Saúde Mental: por um mundo do trabalho livre de assédio
O Dia Mundial da Saúde Mental foi celebrado nesta terça-feira 10 de outubro. É uma data internacional para a educação, conscientização e defesa da saúde mental contra o estigma social.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade.
O conjunto de transtornos chega a mais de 300 tipos. Os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que atingem muitos brasileiros, como revelam diversas pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%).
Por isto a importância de as pessoas buscarem tratamento psicológico, de perderem o preconceito e também darem atenção ao tema. O trabalho também é um fator muito sério de adoecimento. Por isto o Sindicato luta para que os bancos adotem melhores práticas de organização profissional, eliminando o assédio moral para o cumprimento de metas inatingíveis, e o assédio sexual. Os trabalhadores devem ficar atentos com a sua saúde mental e à dos seus colegas.
Identifique e previna-se de doenças mentais no trabalho
- Reconheça sinais de depressão entre os colegas, como tristeza excessiva, falta de esperança, perda de interesse em atividades que antes traziam prazer e modificações de apetite e hábitos de sono;
- Busque ajuda quando necessário e apoie quem esteja precisando de ajuda;
- Pratique o autocuidado.
Apesar de representar cerca de 1% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária representa 25% dos afastamentos acidentários (B91) por doenças mentais e comportamentais no país. Em 2012, esse percentual era de 12%.
Entre 2017 e 2022, o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%, ou seja, entre os bancários a variação foi 1,7 vezes maior.
Já nos afastamentos Acidentários (B91), as doenças mentais e comportamentais saíram de 30% do total entre a categoria bancária, em 2012, para 57% em 2022. E as doenças nervosas saíram de 9% para 15%.
Outros transtornos ansiosos não constavam entre as 5 principais causas de afastamentos acidentários da categoria bancária em 2012. Em 2022, foram o maior motivador dos afastamentos: 23% do total.
Os números são do Instituto Nacional do Seguro Social Tratamento e análise (SmartLab), e do Sistema Único de Benefícios (SUB), e foram compilados pelo Dieese.
“Muito se fala da saúde mental como se fosse uma questão à parte da vida das pessoas. A saúde mental depende de vários aspectos, entre os quais, como nos sentimos integrados, acolhidos, seguros e amparados junto à família, ao nosso círculo social e à sociedade como um todo, como nos sentimos realizados, reconhecidos e valorizados em nosso trabalho”, afirma Maria Maeno, médica pesquisadora da Fundacentro.
“Não nos faz bem um mundo que nos conduz ao individualismo e nos induz a perseguirmos desempenhos crescentes em tudo e a esquecer valores como a solidariedade e a igualdade. Não nos faz bem um mundo em que o trabalho e os trabalhadores são desvalorizados. Cuidar da saúde mental é construir um mundo em que os valores da solidariedade e da igualdade social predominem”, acrescenta.
Dicas para cuidar da saúde mental
- Adote uma alimentação saudável;
- Faça uma terapia com profissional;
- Invista na qualidade do sono;
- Pratique exercícios físicos;
- Pratique o amor-próprio;
- Tenha um tempo para meditar;
- Valorize sua vida pessoal e sua família;
- Valorize o lazer;
- Valorize seu sindicato, pois ele defende sua saúde.