Senadores da CAS realizarão diligências para verificar situação de trabalhadores
Os integrantes da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realizarão diligências para verificar a situação de trabalhadores do campo e da cidade, para embasar o debate sobre a reforma trabalhista (PLC 38/17). A sugestão foi feita, nesta quarta-feira (7), pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e os senadores fizeram um acordo para que as diligências não estejam vinculadas à votação da proposta, que chega nesta quinta-feira (8) à comissão.
O requerimento propõe que os senadores da CAS, e também os integrantes das comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Assuntos Econômicos (CAE), visitem um acampamento quilombola, uma propriedade de agricultura familiar, uma propriedade rural, uma fundição, uma indústria de produtos químicos e um frigorífico.
Inicialmente, Paim havia pedido que a votação do projeto ocorresse apenas após a realização das diligências. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse, no entanto, que encaminharia votação contrária ao requerimento, caso as diligências estivessem vinculadas à votação do projeto.
“Se esse requerimento tiver o condão de paralisar a discussão da matéria aqui na CAS, eu encaminharei contra o requerimento. Se o requerimento não tiver o condão de paralisar, eu não tenho problema de que a comissão possa discutir o ano todo essa matéria onde quiser. Acho que é importante. Até porque a reforma trabalhista não se esgota com a votação desse projeto”, disse Jucá.
Paim concordou em desvincular as diligências da votação do projeto, e contou experiência recente quando passou um dia numa propriedade rural. Para o senador, foi um choque de realidade, pelo qual seria bom que os demais senadores passassem.
“Para nós que estamos no Parlamento há tantos anos, visitar uma propriedade rural, a estrebaria das vacas, onde ficam os porcos, onde ficam as galinhas, foi muito gratificante e eu queria dividir a experiência com um grupo de senadores”, afirmou Paim.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que as diligências podem ser céleres e, para isso, sugeriu que sejam feitas em Goiás, estado mais próximo do Distrito Federal.
“Poderíamos fazer já no início da semana que vem. Para que a gente tome um choque de realidade e venha debater com um espírito mais aberto essa matéria tão importante que vai impactar tanto a vida das pessoas”, disse Vanessa.
O senador Eduardo Amorim (PSC-SE) afirmou que não é contrário a quem queira visitar, mas observou que não precisa da experiência, porque viveu isso na infância e na adolescência. O senador disse que preferia estar discutindo a reforma tributária à trabalhista, mas ponderou que a realidade dos brasileiros é essa e não deve atrapalhar a condução do processo legislativo.
Durante a reunião, foram lidos mais dois requerimentos de audiência pública sobre a reforma trabalhista, ambos da senadora Vanessa Grazziotin. Os pedidos devem ser votados na próxima reunião da CAS, nesta quinta-feira (8). Diap