Campanha Salarial

Proposta ruim: greve continua

Categoria de luta, os bancários chegam ao 25º dia de greve com o movimento crescendo em relação ao dia anterior diante da falta de proposta decente dos banqueiros, mesmo enfrentando forte repressão ao movimento por parte dos bancos. Nesta sexta-feira (30) em todo o país foram 13.358 agências paralisadas, o que corresponde 57% do total e 34 centros administrativos.

A greve continua forte e a categoria, indignada. Os bancários estão lutando por dignidade e respeito, mas tiveram um dia muito difícil. O assédio foi permanente, as ameaças aos grevistas foram violentas, como por exemplo, retirada de material que avisa a população que aquele local aderiu para parecer que o local não está na greve, e os interditos, que choveram para todos os lados em vários locais do país. A OAB Pernambuco chegou a pedir a prisão da presidente do Sindicato de Bancários de lá. Os banqueiros tentaram de todas as formas desestruturar pessoas que lutam por seus direitos e por suas famílias. Mas elas não fraquejaram. Os bancários e as bancárias mais uma vez mostraram seu valor e obstinação. Continuemos fortes na luta. Cada um de nós sabe, cada vez com mais convicção, que “Só a luta te garante!”.

Greve recebe apoio de outros países

Os representantes dos trabalhadores estão recebendo cartas de apoio de sindicatos de diversos países. A visibilidade da greve está muito grande e a própria mídia fica procurando entender as razões para os bancos não atenderem as reivindicações, inclusive a mídia internacional. Sabem que o setor não passa por dificuldades. Ao contrário, lucraram bilhões. A recente divulgação das taxas de juros que eles cobram dos clientes mostrou isso. A taxa de juros do supercheque, por exemplo, chegou ao incrível patamar de 321,1% ao ano, subindo 2,7% só no último mês e crescendo 34,1% desde dezembro de 2015. Escandaloso se comparar com a recusa intransigente de reajustar decentemente o salário da categoria.

Perdas salariais aos bancários e juros no cartão de 475%

Os bancários acumularam uma redução salarial de 9,62% desde agosto do ano passado e os bancos recusam a fazer minimamente a correção disso. Os bancos oferecem 7%, o que vai causar uma perda de 2,39%. Se considerarmos que os juros do cartão de crédito, onde eles cobram 475% ao ano, subiram 43,88% só este ano, é realmente estranha a recusa em reajustar os salários.

Desde que os bancos anunciaram a proposta de manutenção dos 7% para este ano, mais abono de R$ 3.500, e 0,5% de aumento real para 2017, a reação dos bancários nas redes sociais e nos locais de trabalho foi praticamente unânime: proposta ruim, greve continua.

A rejeição da proposta na mesa, pelos representantes dos bancários, foi saudada pelos trabalhadores. Além de insistir no reajuste rebaixado em 2016 – eles reforçaram que não vão repor a inflação este ano –, a proposta não trazia avanço na manutenção dos empregos, reivindicações de saúde e condições de trabalho. Para VA, VR e auxílio-creche, o reajuste também seria de 7%, abaixo da inflação, quando esses itens subiram em média 14%.

“7% é absolutamente inaceitável até mesmo com um abono de 5 mil reais”, disse um bancário. “Tem que repor a inflação 2016 também, não só ano que vem. E outra, não é só isso, cadê as propostas de melhores condições de trabalho, contratação de mais funcionários”, questionou outro.

Fortaleça a luta

A paralisação nacional chega a 28 dias nesta segunda-feira 5 porque os bancos estão tentando impor perdas aos bancários, em sintonia com a política de ataque aos direitos dos trabalhadores que o governo Temer tenta implementar. “A categoria bancária é uma das mais fortes do Brasil, organizada e serve de referência para outras campanhas salariais. Por isso, convocamos todos os bancários para aumentar a mobilização. Não vamos aceitar que os bancos se aliem ao governo para jogar o custo do ajuste fiscal aos trabalhadores das empresas públicas. A classe trabalhadora não vai pagar esse pato”, destaca a sindicalista Ivone Silva, de São Paulo.

“Os bancos perderam a oportunidade de resolver a greve, em flagrante desrespeito aos seus funcionários, clientes e toda sociedade”, critica a dirigente. “O Comando Nacional dos Bancários mantém a disposição para negociar com a Fenaban, mas queremos uma proposta decente. Enquanto isso, a greve continua.”

Veja no quadro abaixo como está a greve na base do Bancários Joinville.


Campanha Salarial 2016 – Greve Nacional da Categoria
Relação de agências na base do SEEB Joinville em 30/09

Banco do Brasil
Cidade das Flores – aberta
América – aberta
Itapoá – aberta
Barra do Sul – aberta
João Colin – aberta
Prédio – parcial
Garuva – fechada
Iririú – fechada
Iririú, II – fechada
Centro – fechada
Anita – fechada
Floresta – fechada
Vila nova – fechada
Tupy – fechada
João Colin, II – fechada
Prefeitura – fechada
Pirabeiraba – fechada
São Francisco – fechada
São Francisco, II – fechada
Barra Velha – fechada
Araquari – fechada

Caixa Federal
Albano Schmidt – aberta
Costa e Silva – aberta
São Francisco – aberta
Iririú – fechada
Centro – fechada
XV de Novembro – fechada
Colon – fechada
Aventureiro – fechada
Boehmerwald – fechada
Neudorf – fechada
Fátima – fechada
Cidade Orquídeas – fechada
Pirabeiraba – fechada
Itapoá – fechada
Barra Velha – fechada
Araquari – fechada

Bradesco
Costa e Silva – aberta
Bairro América – aberta
Iririú – aberta
Garten – aberta
Santa Catarina – aberta
São Francisco – aberta
Itapoá – aberta
Araquari – aberta
Itaum – aberta
Rua do Príncipe – fechada
Centro – fechada
Cidade das Flores – fechada
Prime – fechada
João Colin – fechada
Tupy – fechada
Shop. Americanas – fechada
Pirabeiraba – fechada
Garuva – fechada
Barra Velha – fechada

Santander
Iririú – aberta
Select – fechada
Príncipe – fechada
Joinville – fechada
Bucarein – fechada
Pirabeiraba – fechada
América – fechada

Itaú
Personnalité – aberta
São Francisco – aberta
Santa Catarina – parcial
Costa e Silva – parcial
Centro – fechada
Príncipe – fechada
João Colin – fechada
Saguaçu – fechada
Nova Iririú – fechada
Getúlio Vargas – fechada
Itaum – fechada
Pirabeiraba – fechada

Safra
Centro – fechada

Banrisul
Centro – aberta
João Colin – aberta

HSBC
Centro – aberta
João Colin – aberta


70% das agências da base estão paralisadas (54 de 78)
72% das agências de Joinville estão paralisadas (44 de 61)


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