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Vamos falar sobre a PLR? Quando vem? A questão das Americanas vai interferir?

O movimento sindical bancário cobrou dos bancos privados e públicos nesta quarta-feira (1º/2), a antecipação do pagamento da 2ª parcela da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), referente ao exercício de 2022.

De acordo com o definido na cláusula primeira da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – PLR 2022, os bancos privados têm até o dia 1º de março de 2023 para efetuar o pagamento, mas, sabe-se que nos meses de janeiro e fevereiro concentram-se as maiores despesas por parte dos trabalhadores, em razão da cobrança de IPTU, IPVA, matrícula e material escolar, o que justifica a solicitação.

Bancos privados

Vejamos quem já anunciou o pagamento:

Santander

A segunda parcela da PLR será creditada no dia 28 de fevereiro junto com os programas próprios de remuneração do banco, para empregados ativos, afastados por doença ou licença maternidade/paternidade, e demitidos a partir de 2 de agosto.

Após negociação com o movimento sindical, o Santander informou que realizará o pagamento da PLR bancários 2023 conforme a regra da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, que vai majorar os salários em até 2,2 salários, além do teto da parcela adicional, esta no valor de R$ 3.171,95.

O que será pago no dia 28 de fevereiro é a segunda parcela da PLR 2022, descontado o valor pago como antecipação em setembro de 2022.

Na mesma data será creditado o PPRS (programa próprio de remuneração do Santander) no valor de R$ 3.355,73, mais a PPG (Programa Próprio para os cargos de Gestão) e a variável do segundo semestre de 2022.

Itaú

O Itaú pagará a segunda parcela da PLR no dia 1º de março, data limite prevista na Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários. O anúncio da data do crédito ocorreu nesta quinta-feira 8, após a divulgação do balanço de 2022 do banco.

O que será pago agora é a segunda parcela da PLR 2022, descontado o valor pago como antecipação em setembro de 2022. Além disso, os bancários do Itaú podem receber em 1º de março possíveis diferenças a serem pagas em relação ao crédito da PCR, feito também em setembro do ano passado.

Bancos públicos

A data de pagamento é diferente para os trabalhadores de bancos públicos.

Caixa Federal

Por exemplo, na Caixa, o pagamento pode ser efetuado até o dia 31 de março, conforme definido no parágrafo oitavo da cláusula sexta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos empregados.

Banco do Brasil

Já no Banco do Brasil, o pagamento pode ser efetuado em até dez dias úteis após a data de distribuição dos dividendos ou JCP-Juros aos acionistas.

Americanas

A Americanas S.A. (Americanas), uma das maiores empresas do varejo brasileiro, divulgou, em 11 de janeiro, Fato Relevante ao mercado e aos acionistas para informar a identificação de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores, inclusive 2022, estimadas em cerca de R$ 20 bilhões.

Segundo o texto, os problemas estariam vinculados à “existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima (R$ 20 bilhões), nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras”.

Entre os credores da Americanas – enviada pela empresa no decorrer do processo de recuperação judicial –, estão alguns dos maiores bancos do país. Merecem destaque: Deutsche Bank (R$ 5,2 bilhões de crédito); Bradesco (R$ 4,5 bilhões de crédito); Santander Brasil (R$ 3,6 bilhões); BTG Pactual (R$ 3,5 bilhões); Votorantim (R$ 3,2 bilhões); Itaú Unibanco (R$ 2,7 bilhões); Safra (R$ 2,5 bilhões); Banco do Brasil (R$ 1,3 bilhão) e Caixa Econômica Federal (R$ 501 milhões).

O primeiro potencial impacto é nos resultados financeiros dos bancos, na medida em que o atraso no pagamento ou mesmo o não recebimento de partes da dívida das Americanas fará com que as instituições financeiras elevem os níveis de provisão para devedores duvidosos (PDD), o que afetará de forma negativa os lucros dos bancos credores.

Segundo relatório da XP Investimentos, esse impacto negativo pode ser da ordem de 20 a 30% no caso dos bancos mais expostos, como BTG, Santander e Bradesco e, de cerca de 10%, nos casos de Itaú e Banco do Brasil. O relatório aponta que os níveis de PDD dos cinco grandes bancos de capital aberto podem chegar a cerca de R$ 8 bilhões.

O Santander divulgou seu balanço na última quinta-feira 2 e elevou as provisões para devedores duvidosos, o que fez o lucro do banco de 2022 cair 21% em relação a 2021.

Cenários semelhantes foram observados no setor bancário brasileiro em 2016, na esteira da quebra de empresas em decorrência da operação Lava Jato e, em 2020, em função das incertezas econômicas ocasionadas pela pandemia de covid-19.

Estes eventos alertam também para o risco de as instituições financeiras buscarem recompor a lucratividade com base na redução de despesas administrativas e de pessoal, o que pode significar uma intensificação no fechamento de agências bancárias e nova onda de demissões de bancários.

Existe uma extensa lista de credores e fornecedores em torno das atividades das Americanas, milhares de empresas e um contingente estimado em mais de 100 mil trabalhadores empregados, que podem ser impactados ao longo do processo de recuperação judicial. É urgente que sejam articuladas ações para apuração das responsabilidades, e ter transparência em todo o processo e diálogo no sentido de garantir a manutenção dos postos de trabalho e dos direitos trabalhistas.

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