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3° Mesa com a Caixa: Sindicalistas cobram medidas para combater o adoecimento dos empregados

Na terceira negociação específica da Caixa, no âmbito da Campanha Salarial dos Bancários 2022, realizada nesta quarta 27, representantes dos empregados do banco deixaram claro que o modelo de gestão da empresa está levando ao adoecimento acentuado dos empregados e cobraram medidas para prevenir, especialmente, as doenças mentais relacionadas ao ambiente de trabalho.

A CEE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) reivindicou a retomada do GT Saúde do Trabalhador para debater os problemas que afligem a categoria, propostas para melhoria das condições de trabalho no banco e prevenção do adoecimento mental. A Caixa se comprometeu a avaliar as propostas para incluí-las no novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Na reunião, o coordenador da CEE/Caixa, Clotário Cardoso, apresentou dados da pesquisa de Saúde da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) que revelam o aumento do número de empregados com problemas de saúde relacionados ao trabalho.

O estudo apontou que o adoecimento mental é o principal motivo de afastamento dos trabalhadores da ativa, tendo a depressão (33%), ansiedade (26%), síndrome de burnout (13%) e síndrome do pânico (11%) como motivadores de afastamento do trabalho.

“Os dados levantados por essa pesquisa mostram que o ambiente de trabalho na Caixa é tóxico. A pressão por metas abusivas, assédio moral e sexual, e a sobrecarga de trabalho impostas pela gestão geram doenças que deixam consequências não só para os trabalhadores, mas também para suas famílias, pela vida toda”, disse Cardoso.

As condições de saúde dos empregados da Caixa têm piorado desde 2018, quando a Fenae realizou a primeira pesquisa sobre saúde. O coordenador da CEE/Caixa lembrou que o cenário identificado pela pesquisa é preocupante: 66% já testemunharam assédio moral no trabalho e 56% já sofreram assédio moral; 62% dos empregados sentem, sempre ou frequentemente, muita pressão no trabalho; 51% se sentem, sempre ou frequentemente, ansiosos no trabalho; para 47%, o trabalho afeta negativamente a saúde; 65% possuem colegas que estão passando por depressão, angústia ou pânico causados no ambiente de trabalho.

“A ‘normalização’ de abusos, em pressão por metas inalcançáveis e jornadas extenuantes estão de fato, adoecendo milhares de profissionais que se dedicam à Caixa”, ressaltou a diretora de Políticas Sociais da Fenae e membro da CEE/Caixa, Rachel Weber.

Os representantes da empresa na mesa de negociação argumentaram que ações estão sendo realizadas para melhorar a qualidade de vida dos empregados, mas estas são consideradas insuficientes pelas representações dos trabalhadores, que reivindicaram a inclusão das entidades na elaboração dos programas implementados pelo banco, conforme prevê o ACT em vigor.

PCDs

Durante o debate sobre saúde do trabalhador, que durou quase três horas, a CEE/Caixa questionou sobre as condições de trabalho dos PCDs. Segundo a comissão, os mais de 4 mil trabalhadores enfrentam problemas, que dificultam sua atuação. A Caixa concordou em realizar uma mesa específica para debater as questões relacionadas aos PCDs.

Sipat

Foi cobrada a realização das semanas de prevenção de acidentes de trabalho (Sipat). A Caixa informou que não realizou a Sipat nos dois últimos anos por conta da pandemia e assumiu o compromisso de retomar no segundo semestre. Um dos temas será saúde emocional.

PCMSO

Outra demanda apresentada pelos representantes dos empregados foi a revisão do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Para os membros da CEE/Caixa, a avaliação da saúde do trabalhador precisa ser ampliada para identificar problemas de saúde físicos e mentais. “Da forma que é feito hoje não é possível avaliar adequadamente se o empregado está em adoecimento”, argumentou Cardoso.

Próximas reuniões de negociação

Terça-feira (2) – PCDs e Saúde Caixa
Quinta-feira (4) – Funcef

 

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