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Sobre a reestruturação no Banco do Brasil e a retirada de direitos

Brasília – Num movimento que é analisado pelo movimento sindical como a antecipação da reforma administrativa com retirada de direitos que o governo Bolsonaro pretende implementar no serviço público, o Banco do Brasil anunciou de forma unilateral, no dia 3, uma série de medidas que vão desde a ampliação do programa de remuneração variável baseado em metas (PDG) até a reestruturação do plano de funções. Também anunciou redução na remuneração de cargos, alteração na avaliação via Gestão de Desempenho por Competências (GDP) e congelamento das carreiras.

Redução nos valores de funções impacta PLR e futuros comissionamentos

A reestruturação anunciada reduz o Valor de Referência de praticamente todas as funções de confiança e gratificadas. Os funcionários que ocupam esses cargos têm sua remuneração resguardada pela criação de um complemento no contracheque, mas, se ascenderem, recebem já o valor da nova função reduzida.

A medida criará duas classes de trabalhadores, que farão os mesmos serviços, com remunerações distintas. É o desvio de função institucionalizado.

Apesar de garantir a partir de uma verba temporária o salário bruto atual, a medida impacta os funcionários comissionados na participação nos lucros (PLR), que é baseada nos valores de referência da função (VR), que irão diminuir.

Reestruturação amplia a remuneração variável baseada na competição, buscando substituir remuneração fixa

A reestruturação também anuncia a ampliação do PDG, programa de remuneração baseado em sistema competitivo, que prevê o pagamento de valores aos melhores colocados em determinados aspectos definidos pela empresa. Sobre os valores pagos por esse programa não incide contribuição patronal ou pessoal à Cassi, Previ, INSS ou FGTS.

Reestruturação muda o sistema avaliatório GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas)

Além dos parâmetros e métricas já definidos atualmente na Gestão de Desempenho de Pessoas, o banco anunciou outras ações para a gestão do desempenho dos funcionários pelos gestores e ainda divulgou como uma suposta inovação as análises e tratamentos posteriores aos conceitos atribuídos.

A maioria das medidas passa a valer já neste primeiro semestre, como a mudança no Plano de Desenvolvimento de Competências (PDC), que agora é direcionado somente aos funcionários que apresentaram necessidade de aprimoramento no semestre anterior. A partir de março, o PDC ficará disponível na UniBB (Mapa de Carreira), sem necessidade de ciência do gestor.

A GDP passará a sinalizar os subordinados que apresentaram lacuna de desempenho aos gestores de equipe, considerando os conceitos recebidos de seus avaliadores. Esse grupo deverá ter registro de Acordo de Desenvolvimento específico e anotação relativa ao resultado do acompanhamento realizado.

Sindicato em ação: reuniões nos locais de trabalho, pesquisa junto aos bancários e dia nacional de luta

A diretoria do Sindicato decidiu em reunião no último dia 4 que irá realizar reuniões nos locais de trabalho para mobilizar os trabalhadores e informar das ações da entidade para mobilizar e defender as conquistas dos trabalhadores. Além disso, estuda medidas jurídicas para resguardar os direitos do funcionalismo.

Também ficou definida a realização de uma pesquisa com o objetivo de avaliar o sentimento dos trabalhadores (com relação às mudanças anunciadas) e a capacidade de mobilização da categoria.

No dia 12 será um dia nacional de luta, com atividades em todo o Brasil para protestar contra os prejuízos oriundos da reestruturação e em defesa do banco público. SEEB-DF com edição Redação Bancários Joinville

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