Plebiscito na FUNCEF para venda de Ações da Vale

É necessário ampla divulgação sobre os impactos do investimento nos planos de benefícios e a realização de consulta aos participantes como forma de subsidiar a decisão dos gestores do fundo de pensão. Isso porque o acordo de acionistas, que por 20 anos impediu a venda das ações, expira em abril e novas regras para o investimento já estão em negociação. O tempo é curto e as mudanças tendem a ser cruciais.

O acordo de acionistas da Vale tem sua renovação negociada em caráter sigiloso. Novas condições estão sendo discutidas, inclusive modelos que possam tornar esse investimento mais rentável.

Também na avaliação da Federação, é necessário que o novo acordo de acionistas seja mais vantajoso para os participantes, que resguarde os interesses de quem deposita o seu futuro no fundo de pensão. Afinal, 49% das ações da Valepar são dos fundos de pensão. Logo, quem efetivamente paga por isso, os participantes, ficam sabendo dos fatos pelos jornais.

A compra de ações da maior produtora de minério de ferro do mundo se deu no momento em que a empresa foi privatizada, em 1997.

Impacto no déficit
Um ponto fundamental a se esclarecer é como se dá o impacto da Vale no déficit de cada plano da Funcef. Como o Novo Plano não possui recursos alocados em ações da mineradora (FIA Carteira Ativa II), não há impacto. A cota do REB é de 1,5%, o que resultou em perda de R$ 17 milhões em 2015.

O maior impacto da Vale, porém, ocorre no REG/Replan. O Saldado tem a maior cota (89,9%) do investimento, por isso, sofre com a maior perda. Em 2015, o Saldado registrou perda contábil de R$ 1 bilhão por conta da mineradora, o que representa 16,4% do déficit a equacionar (R$ 6 bilhões). No Não Saldado, que detém 8,5% das ações da companhia, a perda contábil no mesmo ano foi de R$ 95,2 milhões, o equivalente a 9,52% do déficit a equacionar (R$ 1 bilhão).  Fenae