Campanha SalarialFENABAN

2° Rodada: Em mesa com Fenaban, trabalhadores reivindicam fim das demissões e da terceirização

*Atualização: o tema da próxima rodada com a Fenaban, na quarta-feira 6 de julho, que seria “cláusulas sociais e segurança bancária” foi alterado para “igualdade de oportunidades”

Na segunda rodada de negociação da Campanha Salarial dos Bancários, sobre o tema “Emprego e terceirizações”, os representantes dos trabalhadores apresentaram à Fenaban (federação dos bancos) dados que mostram a redução de postos de trabalho na categoria e o avanço da terceirização. E deixaram claro que mais contratações e o fim das terceirizações são reivindicações prioritárias da categoria bancária.

O movimento sindical abriu a reunião reivindicando mais contratações, o fim das demissões e da terceirização, que tem se ampliado no setor bancário. Essa terceirização tem se dado de forma camuflada, com os bancos criando empresas coligadas e transferindo setores inteiros para essas empresas. Dessa forma, bancários e bancárias perdem seus postos no banco para exercerem, como terceirizados, as mesmas tarefas em outras empresas do grupo. Assim, amplia-se o trabalho precarizado.

Dados apontam redução de empregos e aumento da terceirização

O movimento sindical apresentou dados que mostram a redução de quase 40% no número de bancários entre 1990 e 2019. Segundo levantamento do Dieese, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), houve redução de 77 mil postos de trabalho bancários em apenas nove anos (entre 2013 e 2021), o que significa uma diminuição de 15% da categoria.

Mas isso não significa que os postos de trabalho no setor financeiro diminuíram, porque excetuando o emprego bancário, houve crescimento de vagas no ramo: entre 2013 e 2021 foram criados mais de 169 mil postos de trabalho no ramo financeiro (exceto bancários). Em 2019, cerca de 503 mil trabalhadores do ramo financeiro estavam fora da categoria bancária, sendo parte destes trabalhadores alocados em empresas dos conglomerados bancários.

Um dado que aponta para o aumento da terceirização é o crescimento de 42%, entre 2016 e 2022, no número de estabelecimentos que prestam serviço de correspondente bancário, atingindo 470 mil em março de 2022, de acordo com o Banco Central.

Além disso, de 2016 a março deste ano, o número de agentes autônomos de investimento, que atuam na oferta de produtos bancários, cresceu 222%, passando de 6.053 para 19.503. Outro dado que mostra de forma indiscutível o aumento da terceirização e pejotização no setor bancário.

Pela jornada de quatro dias

Também na mesa desta segunda-feira 27, os trabalhadores apresentaram a reivindicação de redução da jornada de trabalho para quatro dias semanais, sem redução de salários. Os bancários argumentam que a tecnologia possibilita essa redução, e deve ser utilizada para benefício da classe trabalhadora e de toda a sociedade, e não para o aumento da sobrecarga, da pressão e do adoecimento entre os trabalhadores, como vem sendo utilizada.

A Fenaban ficou de levar as propostas apresentadas pelos trabalhadores para debates com os bancos. A próxima rodada de negociação será na quarta-feira, 6 de julho, e discutirá “cláusulas sociais e segurança bancária”.

Veja o calendário de negociação

  • Quarta-feira, 6 de julho: Igualdade de oportunidades
  • Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas sociais e teletrabalho
  • Quinta-feira, 28 de julho: Cláusulas sociais e segurança bancária
  • Segunda-feira, 1 de agosto: Saúde e condições de trabalho
  • Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas econômicas
  • Quinta-feira, 11 de agosto: continuação das cláusulas econômicas

Veja as principais reivindicações dos bancários

A categoria quer aumento real de 5%; piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 6.535,40) e PLR de três salários mais parcela fixa adicional de R$ 12.887,04, reajustada pelo INPC com 5% de ganho real. Os bancários também reivindicam valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 1.212,00), entre outras demandas.

  • Reposição salarial e nas demais verbas: Inflação do período entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022 (INPC) mais 5% de aumento real;
  • Aumento maior para o VR e VA;
  • Garantia dos empregos;
  • Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste;
  • Fim das metas abusivas;
  • Combate ao assédio moral;
  • Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da Covid-19.

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