Prevenção contra assaltos e sequestros: Permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários; Igualdade de oportunidades: Fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Lucros exorbitantes x desemprego
Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos. A população também paga o pato, com a ganância dos banqueiros. A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano.
Última negociação
Na última negociação, na quarta-feira 28, a federação dos bancos (Fenaban) manteve os 7% de reajuste para este ano, mais abono de R$ 3.500, e 0,5% de aumento real para 2017. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa.