Resultado dos bancos no 4° trimestre de 2022
Os resultados dos grandes bancos listados na Bolsa brasileira, referentes ao período entre outubro e dezembro de 2022, vão reforçar tendências vistas no trimestre anterior, de acordo com os analistas. De maneira geral, as receitas das instituições financeiras devem continuar crescendo, impulsionadas pelas taxas de juros, que seguem elevadas e continuarão assim por mais tempo. Por outro lado, o mercado vai estar de olho nas provisões para empréstimos inadimplentes dos “bancões”, sobretudo após a recuperação judicial das Americanas.
A equipe de análise da XP acredita que os bancos tenham se mantido resilientes no quarto trimestre de 2022 e espera sólido crescimento de carteira, com um aumento apenas marginal da inadimplência. As preferências da XP no setor são Itaú e Banco de Brasil e, segundo a casa, ambas as instituições financeiras devem ser destaques positivos na temporada.
“Incrementos marginais na inadimplência dos bancos devem ter um impacto assimétrico nos resultados do 4T22, com um impacto menor no Itaú e no Banco do Brasil, devido ao portfólio mais defensivo das suas carteira, e índices de cobertura mais elevados em comparação aos pares”, escreveram os analistas Renan Manda e Matheus Guimarães.
Assim sendo, a previsão é que Itaú e BB continuem liderando o segmento em termos de rentabilidade, “apresentando impactos apenas marginais, em decorrência do ambiente desafiador em seu ROE”.
Eles também acreditam que a margem com mercado de Bradesco e Santander deve se manter pressionada pelas altas taxas de juros no longo prazo – efeito que deve perdurar pelos próximos trimestres.
O UBS BB, em relatório assinado pelas analistas Thiago Batista e Olavo Arthuzo, afirma esperar que a qualidade de crédito dos bancos continue se deteriorando no quarto trimestre. “Mas agora, a qualidade do segmento corporativo estará no radar”, afirma a equipe de análise.
O banco observa que a taxa de inadimplência de empréstimos para grandes corporações está no menor nível histórico, mas há diversos sinais de que os ventos favoráveis ao segmento estão acabando.
“A combinação de juros altos (por um longo período) e uma expansão modesta do PIB deve levar a mais eventos negativos nos próximos trimestres”, escreveram Batista e Arthuzo. Eles citam a recuperação judicial de Americanas como um dos maiores exemplos, mas os empréstimos vencidos das grandes empresas também devem aumentar daqui para frente.
Os analistas do UBS BB não descartam que os grandes bancos possam lançar despesas com provisões referentes a Americanas já nos balanços do quarto trimestre de 2022, mesmo o evento tendo ocorrido em janeiro deste ano.
Os analistas da Moody’s também acreditam que os balanços dos bancos sejam enfraquecidos pelas provisões relacionadas à varejista, tanto os do quarto trimestre de 2022 quanto os do primeiro trimestre de 2023.
“Dada a materialidade deste caso, os bancos provavelmente incorporarão provisões iniciais para Americanas nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2022”, escreveram.
“Acreditamos que esse seja um tema para 2023, mas não seria uma surpresa para nós se alguns bancos começassem a provisioná-lo já no 4T22”, diz o JP Morgan em relatório.
Em relação ao crédito para pequenas e médias empresas, a inadimplência segue bem abaixo da média, mas uma deterioração no futuro não deve ser descartada, segundo o UBS BB.
“Observa-se que, apesar do nível incomumente baixo de inadimplência corporativa, os bancos mantiveram um nível decente de provisões, já que empréstimos de alto risco se mantiveram em níveis elevados”, escreveram os analistas.
De acordo com o UBS BB, caso a taxa de inadimplência das grandes corporações volte às médias históricas, os bancos teriam de provisionar 100% desses empréstimos – nesse caso, as instituições financeiras precisariam provisionar R$ 7,3 bilhões. Se a inadimplência chegar às máximas históricas, os bancos teriam de provisionar mais de R$ 20 bilhões, nos cálculos dos analistas do UBS BB.
O Bradesco BBI acredita que os resultados dos bancos no quarto trimestre apresentem tendências semelhantes às vistas no terceiro – crescimento sólido da receita com juros, enquanto as provisões devem continuar aumentando, diante da deterioração do portfólio de empréstimos pessoais. O banco não incluiu o impacto da exposição às Americanas em suas estimativas.
O BBI também espera que os bancos apresentem projeções conservadoras para 2023, sobretudo em termos de crescimento de lucro. Para a equipe do analista Gustavo Schroden, a qualidade dos ativos continua sendo um risco para este ano, tanto na parte de empréstimos individuais quanto crédito corporativo. A perspectiva de desaceleração da economia também deve ser embutida no guidance das instituições financeiras.
De maneira geral, o BBI acredita que haverá uma desaceleração, sobretudo, em empréstimos pessoais e cartões de crédito. Um mix mais conservador deve ofuscar parte das receitas esperadas com juros ainda em patamares elevados. E as provisões para inadimplência tendem a crescer em uma velocidade maior que a da carteira de empréstimos em si. Investimentos em tecnologia e salários mais altos, por outro lado, devem aumentar custos operacionais das instituições financeiras este ano.
Veja a seguir, o que os analistas esperam para os resultados dos grandes bancos referentes ao quarto trimestre de 2022.
Santander Brasil: perfil conservador deve pressionar receitas
Primeiro entre as grandes instituições financeiras a divulgar resultados, o Santander Brasil apresentará seu balanço trimestral nesta quinta-feira (2), antes da abertura dos negócios na B3. O consenso Refinitiv aponta para lucro líquido de R$ 2,864 bilhões, queda de 26,18% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A XP acredita que haverá aceleração na carteira de crédito do banco, comparando ao terceiro trimestre, mas ainda em ritmo mais lento do que seus pares.
O lucro líquido recorrente esperado pela XP para o banco é de R$ 2,658 bilhões, uma queda de 32% na comparação anual e de 15% ante o trimestre anterior. Resultado de uma contração de 8,7% na margem financeira bruta, para R$ 12,920 bilhões, e de 2% na receita com serviços, para R$ 4,880 bilhões (em bases anuais).
O ROE do Santander Brasil deve recuar para 17%, ante 19% no terceiro trimestre e 21% um ano antes.
A menor margem com o mercado deve ofuscar o crescimento robusto de 16,7% na margem com clientes. Para a taxa de inadimplência, a XP prevê um crescimento de 10 pontos-base, em relação ao terceiro trimestre, para 3,1%, mas em níveis considerados controlados, com um índice de cobertura saudável de 225%.
Para o UBS BB, o lucro do Santander deve ser impactado por uma combinação de margens mais fracas, custos de empréstimo mais caros e aumento de salários.
“É provável que o Santander Brasil apresente um nível muito maior de outras despesas operacionais e maior alíquota efetiva de imposto (que foi anormalmente baixo em trimestres anteriores)”, escreveram Batista e Arthuzo.
O UBS prevê lucro recorrente de R$ 2,77 bilhões para o Santander no quarto trimestre, 11% menor que o do terceiro tri e 28,4% inferior ao de um ano antes. A receita financeira com juros deve ficar em R$ 13,091 bilhões, crescimento trimestral de 3,9% e queda anual de 7,5%. As margens financeiras devem ser pressionadas pela mudança no mix do banco, na direção de produtos mais seguros.
Espera-se que a carteira de crédito do banco fique em R$ 497,593 bilhões, 2,8% a mais que no terceiro trimestre e 7,5% acima do volume de um ano atrás.
Além disso, os analistas calculam um amento de 20 pontos-base na taxa de inadimplência do banco no período. Também esperam por uma desaceleração na renegociação de dívidas.
O UBS BB também estima que as provisões do Santander Brasil fiquem em R$ 6,310 bilhões, 1,6% a mais que as do terceiro trimestre e 70,9% acima do provisionamento de um ano atrás.
O Santander emprestou R$ 3,7 bilhões para a Americanas e é um dos bancos com maior exposição à crise.
O Bradesco BBI acredita que o lucro líquido do Santander deve se manter sob pressão, já que sua carteira de crédito deve crescer com um perfil mais conservador e as margens com mercado devem continuar caindo.
A casa também prevê estabilidade no índice de inadimplência (3,2%) e nas provisões do banco (R$ 6,234 bilhões), suportada pela renegociação de dívidas no período. A previsão do BBI é de lucro líquido recorrente de R$ 2,9 bilhões (ante R$ 3,1 bilhão no terceiro trimestre).
Itaú Unibanco: crédito deve piorar, mas em ritmo mais lento
A maior instituição financeira do país vai divulgar resultados referentes ao quarto trimestre no dia 7 de fevereiro, após o fechamento dos mercados. O consenso Refinitiv aponta para lucro líquido de R$ 8,239 bilhões, alta de 15,08% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A XP prevê lucro líquido recorrente de R$ 8,284 bilhões no período, crescimento de 16% em termos anuais de 3% frente ao terceiro trimestre. Também é esperada uma expansão do ROE, para 21% (ante 19% um antes), e estabilidade na comparação com período entre julho e setembro do ano passado (quando o retorno também foi de 21%).
“Esperamos que o Itaú Unibanco apresente um crescimento robusto da carteira de crédito, próximo à faixa inferior de seu guidance, impulsionado mais uma vez por linhas de crédito relacionadas ao consumo”, escreveram os analistas da XP.
A casa projeta um crescimento anual de 16% na margem financeira bruta do banco, para R$ 24,603 bilhões. A receita com serviços, por sua vez, deve avançar 4%, para R$ 10,658 bilhões.
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“Além disso, prevemos um aumento marginal na inadimplência, atingindo 2,9% no 4T22, e um leve incremento de 4pp em seu índice de cobertura para 219%”, informou a equipe de análise.
Para o UBS BB, o Itaú é o principal destaque entre os grandes bancos. A expectativa é de receita financeira forte no quarto trimestre, de R$ 24,487 bilhões, alta anual de 15,5%. Ainda que a qualidade de ativos se deteriore, deve ocorrer em ritmo mais lento do que no seus principais pares.
A expectativa do UBS BB é de crescimento de 2% no lucro líquido recorrente do Itaú, para R$ 8,3 bilhões. O ROAE deve permanecer praticamente estável em relação ao terceiro trimestre, a 20,6%.
Para o volume de empréstimos do Itaú, o UBS BB projeta crescimento de 3,5% em relação ao terceiro tri e de 11,3% na comparação anual, para R$ 911,33 bilhões. A expectativa é que a provisão para empréstimos inadimplentes cresça 4% em relação ao terceiro trimestre, para R$ 8,3 bilhões, encerrando o ano de próximo ao topo do guidance, entre R$ 28 bilhões e R$ 31 bilhões.
Para o UBS BB, o Itaú deve continuar reduzindo seu apetite por empréstimos a indivíduos de baixa renda e seguir focando em clientes frequentes. E ao contrário de seus pares, o banco deve registrar ganho de receita financeira com juros da ordem de R$ 500 milhões com clientes não correntistas.
O Bradesco BBI acredita que uma forte receita com juros (NII, na sigla em inglês), estimada em R$ 24,865 bilhões, deve continuar contribuindo com a expansão do lucro do Itaú. Para os analistas, juros elevados e um mix melhor devem mais do que compensar as despesas com provisões.
“Entretanto, esperamos que a qualidade dos ativos continue se deteriorando, principalmente pela alta inadimplência no portfólio de empréstimos individuais”, escreveram os analistas. O BBI calcula lucro recorrente de R$ 8,3 bilhões para o Itaú (ante R$ 8,079 no terceiro trimestre) e ROAE de 20,8%.
A taxa de inadimplência esperada é de 2,9%, com índice de cobertura de 204%. Para as provisões, a estimativa é de R$ 8,647 bilhões.
Bradesco: carteira de crédito deve crescer menos
Os resultados do quarto trimestre do Bradesco serão apresentados no dia 9 de fevereiro, após o fechamento da Bolsa. O consenso Refinitiv aponta para lucro líquido de R$ 4,404 bilhões, queda de 33,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A XP espera por uma desaceleração no crescimento da carteira de crédito do banco no período, para algo próximo do menor patamar do guidance de 2022 – 10% de alta em bases anuais, 1,7% na comparação trimestral. Linhas de consumo com vencimentos mais curtos devem dar impulso ao crescimento.
Nos cálculos da equipe de análise, o Bradesco deve apresentar uma queda de 36% no lucro líquido recorrente, para R$ 4,204 bilhões, e de 20% na comparação trimestral. O ROE também deverá sofrer uma retração para 15% (de 17% no terceiro tri de 2022 e de 18% um ano antes).
Para a margem financeira bruta, a previsão é de queda anual de 3%, para R$ 16,392 bilhões – cifra, por sua vez, 1% maior que a registrada no trimestre anterior. A receita com serviços deve crescer 3% em ambas as bases de comparação para R$ 9,130 bilhões.
“Embora a margem com clientes tenha se mantido forte e deva encerrar o ano próximo ao limite superior do guidance, a margem com o mercado deve seguir pressionada e compensar seus ganhos”, escreveram os analistas da XP.
A casa prevê um ligeiro aumento na taxa de inadimplência do banco, para 4,1%, ficando acima dos níveis pré-pandemia, mas em patamares ainda saudáveis. O índice de cobertura do banco deve ficar próximo dos 205%, 4 pontos percentuais acima do registrado no terceiro trimestre.
“Os resultados do Bradesco devem apresentar uma contração relevante no quarto trimestre de 2022, diante da combinação de provisões muito maiores com resultados fracos”, diz o relatório do UBS BB. “Vale notar, contudo, que as expectativas baixas estão provavelmente incorporadas nos valuations”.
O UBS BB prevê uma queda de 20% no lucro recorrente do Bradesco, na comparação com o terceiro trimestre, para R$ 4,2 bilhões. Assim, o ROAE do banco deve cair para 10,6% (de 13,5% no terceiro tri).
“Depois do problema de qualidade de ativos do banco, a administração tomou um viés mais conservador de originação de crédito – consequentemente, devemos ver um pequeno crescimento anual de empréstimos”, escreveu a equipe do UBS BB. A projeção é de crescimento de 8,6% para a carteira de crédito, na comparação anual, e de 2,8% comparado ao terceiro trimestre, para R$ 662,610 bilhões.
“O Bradesco provavelmente vai diminuir sua exposição ao segmento de baixa renda e de produtos de risco, focando na expansão entre clientes de média e alta renda”, disseram os analistas do UBS BB.
O banco também prevê que o Bradesco eleve suas provisões para R$ 9,176 bilhões no período. Um ano antes, essa cifra estava em R$ 4,238 bilhões. No terceiro trimestre, em R$ 7,267 bilhões.
Banco do Brasil: receita com juros deve impulsionar lucros
O BB será o último entre os grandes bancos a divulgar resultados referentes ao quarto trimestre de 2022. O balanço vai ser apresentado no próximo dia 13 de fevereiro, após o fechamento dos mercados. O consenso Refinitiv aponta para lucro líquido de R$ 8,073 bilhões, alta de 36,13% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Nas previsões da XP, a carteira do crédito do banco deve apresentar forte crescimento, impulsionado pelo crédito rural, que ultrapassou R$ 300 bilhões.
A XP projeta lucro líquido recorrente de R$ 8,2 bilhões no trimestre, uma alta de 53% em bases anuais e de 1% na comparação trimestral. O retorno sobre patrimônio líquido do banco (ROE), que terminou o terceiro trimestre em 19%, deve alcançar os 20% ao final do quarto tri. Um ano antes, o ROE estava em 15%.
Nos cálculos da casa, a margem financeira bruta (NII) do Banco do Brasil deve alcançar R$ 19,813 bilhões no quarto trimestre, alta de 34% na comparação com um antes e de 1% frente ao terceiro tri. O número tende a ser impulsionado por spreads e resultados de tesouraria mais fortes.
A XP também espera um aumento de 12% nas receitas com serviços, em bases anuais, para R$ 8,760 bilhões.
Sobre a taxa de inadimplência, a XP prevê um aumento marginal de 16 pontos-base para 2,5%, “ainda sendo a menor entre seus pares, refletindo o perfil defensivo de sua carteira”. Apesar do aumento da inadimplência, os analistas da casa preveem um aumento no índice de cobertura para 240%.
“Este nível de cobertura saudável reforça a solidez de seu balanço e o baixo risco de um aumento abrupto do provisionamento pressionando seus resultados no curto prazo”, escreveram Manda e Guimarães.
O Bradesco BBI acredita que o lucro do BB no quarto trimestre será amparado por um forte crescimento nas receitas com juros.
“O Banco do Brasil deve apresentar mais um um conjunto de resultados sólidos, apoiado pelo forte crescimento das receitas com juros, enquanto as provisões devem se manter relativamente estáveis, ainda que a inadimplência continua se deteriorando pelo lado dos empréstimos pessoais”, escreveram os analistas.
As receitas com juros estimadas pelo BBI para o Banco do Brasil estão em R$ 19,660 bilhões no quarto trimestre. Já as provisões, em R$ 5,108 bilhões. O lucro líquido recorrente, nos cálculos dos analistas, cresceram de R$ 5,930 bilhões no terceiro trimestre para R$ 7,882 bilhões no quarto. O ROAE deve ficar em 20,1%.
O que esperar de outros bancos e fintechs no quarto trimestre?
Para o UBS BB, o Nubank será outro destaque positivo da temporada de resultados junto com o Itaú. Nos cálculos da equipe de análise, o banco digital deverá reportar lucro recorrente de US$ 100 milhões no quarto trimestre de 2022 (ante US$ 63 milhões no terceiro trimestre). O resultado deve ser impactado positivamente pela sazonalidade do volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) aliado a um menor custo de financiamento.
“A expansão de base de clientes deve continuar forte no trimestre, enquanto receita média por cliente ativo [ARPAC, na sigla em inglês] tende a se expandir ainda mais”, escreveram os analistas do UBS BB. A previsão da casa é de que a base cresça para 74 milhões de clientes, com ARPAC de US$ 8,3 e carteira de empréstimos de US$ 11,3 bilhões.
O UBS BB também prevê expansão do segmento de cartão de crédito, mas um crescimento moderado nos empréstimos pessoais (de 5% em relação ao terceiro trimestre de 45% na comparação anual).
Para a Inter & Co, a expectativa do UBS é que o banco retorne ao ponto de equilíbrio (break even) após reportar perdas no terceiro trimestre. Contudo, a casa prevê uma desaceleração no crescimento de sua carteira de crédito no período.
“O banco continua com seu processo de reprecificação que deve ajudar suas margens de crédito globais”, escreveram os analistas. Assim como no Nubank, a sazonalidade deve ajudar o Inter a expandir seu volume total de pagamentos no segmento de cartão de crédito e Inter Shop. Porém, o volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês), indicador de receita gerada com vendas, deve crescer menos do que em trimestres anteriores.
O UBS BB prevê lucro recorrente de R$ 4 milhões para a Inter & Co no quarto trimestre. A receita líquida de juros deve ficar em R$ 649 milhões e a carteira de empréstimos, em R$ 22,639 bilhões. As provisões no período são estimadas em R$ 294 milhões.
O BTG Pactual , com 8% do patrimônio exposto à dívida das Americanas (R$ 3,7 bilhões), vai divulgar seus resultados no próximo dia 13 de fevereiro. Analistas afirmam que o banco poderia lançar a baixa contábil já nos resultados do quarto trimestre de 2022. O Bradesco do BBI não conta com isso em suas estimativas e prevê lucro de R$ 2,328 bilhões de lucro recorrente para o banco no período, 1,1% maior que o do trimestre imediatamente anterior e 30,6% acima do valor obtido um ano antes.
O BBI também espera que as receitas do segmento de banco de investimento venham piores que o esperado, em R$ 523 milhões. As receitas com empréstimos corporativos deve superar R$ 1 bilhão e há previsão de uma ligeira alta também no segmento de gestão de recursos e patrimonial.
Outros três bancos também são acompanhados pelo BBI: ABC Brasil, Banco Pan e Banrisul. Para o primeiro, a expectativa é de lucro líquido recorrente de R$ 216 milhões, praticamente estável em relação ao terceiro trimestre (queda de 1,1%). A receita líquida de juros deve ter um ligeiro crescimento para R$ 546 milhões – mas o número deve ser ofuscado por um aumento nas provisões para empréstimos inadimplentes, que deve alcançar os R$ 62 milhões.
No caso do Banco Pan, o BBI estima lucro líquido recorrente de R$ 203 milhões, alta anual de 6,5% ante o terceiro trimestre e de 4,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida de juros é estimada em R$ 1,886 bilhões e as provisões para empréstimos inadimplentes devem ficar em R$ 503 milhões. Para os analistas, a receita de juros deve acelerar com com o aumento do portfólio de crédito do banco, para R$ 38,422 bilhões.
Para o Banrisul, o BBI prevê lucro líquido recorrente de R$ 230 milhões no quarto trimestre, uma alta de 67,1% em relação ao período imediatamente anterior e queda de 10,7% na comparação com o mesmo período de um ano antes. A receita financeira deve bater R$ 1,222 bilhões e as provisões para empréstimos inadimplentes devem atingir R$ 161 milhões.
Fonte: InfoMoney